segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mitologia Armênia

Mitologia Armênia

1

Aramazd criador de todo este universo,
E nesta arquitetura em precisão,
Marcando cada passo e direção
Aonde e pelo qual deveras verso,

Fonte da fertilidade; aonde imerso
Desenha-se com toda a dimensão
Os dias que vieram e virão,
E neste caminhar eu em tom diverso.

O deus que das colheitas e dos frutos
Presume a mais real sobrevivência
E o tanto quanto possa em tal ciência

Gestando o nascimento, vidas, lutos
E tudo enquanto existe e mesmo além
Traçando o quanto veio ou inda vem.

2

Hayk o arqueiro tramando a fundação
Da Armênia e se mostrando em tal poder
O quanto mais queria amanhecer
Na imensa e mais sublime dimensão.
E deste patriarca se permite
Alçar a plenitude que se vê
E trama a cada dia o seu por que
Sem nada que decerto diz limite,
O tempo imensidade se presume
E dita outro caminho aonde possa,
Vencer o que deveras trama a fossa
E nisto se anuncia outro perfume,
E a vida se refaz a cada instante
E mostra enquanto queira e se agigante.


3

Aray representa a guerra e faz
Do tempo um aliado ou inimigo
E nisto quanto possa ali abrigo
O mundo que tentara outrora em paz,
O passo resoluto e mesmo audaz
Gerando a cada instante outro perigo
Marcando o que pudera e em vão persigo
Tramando o que esta vida não me traz,
Esqueço cada engodo e busco manso,
Mas sei que na verdade ora me canso
E tudo o que perdera vejo aqui
Nas mãos audaciosas, temerárias
Negando ao fim de tudo as luminárias
Regendo em raro ardil, deus Aray.

4

Vahagn o deus solar tem na coragem
O quanto desenhara em invencível
Reinado e neste todo o quanto crível
Trazendo em tal caminho outra visagem,
Na sorte desenhada não ultrajem
O passo noutro encanto, noutro nível
E o rumo se tornando imprevisível
Fortuna se aproxima como pajem,
E o verso anunciando em mansa lira
A fúria que domina e onde delira
Poder tão soberano em luz imensa,
E quando se presume o que se quer
O mundo não seria mais qualquer
E toda esta ventura ora compensa.

5

Barsamin divindade que domina
O céu e todo o clima e desta forma
O quanto a cada passo já conforma
Marcando o que decerto ora fascina,
A fonte que pudera cristalina
A vida a cada instante se deforma
Ou gera no final diversa norma
Enquanto sem destino desatina.
Vestindo esta ilusão já nada trama
Sequer o que pudesse em fúria e chama,
Vagando em temporais, raios, trovões
Relâmpagos diversos, vendavais
E nestes infinitos siderais
Os olhos em diversas dimensões.

6

Quando Anahit trazendo o nascimento
Fertilizando a Terra e todo o ser
Permite o tão sublime renascer
E neste caminhar eu me alimento
E bebo da certeza a cada intento
E sei do fabuloso e bom poder
Que trace novamente amanhecer
E nisto nos permite raro alento,
O mundo se anuncia deste jeito
E sendo que deveras me deleito
No fato de poder eternidade,
Ainda que se vá e não retorne
A vida numa sorte se contorne
E leve para sempre o quanto invade.

7

Astghik deusa do amor e da beleza
Tramando a cada instante este cenário
Divino e mavioso, um lampadário
Trazendo a mais sublime fortaleza
A sorte estando ali deveras presa
Marcante sensação de um tempo vário
Moldando o quanto possa, itinerário
Vibrante sensação da vida ilesa,
E tendo nos meus olhos a esperança
Que tanto quanto quer já nos alcança
Alavancando a vida dentro em nós
No amor em liberdade e plenitude
O passo com certeza nunca mude,
Ditando esta alegria agora e após.

8

Tsovinar que ao trazer a chuva à Terra
Permite o refazer a cada instante
Do mundo que deveras se garante
E nele toda a sorte assim se encerra,

O tanto quanto possa sem a guerra
Marcando o caminhar que doravante
Traduza o que mais quero e se adiante
Desenha dentro da alma a imensa serra;

E bebo cada gota da alegria
E tramo o que talvez não mais viria,
Aliviando a dor de uma aridez,

A senda se desenha em raro encanto,
E vendo este momento então garanto
O todo que decerto em paz tu vês.

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