quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

MITOLOGIA ESTONIANA

MITOLOGIA ESTONIANA


1

Äiatar

Äiatar; um demônio feminino
A filha do diabo tão somente,
E assim o mais amargo e imprevidente
Perdendo o dia a dia em desatino,

E quando deste fato eu determino
O todo que deveras se pressente
A morte noutra face traz demente
Olhar sem ter um brilho cristalino,

A luta se desenha mais cruel
Enquanto em tal desdita amargo fel
Expressa o que pudera e não viera,

Assim após a vida em tanto engodo,
O fim já completando o tenso lodo,
E a sorte se anuncia rude e fera.


2

Äike

Domina sobre os céus em tempestade,
Ruidosamente ouvindo além o brado
Do deus que se mostrara enquanto invado
Seu duro caminhar; ferocidade,

Äike nos transformando já degrade
O mundo em tais terrores, desagrado
Gerado por trovões e neste fado
O tanto não presume liberdade,

Ainda que pudesse crer além
Apenas o tormento me contém
No rude temporal que se aproxima,

A vida num infausto se permite
E traça da esperança um vão limite,
Negando, no final alguma estima...


3

Ebajalg

Redemoinho traz em malfazejo
O demoníaco cenário atroz
E deste desenhar sem nada após
O quanto em árduo rumo enfim prevejo

Ebajalg transformando do azulejo
Celeste este momento mais feroz,
Qual fora da esperança o rude algoz
Deixando sem sentido algum desejo,

Evado-me do sonho e em vão procuro
O tempo onde eu pudesse; mesmo escuro
Traçar a redenção de uma esperança;

Porém já tão cansado e sem futuro,
Apenas no vazio eu me asseguro
E a vida sem destino ao vão se lança.

4

Ehaema

A mãe crepuscular, um elfo traz
Ao fim da tarde a bruma e se vendo
O mágico momento se perdendo
Neste cenário vário e até mordaz,

O passo que pudesse ser tenaz
O sonho mais feroz ou mesmo horrendo
A vida de tal forma se tecendo
Deixando a coerência para trás.

Na mágica presença do crepúsculo
O quanto se tentara ser maiúsculo
Por vezes traduzindo um tom diverso

Ehaema ditando o anoitecer
Ao mesmo tempo dor, medo e prazer
Caminhos para o qual, deveras verso.

5

Eksitaja

Espírito maligno desnorteia
Quem entra nas florestas, bosques, matas
E quando de tal forma te arrebatas
A sorte com certeza segue alheia,

Eksitaja tramando em armadilhas
Os passos que pudessem ser mais firmes
E quanto mais espúrio reafirmes
Diversos os caminhos que tu trilhas

Assim ao desenhar a vida em fonte
Além do que pensara por ventura,
Fortuna que se quer e se procura
Aquém do quanto sonhas já desponte.

E desaponte mesmo em mau presságio,
Gerando da esperança algum naufrágio.


6

Haldjas


A Fada, o Elfo um ser em proteção
Tomando para si o que deseja
E nisto com certeza já proteja
Marcando com vitória a direção,

Haldjas diversos que virão
Trazendo o quanto mesmo em benfazeja
Visão outro momento se preveja
Traçando a mais sublime dimensão,

Assim ao presumir o que virá
A sorte transformada num maná
O tempo anunciando claridade

E tendo o protetor que enfim nos guia
Bendita esta certeza dia a dia
E nela todo o bem em paz invade.


7

Hall

Malária em febres várias, repetidas
Trazendo tantas vezes leda morte,
O quanto em dura senda se comporte
Ceifando sem sentido tantas vidas,

Hall traduzindo enfim as já sentidas
Terçãs, quartãs e tantas quanto o aporte
Da tétrica emoção não mais suporte
Em pântanos e charcos, tristes lidas.

O medo se espalhando quando a peste
Sem ter qualquer controle assim investe
Impaludismo gera este temor,

Estoniana forma em Hall se vê
E assim a vida segue em vão por que
Gerando a febre atroz, imensa dor.

8

Hingeliblikas

Hingeliblikas traz alado encanto
E segue em noites tantas, qual falena
Vagando sem destino quando acena
E nisto pousa além em qualquer canto,

Espírito que assim se faz e tanto
Pudesse adivinhar ou mesmo em plena
Verdade se traçando onde envenena
Marcando cada passo em tal quebranto

Quando em fototropismo se percebe
A frágil consistência desta sebe
A luta se perdendo no final,

Destarte este momento em turbilhão,
Mostrando tal vigor e imprecisão,
Tramando o quanto resta desigual.


9

Hingeloom

Espírito que possa se alojar
Em animais e seres tão pequenos
E nisto outros momentos mais serenos
Não posso e nem consigo imaginar,
Do verme que se mostre a rastejar
Dos sonhos entre caos, medos venenos,
No inseto que perturba ou mesmo menos
A sina se desenha a se mostrar,
E assim o quanto possa na verdade
Hingeloom transformando em multiforme
O quanto poderia ser enorme
E vejo na maior simplicidade,
Os ermos do infinito e do destino
Cenário que decerto eu não domino.

10

Hoidja

O protetor que traça o dia a dia
Hoidja já nos permite um passo a mais
E vendo após os tantos temporais
O quanto na verdade não teria,
A luta se desenha e moldaria
Apenas os momentos terminais
E nestes meus anseios perco o cais
E o tanto quanto quis não caberia,
Porém quando guardado por tal deus
Os dias que pudessem serão meus
E os passos com firmeza, a cada instante.
Na força em proteção eu me asseguro
E vejo mais suave o meu futuro
Ao ter quem tanto em brilhos me garante.


11

Hämarik

A bela deusa virgem em tom brumoso
Transcende em raros tons diversos, grises
E quantas vezes tentas ou desdizes
O mundo que se fez tão caprichoso,

Hämarik em tom sutil, crepuscular
Domina este cenário em raro sonho,
E quando nos teus braços me proponho,
Apenas o vazio a me guiar,

Anseios de diversas magnitudes
Na virginal superna criatura,
A vida se desenha e se assegura
Enquanto a cada passo tu transmudes

E sigo sem temor este caminho
E assim nos braços mansos, busco o ninho.

12


Hännamees

Demônio que servil traz o que possa
Ao dono que o domina plenamente,
Riqueza, uma ventura e se apresente
Das dádivas diversas cada roça.

Ao criador, seu amo este leal
Diabo já sustenta enaltecendo
Trazendo a quem o tem tal dividendo
Em ato mais atroz, rude e venal.

Hännamees se propondo de tal forma
Que nada mais maltrate quem o cria,
E assim além do quanto em fantasia
Em vaga insanidade se transforma,

Fortunas tão diversas num momento
Tramando do terror um duro alento.

13

Härjapõlvlane

Härjapõlvlane mostra este poder
Embora em pequenez se demonstrando
Num ar tanto temido, este nefando
Cenário se adivinha e posso ver,

O quanto este duende me faz crer
No passo sem destino ou mesmo quando
O mundo noutro rumo desviando
Tramando qualquer tom dor ou prazer,

E vendo o sortilégio desta dita,
Ao passo onde a verdade se credita
Expressa o que puder diversidade,

E ao mesmo tempo diz em plenitude
O quanto com certeza; assim ilude
Quem busca sem sucesso a realidade.

14


Ilmaneitsi

Virgem do Céu a deusa se apresenta
Sublime em liberdade, além do quanto
A vida se mostrando em desencanto
Vencendo a cada dia uma tormenta

Ilmaneitsi desvenda e me apascenta
Marcando o dia a dia em tal encanto,
E nisto o que se queira busco e canto
Tentando apaziguar dor violenta.

Vagando pelo espaço sideral
Falenas, as estrelas vão além
E o tempo quando em sorte nos provém

Expressa o que tentara bem ou mal,
E o passo se transforma em redenção
Marcando os dias claros que virão.


15


Ilmarine

Ferreiro magistral o criador
Do sol, da lua e tantas coisas mais
Traçando nos espaços siderais
O quanto poderia em rara cor,

Ilmarine domina esta arte e traz
Nas mãos poder sublime e com beleza
Expressa do universo esta grandeza
E nela o quanto molda mais capaz;

Forjando as maravilhas, noite e dia,
O tanto quanto queira nos mostrando
Num tempo mais sublime, o rumo quando
Moldara com perfeita sintonia,

Artífice deidade transcende à luz
Enquanto um sonho em vida ele produz.


16

Ilo


O deus em alegria nos festejos
Trazendo nos banquetes tom suave
Ousando em liberdade nada o trave
Nem mesmo ditos rudes, malfazejos

E sei do quanto possa em seus desejos
Anfitrião sobejo nada entrave
O passo onde sutil o sonho enclave
E marque com anseios tons sobejos.

Assim na plenitude cordial
Ilo traduz o quanto possa sem igual
Ditar outro momento em plena paz,

E o tempo se apresenta e me conforme
Num ato tão gentil sublime, enorme
Que a sorte neste instante já nos traz.

17

Jumal

A deusa que domina a passarada
Traçando a cada instante a migração
O reino em sublime dimensão
Da sorte tantas vezes desejada,

Palavra que pudesse mais ousada
O manto se desvenda em amplidão,
E sei do quanto tente e até verão
Depois do tanto, mesmo o quase nada.

Voando em liberdade ganha os céus,
E adentra o paraíso em raros véus
Jumal se traduzindo de tal forma

O quanto se resume cada sonho,
E nisto com certeza eu me proponho
Enquanto a própria vida nos transforma.

18

Juudaline

Satânica figura dominando
O Inferno onde se faz a majestade
E nisto a cada instante mais degrade
Gerando este cenário mais nefando

Juudaline traduz o mundo quando
O tempo sem sentido e claridade
Presume o quanto nega em liberdade
O todo num instante desabando,

Assim se presumindo este nefasto
Cenário e quanto posso mais me afasto
Tentando após a vida, ao menos paz,

Mas sei do temerário rumo; ardil
Que apenas quem conhece sabe e viu
Concebe o quão se mostra tão mordaz...

19

Järvevana

Este ancião que vive nalgum lago
E dele toma conta e se alimenta
Vencendo a sorte atroz e violenta
Enquanto noutro passo além divago,

O quanto da esperança ainda trago
A vida noutra face se atormenta
E bebe esta verdade mais sangrenta
Tramando a cada instante o passo vago.

Järvevana este velho sabe bem
E quando a tempestade atroz já vem
Domina os seus anseios mansamente,

A vida de tal forma se apresente
E nisto este cenário em turbilhão
Às vezes apascenta ou é tufão...

20

Kaevukoll

O bem se revelando vez em quando
Mudando o dia a dia mais atroz
O passo que pudera ser feroz
Num ato mais suave se abrandando,

Kaevukoll assim se revelando
Transplanta neste rio nova foz
E vejo a calmaria logo após
O dia que soubera mais infando,

Presume-se deveras novo rumo,
E sendo de tal sorte o que consumo
O tempo se anuncia mansamente

E o quanto se fizera noutro tom,
A vida desenhando o raro dom
Que a cada novo dia se apresente...

21

Kalevipoeg

Este gigante heróico que reinara
Por toda Estônia dominando além,
Gestando o que decerto já convém
Tornando bem mais forte tal seara,

O quanto se anuncia e se prepara
A vida noutro passo e diz de alguém
Que tanta maestria sempre tem
E nisto eternidade demarcara.

Um rei com força tal em heroísmo
Vagando sem temer o cataclismo
Gerando tão somente a liberdade

De um povo e se mostrando muito mais
Supera desta vida os temporais
Kalevipoeg, traz hoje saudade...



22


Kalm

A morte sorrateira toma espaço
E nada resistindo a quem domina
E traça finalmente a dura sina
E neste descaminho eu me desfaço,

O quanto poderia, mas escasso
O mundo noutra face; cristalina
Agora a todo instante determina
O olhar sem direção ausente e lasso.

Kalm divindade rude e assim fatal
Transcende ao quanto estende em tom venal
Traçando este final mais corriqueiro,

Porém é necessária tal viagem
E o corpo transformando a paisagem
Apodrecido rege outro canteiro.

23


Kalmuneiu

Menina sepulcral a virgem traz
Nos olhos o pavor, temor atroz
De tantos sortilégios leda foz
E nisto este cenário tão mordaz.

O passo que tentara ser tenaz
Expressa em desengano os velhos nós
E mostra este vazio, rude algoz
Na vida desenhada, mais fugaz...

Kalmuneiu, menina dos sepulcros,
Enquanto a vida traz diversos fulcros
Os ermos que virão após a morte,

Quem sabe? Do infinito Céu ao nada,
A vida se mostrando em vã florada,
Desenha no final a mesma sorte.

24


Kaval-Ants

Ao trabalhar nas terras do diabo,
Kaval-Ants engana-o; deveras
E mesmo quando vendo astutas feras
Num ato mais diverso ora desabo

E vejo em tal momento o que se creia
Gestando sobre o tétrico caminho
E nisto se adivinha o quão daninho
Cenário traduzindo em sorte alheia,

Vanapagan assim sendo enganado
O tempo vingativo traz na argúcia
O quanto se transcende em tanta astúcia
Mudando com certeza o ledo fado,

Cem anos de perdão? Não acredito,
Num antro tão nefasto quão maldito.

25

Kodukäija

Fantasma que tão inquieto não sossega
E traça a cada instante outra artimanha,
A vida se desenha e mesmo entranha
A sorte que se veja sempre cega,

O tempo noutro rumo já navega
E bebe sem sentido a velha sanha
E o vento se transcende quando ganha
O todo se produz em rara entrega,

Poderes variados vêm no olhar
De quem sabendo sempre o caminhar
Enfrenta os temporais e segue além,

Destarte o que se vendo não comporte
A luta num caminho mesmo forte,
Kodukäija no astuto passo vem...

26

Koerakoonlane

Guerreiro demoníaco trazendo
Canina face e trama sempre atroz
O bote desenhado em rudes nós
Deixando uma esperança como adendo,

O tempo se moldando neste horrendo
Palco aonde o todo toma a voz
E nada se veria logo após,
Somente o tempo aos poucos se perdendo.

Quando Koerakoonlane se aproxima
E muda com certeza todo o clima
Gerando a tempestade, os vendavais

A vida se desenha em dor e medo
E quando de tal forma me concedo
Espero os dias rudes e venais.

27


Koit


O amanhecer sublime em claridade
Domina este horizonte e vejo o quanto
Meu verso se envolvendo em tal encanto
Enquanto a fantasia em paz invade,

O mundo que se fez em tempestade
Ao ver este momento enquanto canto
Tramando muito além de algum quebranto
E nisto se renova a humanidade.

Koit este amante eterno da jovem bela
Que no crepúsculo divino revela
O dom em magistral face sublime,

Hämarik que em total, vã plenitude
Enquanto noutro tanto em juventude
Expressa o quanto possa e nos redime.


28

Koll


Espectro de tal forma se apresenta
Vagando sem sentido e sem um porto,
O sonho; há tanto tempo estando morto,
A luta se transforma em tal tormenta

E quando outro caminho a gente tenta
Apenas se traduz em novo aborto,
E vago sem sentido em tom absorto
Bebendo a sorte amarga e mais sangrenta.

Navego sem sentido em mar nefasto
O tempo sem proveito apenas gasto
Na espera de algum cais que nunca veio,

E colho das daninhas; outro feixe
E o tanto que pudesse; nada deixe
Koll me levando atroz em devaneio...

29


Kolumat

Espectro representa a face dura
Do humano que se fez além da vida
E traça a sorte audaz e desprovida
Enquanto este terror além perdura,

A sorte sem sentido configura
Gerando a mesma face decidida
E quando pouco a pouco dilapida
A cena se apresenta amarga e escura

Kolumat traduzindo a dimensão
Do espectro sem caminho e sempre em vão
Marcando com terror meu dia a dia,

Ainda que pudesse nada tenho
Somente o que decerto em ledo empenho
Transcende à própria sorte mais sombria.


30

Kuu


Deitando sobre nós; a imensa e nua
Beleza prateada em noite clara,
O quanto deste sonho se declara
Trazendo em seu olhar a deusa lua

Kuu nos demonstrando além cultua
A sorte que deveras se prepara
E trama com certeza a jóia rara
Que tanto poderia e além flutua

E um trovador se mostra enamorado
Tentando a cada instante um novo Fado
Marcado pelos raios, divindade

Tramando em raios nobres o que tange
A vida num momento unindo em flange
O bem que tanto quero e assim me invade...



31

Lapi nõid

Na Lapônia vagando em noite escura
Trazendo na magia a força plena
E quando a cada instante nos condena
À morte sem perdão, e assim tortura

O quanto poderia de brandura
Agora noutra face já se acena
E o manto que pudera e não serena
Expressa tão somente esta amargura

Lapi nõid esta bruxa nos trazendo
No caldeirão diversos elementos
E os dias com certeza mais sangrentos

O quanto se apresenta em tom horrendo
Marcando com temor o dia a dia
E nesta caminhar nada eu teria...


32

Külmking

Espírito profano rege a sorte
De quem se fez atroz, mesmo cruel
E vejo a vida assim em medo e fel
Sem nada que deveras nos conforte,

O tempo se desenha em vago porte
E o preço a se pagar tem seu papel
Marcando o que pudesse em rude véu
E o manto se anuncia em duro corte

Külmking de um morto espírito venal
Trazendo a cada instante o mesmo mal
E nisto sonegando uma esperança

E quando a vida além já nada alcança
Somente o que tentara em fato e medo,
Apenas ao vazio em me concedo...

33

Kääbas


A morte este ditame que não cessa
Nem mesmo poderia noutro rumo
Trazer o que decerto em mim resumo
Marcando invalidez desta promessa,

O quanto no vazio se tropeça
E o tempo nos tomando todo o sumo,
Aos poucos meu passado quando exumo
Somente o nada ter assim se expressa

E o quanto poderia e nada vejo
E neste perecer um malfazejo
Cenário me esperando e nada mais,

Os olhos sem sentido, a vida atroz
Negando o que pudera em minha voz
Preparo a cada dia os funerais.

34

Laurits

Da divindade em luz, um São Lourenço
Trazido pelo tempo em nova face
Aonde com certeza se mostrasse
O quanto noutro rumo quero e penso,

Laurits traduzindo o quanto extenso
Caminho se desenha sem impasse
E o tempo noutro tanto nada embace
Vagando sem temor um mundo imenso,

Sincrético cenário se aproxima
E molda com certeza um vário clima
Pousando no infinito em farto brilho,

Assim quando deveras me entregando
Sem preconceito algum desenho um brando
Momento em cuja estrada, agora eu trilho...

35

Leiger


Gigante que habitando um paraíso
Nesta ilha de Hiiumaa em plena Estônia
A sorte se desenha e assim campônia
Cevando o quanto quero e mais preciso

E o tempo se anuncia de tal forma
Que quanto mais atroz o passo venha,
A vida se desenha em brasa e lenha
E todo o caminhar em paz transforma,

E Leiger num cenário mais sutil,
O encanto noutro prazo se arremete
E o mundo se desenha e se repete
Trazendo a todo olhar o quanto viu.

Descrevo com meu verso tão somente
O que a alma sem juízo quer e sente...


36

Libahunt

Nas noites, lua cheia se percebe
A fúria dominando em cada uivado
O tempo noutro instante desolado
Tomando em tom atroz inteira a sebe

E quando deste espanto se concebe
Tornando o meu caminho em desagrado
Errático caminho desvendado
E dele se anuncia o quanto embebe

Vagando sem sentido, sexta feira
A fera se mostrando em altaneira
Imagem, devorando sem perdão

E assim ao se mostrar em tom feroz
O tempo noutro instante traz este algoz
Libahunt homem lobo assombração...


37


Lummutis


Fantasma horripilante em noite escusa
O tempo se traduz em medo e tédio
O quanto se pudera sem remédio
A vida noutro passo se entrecruza

Lummutis nos trazendo tal pavor
Invade o pensamento e o dia a dia
Na face mais atroz, mesmo sombria
O todo poderia em tal horror

Vestindo a face dura e mais cruel
Tecendo em pesadelos cada noite,
O tempo se transforma em rude açoite
A sorte se traduz em ledo fel,

Assim já nada cabe em esperança
E a vida sem sentido em luta avança...

38


Luupainaja

Luupainaja domina em pesadelo
A noite de quem tenta algum descanso,
E quando outro momento não alcanço
Sequer posso em verdade percebê-lo,

O tempo se anuncia em tal desvelo
E o verso se traçando e onde me lanço
Na busca por quem sabe algum remanso,
O todo noutro passo em ledo zelo,

Assisto à tempestade em sono e sonho
E o vento se escancara em tal tormenta
Apenas o vazio me apascenta

E o quanto se anuncia em tom medonho
Expressa muito mais do que proponho
Tornando a vida rude e mais sangrenta.


39


Maa-alune


Doenças, pragas, pestes dor e medo,
Maa-alune nos trazendo este cenário
Além do que se vira temerário
Aonde cada passo é um degredo,

O mundo sem sentido onde concedo
O sonho noutro rito, imaginário
E vejo tão somente este adversário
Trazendo em minha vida o desenredo.

Das profundas da Terra este ser vil
E o quanto deste nada sou servil
Tentando apaziguar o vendaval,

De nada me adianta tal intuito
O sonho se mostrando tão fortuito
O muito se apresenta então venal...

40


Maaema

Mãe Terra, a Natureza tão sublime
Maaema se expressando soberana
Enquanto o ser humano; já profana
Sem nada que decerto inda a redime

A cada novo dia mais um crime
E toda esta incerteza ao fim nos dana
E marca com a fúria desumana
O preço que se paga nos deprime.

E a morte quando feita em morte e medo,
Gerando o destempero e desde cedo
A sorte se desenha em rude passo

E quando procurasse algum alento
Em neve, no granizo, estio e vento
E sem sentido algum, tudo desfaço...


41

Maajumalad


O deus da Terra toma plenamente
O tanto quanto possa em suas mãos
Tentando cultivar diversos chãos
Traçando cada passo onde apresente

A vida noutra face mais contente
E nisto nós seríamos irmãos,
Porém estes caminhos ledos, vãos
Expressam o que eu quero ou mesmo tente.

O tempo noutro tanto se transmite
E o corte se apresente sem limite
Vestindo a mais dispersa fantasia

E o medo de um futuro mais vazio
Maajumalad expressa o desafio
E o todo no final nada traria.

42

Majauss


Como cobra-da-grama a protetora
Imagem que traduz a divindade
Que tantas vezes tente e nos agrade
Marcando o quanto possa e além se fora,

Assim a sorte mesmo ditadora
Tentando a mais sutil felicidade
Gerando noutro tom tranqüilidade
Q quem se permitira sonhadora.

A vida se transporta e muito além
O quanto na verdade já contém
Expressa o dia a dia em tom sublime

O mundo tantas vezes mais atroz
Ouvindo a mais suave e calma voz
De toda a tempestade nos redime...

43

Mana

A morte ultrapassando o próprio tempo
Transcende ao que pudesse ser além
E o tanto na verdade não convém
Marcando o dia a dia em contratempo.

Espero num alento que não veio,
Mana grassando assim em tempestade
Tomando o que deveras já degrade
Moldando o dia a dia em tal receio,

Meu passo se perdendo sem sentido
O corte se aprofunda e nada levo,
Tentara pelo menos ser longevo,
Porém esta esperança enfim olvido

E o medo se anuncia a cada engodo,
E o tanto se resume agora em lodo.


44

Manala

Após o final vejo somente
O reino sem sentido e sem por que
E o tanto quanto quis já não se vê
Negando com certeza este semente

Ainda que deveras busque e tente
O tempo noutra face se descrê
E marca o que pensara e se revê
O dia que decerto violente

Manala me esperando, e sei que a morte
Porquanto muitas vezes nos conforte
Traduz a fúria e o medo e nada mais,

Depois de tanta luta o que veio
Expressa o caminhar em tal receio
E nisto se traduzem funerais...

45

Manalane

Um sonho mais diverso poderia
Trazer alguma paz, mas nada tendo
Somente este caminho onde desvendo
A sorte na terrível agonia

Futuro em Manalane, noutro dia
O marco se desenha agora horrendo
E o preço se pagando em tal remendo
Ao fim mais dolorido levaria,

Mortalha se ascendendo ao sonho atroz
Já nada mais contendo em leda voz
O corte, a morte, o fim e nada além

E quando neste palco a vida traça
A sorte se traduz feito fumaça
E após somente o vago ainda vem...

46

Marras

Espírito da Morte dominando
O quanto poderia e nada vivo,
O resto dos meus dias, lenitivo
O peso pouco a pouco me tombando,

E o verso se anuncia desde quando
O corte se moldara e assim me privo
Do quanto mais quisera e sobrevivo
Apenas tão somente em ar infando,

Vasculho dentro em mim e nada vejo
Tampouco o que pudera em benfazejo
Delírio se mostrando em luz fugaz,

O todo que tentara não existe,
O canto se anuncia agora triste
E o desespero aos poucos já se faz...

47

Mereveised


Sirenas adentrando o pensamento
E vejo tão supremas criaturas
E quando de tal forma configuras
O sonho aonde busco e sempre tento

Vencer o que pudesse em vão tormento
Em noites repetidas, vãs e escuras,
Marcando com terror as amarguras
Deixando para trás o manso vento

Mereveised divinas; ouço a voz
Inebriado adentro logo após
Este oceano feito em ilusão,

Porém quando eu acordo e vejo solidão
Momento sem ternura, ledo e atroz
Somente os dias turvos se verão...

48

Metsaema


Floresta se desenha em esperança
Metsaema protege toda a mata
E o quanto na verdade isto retrata
O passo quando além procura e lança

E mesmo que deveras não alcança
Fortuna tantas vezes tão ingrata
Vestindo em cinza o céu nada resgata
O mundo em dor intensa o corte avança;

E o preço a se pagar nega o futuro
Tornando o dia a dia mais escuro
Sem ter sequer a sombra do que um dia

Tramasse em harmonia o já perdido
Momento onde deveras dilapido
O quanto na verdade inda queria...


49


Metsavana


Morando na floresta este ancião
Que possa nos trazer diverso rumo,
Enquanto noutro passo desaprumo
Espero inutilmente a solução

Os dias com certeza não verão
O quanto num verão atroz me esfumo
E o todo se traduz em vão resumo
Sem ter sequer saber de direção

Metsavana expressando a dor maior
E o tempo noutro engano traz de cor
O tanto em pequenez que esta alma tece

E quando se deseja melhor sorte,
Ainda que outro passo não suporte
A vida se tramando em rude messe.


50

Metsik

Fertilidade traz em novo dia
O quanto esta estação não quis saber,
O mundo noutro passo se faz ver
Marcando quanto tento e não podia

Vencido pelo caos, farta agonia
A sorte se desenha em desprazer
E o passo noutro rumo a se perder
E nada mais deveras se veria

Somente o desacordo que hoje trago
E quando se presume atroz estrago
O fardo sobrepõe-se em tom venal,

E o tanto que se quis e nada vinha,
Vontade se anuncia e se foi minha
Agora invade a sorte noutro astral.



51


Mumm

A noite se apresenta mais brumosa
E o tempo que pudesse apascentar
Agora sem estrela e sem luar
Apenas solidão já se antegoza.

E vendo tal espectro em pedregosa
Noctívaga loucura a se embrenhar
Aonde poderia imaginar,
A sorte se desenha caprichosa

Mumm adentrando a sala; chega ao quarto
E o quanto se quisesse em paz já farto
Do todo sem sentido em tom atroz,

Fantasma do que fora e não voltara
A dita se tornando mais amara,
A solidão tomando a minha voz.

52


Murueide e Tütred


Tão belas criaturas, ditam rumos
Diversos do que possa tal beleza
E a sorte se anuncia agora presa
Aos ermos desta vida em torpes sumos,

E quando se imaginam, vagam fumos
E traçam o que possa em tal surpresa
Deixando mais vazia a nossa mesa
Da morte são deveras tais resumos,

E o vento congelando em tez sombria,
A neve se espalhando nada cria
Somente esta mortalha e nada mais,

De Murueit; são filhas, na verdade
Murueide formosa, em tempestade
Tütred se transformando em temporais...


53

Murueit

Do império aonde os mortos restam vejo
Espírito diverso em feminino
Momento onde decerto eu descortino,
O quanto se pudera em vão ensejo,

A força da Natura em tal floresta
Traçando mesmo a Terra em tom sombrio
A cada novo passo eu desafio
O quanto de esperança ainda resta,

Vagando sobre a morte e suas cruzes
Ousando acreditar noutro caminho,
Porém somente ao duro e tão mesquinho
Cenário em turbilhão tu me conduzes,

Dos vórtices invadindo cada passo,
O sonho se perdendo, mero e escasso...

54


Olevipoeg

Olevipoeg o herdeiro que pudera
Traçar outras cidades mais além
Kalevipoeg traz e mesmo vem
Ousando sem querer sequer espera,

Qual fosse Santo Olavo, a sorte impera
E marca outro cenário aonde o bem
Persiste e se traçando enquanto tem
A sorte mais sutil da primavera,

Seguindo do gigante cada passo,
Expressa o que decerto eu tento e faço
Na venerada face deste rei,

O tempo se anuncia em tom sublime
E cada novo passo se redime
Do quanto sem sentido outrora errei.


55

Painaja

A noite adentra o pesadelo e nada traça
Somente o desafeto em tom venal
E o quanto poderia menos mal
A sorte se moldando qual fumaça,

Porém vejo esta cena mais devassa
E o tempo se desenha em ledo astral
Buscando neste tom consensual
Painaja na verdade também passa...

Mas sei quando ele vem atormentando
A noite em tempestade desde quando
O rumo se perdera e sem o norte,

Já nada mais coubera dentro da alma,
E quando no final gerando o trauma,
Deveras nada mais, pois me conforte...


56


Pardiajaja


Guerreiro que satânico se faz
Numa metade um homem simplesmente
E nisto outra metade se apresente
Na face mais cruel de Satanás,

E o quando se pensara haver em paz
Agora noutro engodo se desmente
E o tempo com terror ora apresente
O passo sem sentido e mais mordaz.

Pardiajaja trama num momento
O temporal e traça o desalento
Aonde quis apenas claridade,

A guerra não sacia este demônio
Que gera e se alimenta em pandemônio
E a cada instante a mais tudo degrade.


57

Peremees

O Mestre que decerto traz em si
Todo o conhecimento, uma resposta
Ao quando na verdade por proposta
O mundo noutro passo eu conheci,

E sinto tantas vezes por aqui
A face da esperança decomposta,
Mas quando no final tanto desgosta
Erguendo o que de fato eu concebi,

Peremees ensinando o que pudesse
Trazendo a quem ouvisse toda a messe
Que possa emoldurar sabedoria,

Assim o tempo avança em doce alento
E quando acompanhar o Mestre, eu tento,
Meu passo a cada instante distancia...


58

Pikne

Uma explosão nos céus, este trovão
Ruidosamente traz a tempestade
E quando noutro fato se degrade
O tempo molda em si a negação,

E os dias que deveras poderão
Traçar além da turva claridade
O quando ainda resta em liberdade
Marcando com terror; outro verão.

Pikne ao nos traçar este caminho
E nele se desenha o mais mesquinho
Cenário sem descanso em temporais

Gerando em desacordo o cataclismo
E quando sem sentido ainda cismo,
Os dias se anunciam tão venais.

59


Pisuhänd

Trazendo boa sorte, este duende
Com caudal feito em fogo se anuncia
E vendo o quanto possa em fantasia
A sorte de tal fora ora depende

Pisuhänd enquanto além se estende
Deixando para trás leda e sombria
A dita que gerasse uma agonia,
E nisto outro caminho em paz se rende,

Fortuito caminhar em noite escura,
Ainda traz o quanto se procura
Ao perceber o imenso fogaréu

Deixado como marca no caminho
E quando deste sonho eu me avizinho
Pressinto bem mais perto o imenso Céu...


60

Põrguneitsi

Do inferno a virgem bela em ar venal,
Põrguneitsi transcende ao quanto possa
A vida penetrando em dura fossa,
Marcando o dia a dia, em tom fatal,

Resumo de outro tempo e bem ou mal
Quando esperança toma e nos apossa
O todo se anuncia enquanto endossa
Vagando sem sentido pelo astral,

Até que da mortalha e deste luto
Jamais, pois se deseja, mas astuto
O tempo não permite escapatória,

E ao fim desta jornada a noite escura
E nela tão somente se amargura
A sorte que bem sei tão merencória...

61

Päike

O sol domina todo este horizonte
E traz à própria vida uma esperança
Päike ao se mostrar enquanto avança
Expressa da ilusão a rara fonte,

E quando noutro ponto já desponte
O quanto se queria e sempre lança
O sonho que se faz em tal pujança
Marcando o que se quer e aonde aponte

O verso enaltecendo o deus solar
Sabendo do que possa desfrutar
Na mágica presença desta luz,

E o tanto quando espraia sem temor
O mundo desenhando este calor
Que tantas vezes gera e nos conduz...


62

Rõugutaja


A deusa protetora do centeio
Trazendo tal fartura para quem
Sabendo desfrutar enquanto tem
O mundo sem temor enquanto veio,

E sigo a cada passo em devaneio
Ousando sem temor e sem desdém
Na sorte que deveras quando vem
Presume o quanto quero e assim rodeio,

Vestindo em tom suave esta vontade
Do passo que decerto agora invade
E brade com firmeza em tom sereno,

Rõugutaja permite esta colheita
E a vida de tal forma se deleita
No quanto o meu caminho eu faço ameno...

63

Taara

O deus supremo reina sobre tudo
E gera a cada instante o que quiser
Traçando outro caminho sem sequer
Tramar o quanto possa e assim me iludo,

Deixando o coração por vezes mudo,
A luta se mostrando e se vier
O tempo trará tanto o que puder
Vagando noutro encanto, viro escudo.

O prazo determina o fim do sonho
E quando o que deveras me proponho
Expressa a fera extensa em noite escura,

A luta se anuncia sem bravata
E quando a solidão tanto maltrata
Taara outro momento me assegura.

Um comentário:

MARIA DA FONTE disse...

Adorei o seu blogue. Aqui pude ler poemas lindíssimos. Parabéns!
Prometo voltar sempre e mergulhar a alma no seu mundo.