quinta-feira, 23 de maio de 2013

SEM LITÍGIOS



SEM LITÍGIOS


A déspota esperança dominando
O tempo que restasse ao imbecil,
Meu mundo se tornando em louco ardil
Um dia mais tranquilo, e mesmo brando.

Aos poucos o cadáver se mostrando
Bebendo deste cálice, sentiu
No solo mais suave que se abriu
Do mundo finalmente me afastando,

O peso que eu carrego; o da carcaça
Que enquanto se dilui, aos poucos passa
Em ossatura o prêmio desejado

Não deixo sobre a terra nem vestígios
Por sob a rota roupa sem litígios
Aos poucos, plenamente devorado...

MARCOS LOURES

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