quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

MITOLOGIA ETRUSCA

MITOLOGIA ETRUSCA

01

Aita ou Eita

Qual Plutão dominando este submundo
Ao qual se condenaram almas vãs
Sem ter uma esperança, sem manhãs
Num tempo mais temível e profundo,

E quando deste infausto ora me inundo
Vislumbro as minhas ermas e malsãs
Vontades entre duros, vis afãs
E o tanto se perdendo, nauseabundo,

E das entranhas ledas deste inferno,
Também já sem respostas eu me interno
E bebo cada gota; e nada aceita

A imagem deste fim tão desolado
Após a vida feita em vão pecado,
Eternamente entregue ao reino de Eita

2

Phersipnai

A esposa de Eita o deus dos desgraçados
Imundas almas vagam nas entranhas,
E quando as sortes morrem, em barganhas
Deixadas sem futuros, desolados,

Assim ao perceber quão perecível
O mundo que se tenta mais além,
Depois da fantasia a dor que vem
Expressa o que se possa mais terrível,

Açoita-me o saber deste insensato
Caminho sem ter volta; nada após
Somente o desafio vivo em nós

A todo instante, inútil, me retrato
E sorvo toda a lástima da vida
Há muito sem sentido e já perdida...

3

Ani

O deus dos Céus, Ani, que nos permita
Um sonho muito além do quanto trago,
E quando a vida mostra-se em tom vago
Apenas esperança é vã pepita

E o quanto em duas faces se acredita
Este caminho em deus que ora divago,
A luta se desdenha a cada afago
E vejo esta expressão tola e maldita,

Meu tempo se anuncia em tempestades
E o vasto caminhar? Sem liberdades
Apenas ilusão e nada além,

Depois de tanta luta e nada tendo
O quanto ser feliz é mero adendo
E o tempo sem ter tempo, nada tem...


4

Februus

O deus da morte Februus, também traz
A purificação tão desejada
Uma alma se anuncia depurada
E neste caminhar é mais capaz

E o tanto se deixando para trás
A sorte noutro rumo desenhada,
A vida de tal forma após o nada
Caminho mais suave ora se faz,

De Februus, Fevereiro se origina
E o tempo que não pára segue além
A sorte que em verdade não contém,

Sequer o quanto possa em cristalina
Vontade de vencer, mas sou vencido,
E condenado então ao triste olvido...

5

Mantus


Deus infernal ligado à jogatina,
E nesta face escusa Mantus traz
O passo mais temido e mesmo audaz
Que ilude enquanto rouba e assim fascina,

O todo no vazio determina
E sendo caricato, mas mordaz,
O termo sem limites sempre faz
O mundo se perdendo em dura mina,

Assediando assim leda esperança
Enquanto tanto ilude, logo avança
Gerando expectativas variadas,

A vida se desenha em sortilégio,
A sorte sendo um raro privilégio,
As cartas em jogadas viciadas.

6

Menrva

A deusa que domina artes, guerra
Menrva qual Minerva se expressando
E com sabedoria desde quando
A vida noutro passo se descerra,

A luta tantas vezes já soterra
Uma esperança em tempo mais infando,
E o quanto do caminho em contrabando,
Traduz o quanto o sonho também erra,

E vendo esta deidade assim dual,
A guerrilheira em cena magistral
Vencendo com ardor e maestria,

Seduz-me e me provoca ao ser poeta
No quanto a minha vida se repleta
Comigo, eu travo guerras dia a dia...


7


Taitle

Qual Dédalo voando para além
Em asas procurando a liberdade
E o tempo se desenha em claridade,
A vida se transforma enquanto vem

Aonde se pudesse e o sonho brade
O mundo vai ficando abaixo e aquém
O sol que na inclemência assim contém
O fim de todo encanto, traça a grade;

Mas Taitle superando a tentação
Seguindo em sua clara direção
Consegue se evadir, tranquilamente,

Mas fosse ele qual Ícaro tal sorte
Somente traduzida pela morte,
Quando a volúpia audaz, o peito sente...

8

Tarcão

Um herói que na Eneida se apresenta
Unindo-se a Enéias, o troiano
E neste caminhar o soberano
Momento vence assim toda a tormenta,

Mezêncio e Turno sendo derrotados,
A força e o poderio de Tarcão
Espalha por imensa dimensão
E traça novos dias, novos fados,

Dos reinos do passado, as epopéias
Heróis guerreiros, fortes, quase deus,
Os dias se apresentam hoje em breus
Aspectos variados das platéias,

Enquanto se pensara em gládio e luta,
A sorte hoje se faz bem mais astuta...

9

Tinia

Qual fora Zeus; Tinia dominava
O panteão etrusco, o deus supremo
E quando cada sonho alçando temo
Vagando sobre espaço feito em lava,

Uma alma libertária sendo escrava
O mundo se anuncia noutro extremo,
O quanto poderia e assim me algemo,
Enquanto a própria vida trama a trava.

Resulto deste nada que julgasse
Em perfeição e sei que não veria
A morte se aproxima em agonia,

E a vida se tramando em rude face,
Quem dera ser eterno e ser feliz...
O tempo a cada instante contradiz...


10

Voltumna ou Veltha

Voltumna, o deus da Terra que se vendo
Além da divindade como um ser
Superior a todos, posso crer
Bem mais do que se fosse mero adendo,

Reinando este absoluto deus impinge
A toda a humanidade e ao Panteão
Poder sem ter igual, e em direção
Diversa como alguma audaz esfinge.

O tempo se anuncia em vários tons
E sei da sensação superna enquanto
O passo noutro rumo eu não garanto
E sinto em esperanças ledos dons,

Mas quando Veltha dita o dia a dia
O mundo noutra sorte seguiria.

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