A FEBRE DE UM DESEJO
A febre de um desejo insatisfeito
Tornando mais voraz esta quimera
Deitando em solidão na vaga espera
Apenas o vazio dita o leito,
E quando novos sonhos quero e aceito
Pensando na longínqua primavera,
Renasce dentro em mim uma pantera
E a fera se refaz em louco pleito.
Inútil se lutar contra o destino,
E mesmo quando insana, desatino,
Resume-se no não todo o meu mundo.
E em meio aos temporais já se revela
A fêmea que pensara forte e bela
Nas teias deste encanto me aprofundo.
RITA DE CASSIA TIRADENTES LOURES
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