sexta-feira, 18 de maio de 2018

PÂNTANO


Ao pântano das dores
Terrível charqueada
Aonde desolada
Percebo se não fores

Aquém das vastas cores
Prenúncios de alvorada
Há tanto anunciada
Em belas, fartas flores,

Mas primavera morta
No amor quando se aborta
A imensa majestade,

O cardo toma o campo,
A lua; um pirilampo,
E a cena se degrade.


MARSO LOURES

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