quinta-feira, 28 de julho de 2011

CARTAS EXPOSTAS

Um gole da aguardente, o bar, a noite,
O medo do abandono e a voz macia
De quem há tanto tempo poderia
Vencer a tempestade que me açoite.

Enquanto a realidade de um pernoite
Expressa tão somente esta agonia,
O vento torna a vida bem mais fria,
Sem ter quem me proteja ou mesmo acoite.

E nisto se proclama num ditame
O quanto poderia e não se mais clame
Uma alma sem valia, sem certezas.

As cartas sendo expostas, velhas mesas,
Um canto que se escuta ao longe traz
A dor sem mais sentido. Contumaz.

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