segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quanto tempo poderia a sorte ser diversa
Do todo desejado e quando desconversa
Remete ao que vivi e nada mais terei
Sabendo que o passado inteiro eu entranhei,
A vida se moldando embora mais perversa
Além da cordilheira em vagas noites versa
E trama o que seria apenas uma lei
No tanto quanto possa e não mais esperei,
Respaldos do que trago em tons sutis e rudes,
Mas sei quando em verdade apenas desiludes
Marcando com ferrenha e torpe dimensão
As tramas onde envolvo a mera sensação
Do que pudesse tanto e jamais desejara
Embora a solidão, expressa a voz amara.


Durante muito tempo em volta do que tive
Ainda que esperança, inútil tom cative
Encontro tais sinais do que se fez em vida
E agora noutro tom aguarda a despedida,
E bebo cada sonho enquanto mal estive
Na luta contra a qual uma alma já convive
Sabendo do cenário e desta ora partida
Aonde o que se vê presume uma saída,
Embora tanta vez o mundo se anuncie
Na força sem igual que possa e propicie
Alguma sorte além do tanto que pudera
Vencer numa tocaia a sorte em leda fera,
Agindo de tal forma o medo sobrepuja
Pintando da esperança, a mera garatuja.


Encontrei no passado os meus anseios tantos
E vi quanto tenaz o passo em desencantos
Vestindo a fantasia outrora mais sutil,
E o todo noutro instante aos poucos dividiu
Meu mundo sem saber aonde em raros cantos
Pudesse me mostrar além de vagos prantos,
O rumo sem sentido e o quanto o sonho é vil
E tento desvendar um passo tão gentil.
Ocasionando a queda em vagas caminhadas
Percebo quão cruéis as curvas desenhadas
Nas tramas onde o todo aos poucos se perdendo,
Deixando invés de sonho apenas um remendo
E o tempo não traria ainda o quanto possa,
Na luta que sei tanto ao fundo ser só nossa.

Jargões dizem da vida envolta em medos, quando
O tempo se transforma e tudo transmudando
Expressa a solidão, audaciosamente
E o corpo se evadindo, encontra o quanto mente.
A sorte desejada em ledo contrabando,
O canto anunciado, o mundo desabando
E o peso se soltando aonde plenamente
O corte se aprofunda e mata em tom premente
O fim do meu anseio em versos e temores,
Ainda sem saber sequer por onde fores
Tentando adivinhar o que não mais veria,
Ousando ter nas mãos, a mera fantasia,
Do todo sem proveito e o caos dentro de mim,
A vida determina; aos poucos o seu fim.


Nascido no vazio e filho do não ser
Apenas concebendo o quanto em desprazer
Pudesse desenhar em noite desumana,
O passo sem sentido; aos poucos já me dana.
E quantas vezes; tento um claro amanhecer
Sem nada mais sentir tampouco reviver
A vida se transcorre em dores, cega e insana
Palavra que apascenta agora desengana
O verso sem sentido e o tempo sem razão
A sorte se perdendo em rude dimensão,
Já não me caberia ou mesmo se tivesse
A luta não traria enfim a rara messe
De quem se fez aquém do quanto em tal poeira
Somente sem destino, afastando se esgueira.


Não tive melhor sorte e seguindo o caminho
Que leva à solidão enquanto em vão me alinho
Bebendo cada gole espúrio deste fel
Aonde quis somente um novo e claro céu,
O tempo mais atroz, audaz, quanto daninho
Encontra em meu rosal apenas vago espinho
E o corte se aprofunda, apenas mais cruel.
Não tenho solução e se tivesse? Nada.
A mesa já demonstra a carta antes marcada
E o vento leva além o quanto esperaria
Matando em nascedouro a mera fantasia.
O mundo sem saber do quanto posso ou tente,
Traduz o meu anseio, um mero penitente.


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Durante o que eu pensara em ser tranquila sorte
O zéfiro domina e sendo extenso e forte,
Traduz o quanto pude e mais não poderia
Viver o que sonhei em clara calmaria,
No tanto quanto pude enquanto me comporte
A vida se procura e tento num suporte
Vestir o que me cabe onde eu não mais teria
O tempo mais audaz em noite tão sombria
E nada do caminho envolto em cada instante
Aonde o que se possa em nada se garante,
Vivendo simplesmente o quanto ainda resta
A face da verdade, embora mais funesta
Expressa o temporal e nele me entranhando
Um canto aonde o quis suave e até mais brando.


Negando cada passo aonde pude ver
O tempo sem sentido e o canto a se perder
Nas tramas desta noite envolta em raras brumas,
Porquanto nada mais enquanto além tu rumas.
Ousara novamente a cada amanhecer
No encanto que a verdade espreita e sem se ter
Olhando para o mar, são fores as espumas
E nisto enveredando aonde não te aprumas.
Errático cometa, a vida não tem dono,
Revela cada passo imagem de abandono
E num momento atroz já não mais se consegue
Viver felicidade e o quanto a sorte regue
Tentando na colheita a rara florescência
Do tempo que sonhei; agora em decadência.


Num mundo aonde o corte expressa algum sentido
O verso se anuncia e sinto desvalido
Apenas o que trago, imensa solidão,
Marcando passo a passo, a rude dimensão.
O quanto te queira; o mundo resumido
O sonho sem proveito e o vento ora perdido.
A lenta face exposta em rude exposição
Aonde quis um vento, a vida em viração.
O manto sem valia, o que valera ao menos
Trouxesse dias tais, envolto em mais amenos
Anseios da verdade ou mesmo do querer,
Trazendo sem proveito o passo a se perder.
Não tive outra razão senão a mesma fúria
Que gera dentro da alma apenas esta incúria.



Porém a vida traz em sortilégio imenso
O quanto se pudera e nada mais compenso
No verso que se mostra em rude temperança
A luta quando toca e sei porquanto avança
Expressa a solidão, e rude mesmo penso
No canto que se perde envolto em clima tenso,
Seguindo cada passo e nele esta aliança
Expressa o que pudera ainda em esperança;
Resumos de um passado sem tempo e sem futuro,
O corte mais audaz, deveras configuro
E bebo em tom medonho o pouco que restou
Do mundo onde meu sonho deveras entranhou
E nada será meu; sequer o que eu queria
Apenas o vagar da torpe fantasia.

Negar o que esta vida expressa em tons diversos
Vagando sem sentido além dos universos
Marcados pelos erros e ledos desenganos
Dos dias mais doridos, e sei quanto profanos,
Os olhos procurando em rumos mais perversos
O quanto redimira em sonhos mais dispersos,
Vestindo esta ilusão assaz contraditória
Assim eu apresento início de uma história
Talvez mera ou banal, mas sei quanto foi minha,
Vestígios que acumulo em sorte mais daninha.


ENTRONIZANDO A ESPERANÇA


Durante tanto tempo, em plena adolescência
Ousara acreditar além desta ciência
Que traça sem sentido algumas dimensões
Diversas da que tenho em mágicos clarões,
No mundo o que se perde em tanta imprevidência
Traria o que tentasse; ainda em coincidência
Falando do que possa ou mesmo em emoções
Diversas da que trago e sei quanto inda expões.
Já nada mais teria o quanto desejasse
Sabendo de antemão o ledo desenlace
Aonde saboreio o que jamais concebo,
O amor sem solução a sorte que recebo
Invariavelmente expressa o quanto outrora
Tivera num momento enquanto a vida aflora.

Uma esperança além o tempo sempre dita
E quanto mais a vida em sonhos necessita
De um porto mais suave ou mesmo mais seguro
Expressa esta emoção envolta em ar mais puro.
Depositando o verso aonde se acredita
Nas tramas mais sutis e sei do que permita
Um tempo aonde o rumo entoa o que procuro
Saltando sobre o quanto impeça este alto muro.
Ao menos cada verso expande outra versão
E molda no sentido insólita impressão
De um canto mais suave, e sei bem mais gentil,
Do quanto se pudera e mesmo se previu
Ousando acreditar nas tramas onde um dia
O tempo noutro tom diverso entoaria.


Nascendo dentro da alma esta inclemente sorte
Sem nada que pudesse ou mesmo que a conforte,
Jamais aproveitando o tempo que se vê
Na luta desenhada, às vezes sem por que,
O canto que tentara e mesmo fosse forte
Deste redemoinho, o vento não comporte
A imensidão da vida aonde o que se crê
Perdera a direção e segue e não revê
Os erros do passado, o passo aonde um dia
Pudera acreditar em mera fantasia,
Que a juventude traz; e o tempo, logo esgota
Do tanto que tentei agora já sem rota,
Apenas esperei um dia mais suave,
Porém a vida grassa o passo quando a entrave.

Crescendo de tal forma; envolto em vãos anseios
Os olhos procurando em meros devaneios
Alguma fonte enquanto o mundo se moldara
Na fúria sem sentido, atroz desta seara,
Avanço e sem pergunta, o que valem rodeios?
Adentro sem defesa os mais diversos veios
E bebo mesmo quando a vida mais amara
Aos poucos se traduz enquanto desprepara.
Depois de certo tempo, o que resume o fato
Traduz o que me verdade eu perco e mal constato,
Gerando tão somente a sorte que não traz
Sequer o que pudesse e tento ser audaz,
Mas sei que com certeza o vento se esvaindo
Expressa o sofrimento, em rude mar infindo.

Nascendo desta aurora, um novo e iridescente
Cenário poderia e quando se apresente
Transcende ao quanto quis e nada mais tivera
A luta sem sentido, a face mais austera.
O corpo delicado a rota, o sonho e a mente
Ainda que decerto o encanto ora frequente
Marcando com ternura a voz mansa e sincera,
Mas nada disso expressa ainda a primavera.
Um gole de café, a sala, a mesa, a broa,
A vida noutro tom, a sorte ainda ecoa
Nos olhos de quem sente embora nada veja,
O mundo se aproxima e sinto em tal peleja
A rústica montanha envolta em brumas tais
Matando o quanto quis em sonhos magistrais.

Não pude e não teria a sorte que buscava,
O verso sem proveito a vida em fúria e lava,
A senda mais atroz e a mocidade morta,
Ao menos a ilusão abrira alguma porta,
Mas nada do que possa uma alma sendo escrava
Enquanto o passo além, o tempo aquieta e trava
Já nada mais teria e o quanto a sorte aborta
Expressa a solidão e nisto se comporta,
Qual fora a delicada e rude dimensão,
Da vida sem mais nada, envolta em solidão.
Aprendo com a dor e disto até me orgulho,
O mundo se anuncia a cada pedregulho
E nesta nova face os medos e as palavras
Ousando acreditar nas renováveis lavras.



A mocidade perde o que fora razão
E segue em noite escura, em volta da emoção
Jogada pelo canto embora tente crer
O quanto a vida traga envolto num prazer
O rumo mais audaz e nele esta amplidão
Expressa tão somente o tempo amargo e vão.
Depois de tanta luta; infausto caminhar
Envolto no vazio e possa me entranhar
Somente no que resta em rude senso crítico,
E vendo o que pudera em tom quase analítico
O tísico poeta agora já não segue
Nem mesmo a claridade insólita consegue
E vaga noutro caos envolto em plena bruma,
E sabe do que explode enquanto além se esfuma.

Mas pude acreditar durante algum momento
No quanto ainda resta ou mesmo busco e invento
Cerceios de uma vida em tom duro e fugaz,
O rumo se desenha e deixa para trás
O quanto poderia e nesse vão lamento
O canto que se ouvira, apenas sofrimento,
Expressa o que tentara e sendo mais mordaz
O mundo na verdade a morte cedo traz.
E nada do que um dia ousara ser diverso
Do canto aonde eu pude e sei deste disperso
Cenário já perdido ou mesmo por perder,
No quanto desejei apenas o viver.

Esperança decerto, amiga derradeira
Acolhe cada passo e nisto a sorte esgueira
Vagando sem um traço ou mesmo a dimensão
Do rústico cenário envolto na emoção
Jogada pela rua e nada mais se queira
Somente a luta amarga, e sei ser derradeira,
Noviço sentimento envolve o coração
E traz a cada queda o tom desta ilusão,
Jangada enfrenta o mar e sabe deste porto
Distante do que tento e bebo o semimorto
Cenário aonde a vida esboça a insensatez
Tramando o quanto a sorte, aos poucos já desfez.

Mas tendo esta vontade e nela o meu arrimo,
O quanto tento e vejo, ainda quando exprimo
Em verso mais sutil ou mesmo delicado,
No fundo o meu caminho há tanto destroçado
Olhando para a vida, em volta deste cimo,
O quanto não mais tenho, apenas mal suprimo
Esbarro no vazio e bebo o derrotado
Cenário sem proveito há muito derrotado.
E posso acreditar no fim que se anuncia
Matando pouco a pouco a leda fantasia
De quem quisera tanto e nada mais tivera
Apenas a palavra atroz, rude quimera.
O vento se perdendo em turbilhão e medo,
Aos braços do não ser, agora, enfim concedo.


Noite tempestuosa, em rude solidão
As trevas mais venais e o mundo em negação
Perdendo a direção seguindo sem sentido
O quanto de minha alma traduz o presumido
E agora se esvaindo, atroz embarcação
Que segue em mocidade, ausente algum timão,
E o tempo se perdendo em brumas; desvalido,
Já não encontro mais meu rumo: está perdido.
O vento toma todo este cenário e sigo
Tentando ao menos ter, ao fim algum abrigo
E sei que na verdade o mundo se esvaíra
Nas tramas duras, vis, mordazes da mentira.
E o velho camarada agora sem paragem
Em torno do que sonha, expressa uma miragem

Esperança fugaz, e mesmo reticente
Moldando o que pudera e nada se apresente
Senão a mesma face autoritária e rude
Do quanto mais quisera a morta juventude,
O todo que se perde; o nada que se sente
O verso sem sentido, o tempo, este inclemente.
Ousei acreditar além do que eu já pude
E nada poderia ou mesmo até transmude
O rumo onde se segue o fogo ora inclemente.
E tantas noites vãs repetem mesmo engano,
A cada nova etapa, aumenta o velho dano,
E o medo de seguir domina este cenário,
O ser que se isolasse, apenas solitário,
Ausenta da esperança e morre a cada dia.
Assim como morrera há muito a fantasia.

A primavera traz nos olhos a esperança
Da frutificação e após, enquanto avança
A vívida impressão quem sabe de colheita,
Mas quando na verdade o tempo numa espreita
Expressa a fúria intensa e aponta a velha lança
Matando em nascedouro a frágil confiança
O quanto se permite e nada mais aceita
Senão qual turvo corte em rota atroz e estreita.
O tempo passa e quando eu vejo o mesmo estio,
A primavera morta e campo onde desfio
Sem florescência alguma, apenas aridez,
O tanto quanto eu pude; aos poucos se desfez
Gerando sem sentido o tempo enclausurando
Um ar rude e pesado, ao mesmo tempo infando.


Não pude imaginar o fim desta estação
Apenas no vazio e sem a dimensão
De um novo renascer, aonde não florira
Aos poucos se desenha a face da mentira
E nisto o que pudera em luzes, ser verão,
Transforma qualquer sonho em mera solidão,
E a mágica expressão, deveras se retira,
Imola-se o apogeu negando a frágil pira.
O quanto poderia e nada mais se vendo
Expressa o quanto quis, e vejo após, horrendo,
Abortos da esperança aonde eu pude crer
Num tempo vigoroso em raro amanhecer.
Deixada a primavera, o quanto esperaria?
Se desde muito cedo o tempo nublaria?

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