Teus negros olhos, prenhes de candura,
fitaram-me sem pejos, mendicantes,
cobrindo-me com lavas escaldantes,
que até perdi o rumo e compostura...
Ah! Súplices olhares! Que loucura!
Daqueles que só lançam bons amantes...
Que não se vê nos olhos das bacantes,
E nem nos olhos da menina pura...
De mim arrancam mil suspiros roucos,
E de meus lábios tantos, tantos ais...
e me envenenam com seus mil quebrantos...
Despertam dentro em mim desejos loucos
daqueles que ninguém sentiu jamais...
Ah! Esses teus olhos de olhares tantos!
Edir Pina de Barros
Tocando com teus olhos minha face,
Marcantes emoções que me prometes
E quando nos meus braços te arremetes
É como ter um doce e manso enlace,
O todo noutro instante se mostrasse
Em festas, serpentinas e confetes,
Do Paraíso são belas maquetes
Enquanto cada olhar teu me tocasse.
Percebo o quão eu possa ser feliz,
Traçando em versos toda esta vontade
Marcando o quanto a vida em luz invade
E o quanto deste encanto já se faz.
Tramando quais faróis em noite rara,
Profundidade da alma se escancara
E vejo finalmente o amor em paz.
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