domingo, 22 de maio de 2011

De tais adubos fétidos, as rosas
Transformam em beleza o que se faz
Deveras tão atroz e já nos traz
As sortes tantas vezes caprichosas,
Vencendo o quanto possas antegozas
O quanto se moldara em mundo audaz
Deixando este cenário para trás
As ermas noites são voluptuosas.
Vagando entre nuas paisagens
A lua desenhando tais miragens
Que possam permitir um sonho a mais
Trouxesse a mansidão que inda procuro
O tanto quanto possa ser seguro
Ainda que enfrentasse vendavais.


2

Fazem-se vigorosas e mais belas
As sendas em eterna primavera,
O quanto deste todo já espera
A luta quando nela tu revelas
Deixando para trás toscas procelas
O canto sem sentido degenera
Ousando acreditar em tais esfera
Aonde a lucidez domina as velas
E o barco penetrando em mar imenso
Tramando o que decerto quero e penso
Invisto meu anseio neste mar
Que possa novamente ter nas ondas
O quanto da esperança correspondas
Moldando a clara estrela a divagar


3

Das ostras frágeis nascem ricas jóias
E vejo a vida assim em fato e tese
O quanto na verdade se despreze
Traduz o que sonega tais tramóias
E quando no infinito nadas, bóias
O tempo noutro tanto já se preze
E mesmo quando inútil verso reze
Os passos sem descanso não apóias.
Espero esta incerteza que domina
A face mais audaz da nossa sina
Sentindo o que presume nova mente
O vento toma a praia e traz à areia
O quanto da saudade me incendeia
E espalha para além uma semente.


4

E dos vermes obscuros renascendo
A vida que se perde noutro instante
Meu tempo na verdade se adiante
Marcando o que perdera em vão remendo.
Apenas o que tento e agora entendo
A sorte se moldara entediante
E o passo noutro rumo, vacilante
O medo se anuncia e a dor desvendo.
Resulto deste ocaso aonde o todo
Trouxera simplesmente o que não veio,
Adentro esta esperança e sem receio
Nefasto caminhar imerso em lodo
Gerando o que pudera e não soubesse
Negando o quanto quero em vã benesse.

5

Assim a vida mostra que em verdade
O tempo não traduz o quanto quis
O verso se moldando mais feliz
Ou mesmo a fantasia que te agrade,
Anseio desvendar realidade
E nisto sou deveras aprendiz
Proponho muito além do quanto fiz
E sei que sorveria a claridade.
Não possa descrever o quanto reste
Do mundo que se mostre sempre agreste
Funérea sensação que me domina
Do todo que produz o mesmo nada
A sorte no vazio desenhada
A face demarcado esta assassina.




6

Riquezas que encontramos no caminho
São meramente enganos, nada mais
Os dias entre tantos vendavais
O canto se mostrando sem carinho,
Aonde em solidão tanto me alinho
Vencido por momentos tão venais
Enfrento os velhos erros virtuais
Sabendo do final turvo e mesquinho,
Apenas encontrando novo engano
O mundo se desenha em tom diverso
E sei quando em verdade ora me dano,
Tentando adivinhar o quanto verso
Montando este cenário mais prosaico
De um tempo quase morto, tosco, arcaico.


7

Formados por verdades e mentiras
Os dias que vivemos no passado
Aos poucos traduzindo cada brado
Tramando o que deveras já retiras
As sortes entre tantas interfiras
O quanto poderia ser alado
O verso noutro canto recobrado
Ainda quando tentas e me firas.
Aceno com meus erros e percebo
A vida como fosse um novo enredo
E tento quando muito e já me embebo
Ao tanto que pudera e não concedo,
O nada traduzindo o que recebo
O mundo se perdera desde cedo.


8

A proteção emana lealdade
E traça o que pudera desta forma
A vida noutro tempo se transforma
E gera o quanto pode ou mesmo agrade.
Quisera ter somente a liberdade
Sabendo da vontade que reforma
Um mundo sem sentido, onde deforma
A sorte que se molda ansiedade.
Vencido pelo quanto desejei
O amor que na verdade não viria,
Tentando simplesmente a alegoria
No quanto neste mar eu naufraguei
Ousando crer na dura fantasia
Fazendo da esperança, norma e lei.


9

Tu sabes, valorizo-te demais
Embora mesmo quando não vieste
Num mundo sem sentido ou mesmo agreste
Enquanto noutro enredo tu te esvais,
Vacante coração em temporais
A vida não traria o tom celeste
E sei do que pudera e se reveste
Na ausência do que possa ser bem mais.
O verso se desenha deste jeito
E tanto quanto tente e mesmo aceito
Vencido pelos erros contumazes,
As sortes que em verdade não mais trazes
Os olhos noutro enredo libertário
O sonho se mostrara temerário.


10

Pois sei de tua força e teu carinho
E embora tantas vezes, sonegaste
A vida se desenha em tal contraste
E neste desejar nada adivinho,
O quanto se pudera ser mesquinho
Ousando na esperança sem desgaste,
E possa traduzir o que tramaste
Gerando no vazio o velho ninho.
Apenas sei do quanto pude agora
E sinto o que de fato já se aflora
Moldando sem demora algum momento
Entregue sem saber o quanto dói
O mundo pouco a pouco se destrói
Enquanto a salvação, por certo eu tento.

11

Jamais permitirás que o sofrimento
Rondando o dia a dia de quem sonha
Trazendo a mesma face tão medonha
E nela o que se fez em desalento,
Ainda quando o todo agora invento
A sorte de tal forma se componha
Ousando merecer sorte que enfronha
Nos ermos do meu vago pensamento.
Mereço alguma sorte mais diversa
E sei do quanto o tempo desconversa
E gera outro cenário dentro em nós.
Meu passo se perdendo vai sem rumo,
E quanto da esperança ora consumo
Mesmo sem nada ver, decerto após.


12

Atinja destruindo o quanto pude
Traçar entre diversas caminhadas
A sorte quando tentas, finges, bradas
O corte se mostrando em magnitude
Apenas desenhando esta atitude
As sendas até quando iluminadas
Gerando a sensação que desoladas
Veredas na verdade nos ilude.
A porta se entreabria permitindo
O quanto se mostrara quase infindo
Agora desenhado no vazio,
Reinando sobre todo este tormento
O mundo que deveras eu invento
Traduz o quanto possa e não recrio.


13

Eu agradeço à sorte mais sutil
Ousando acreditar no que viria
Tentando elucidar tal fantasia
Enquanto o sonho em paz se perseguiu
O todo que se mostre tão gentil
A luta se moldando dia a dia
A noite noutro tom gera a harmonia
O medo com certeza não se viu.
Reparo cada fato e me concedo
Apenas o que possa mesmo ledo
Trazer outro momento em que eu pudera
Vencer os sortilégios desta luta
A noite na verdade não reluta
Alimentando enfim a dura fera.


14

Embora nunca a tenha conhecido
Percebo que talvez viesse logo
Gerando o que pudesse e quando rogo
O tempo se mostrara dividido,
O quanto se desenha sem sentido
As lágrimas nos sonhos eu afogo
E tanto quanto possa sempre jogo
O todo que deveras dilapido.
Não pude perpetrar este caminho
Que deva me trazer um tom daninho
Pousando noutro caos, a vida inútil,
O verso se mostrara bem mais fútil
Restando muito pouco ou mesmo nada
Da dita tantas vezes desenhada.

15


O fruto que ela teve em perfeição,
A vida se mostrara mais precisa
E sei da correnteza em leve brisa
Ou mesmo deste engano em precisão.
O tempo traz os dias que virão
E neles a palavra não divisa
A sorte que gerasse a mais concisa
Certeza do que possa desde então.
Renego cada engano, porém sei
Que tanto nesta vida eu já errei
E permaneço errado te buscando,
O tempo se desenha mais infando
E nisto prenuncio desde quando
A solidão se fez em regra e lei.

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