quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

GERÂNIOS

GERÂNIOS

Gerânios na janela do meu quarto,
Regando com as lágrimas que trago
Salgando esta esperança sem afago,
Desabo neste sonho atroz e farto.

E quando da alegria em vão me aparto,
Aonde te encontrar; amor, indago
E sem respostas sigo e sinto o estrago
Qual fora a negação de um raro parto.

Abortos que carrego dentro da alma,
Nem mesmo a fantasia ainda acalma
Volúpias que transpiro; são vazias

E quando me percebo novamente,
Olhando estes gerânios, vida ausente
Distante florescer em tardes frias. 

RITA DE CASSIA TIRADENTES LOURES

Nenhum comentário: