segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mitologia árabe pré-islâmica

Mitologia árabe pré-islâmica

1

O Pai dos outros deuses que é Hubal
Dominando o universo traz além
Da imagem mais sublime e que contém
Em ágata vermelha o triunfal
Aspecto majestoso e magistral
No tanto que pudesse enquanto tem
Sobeja força mostra e assim convém
Num ato mais sublime em ritual,
Na mão direita em ouro desenhada
A força criadora se expressando,
E o quanto se mostrasse desde quando
A vida noutra face demonstrada
Presume a divindade a plenitude,
Ninguém supera o deus em magnitude.

2

Allat, a deusa-lua em noite clara
Reinando no deserto traz em si
O tanto quanto mais eu percebi
E a sorte de tal fonte se declara,
A vida noutro tom quando escancara
Marcando esta beleza quando a vi,
Na fonte insaciável presumi
A sorte mais audaz, diversa e rara.
Na peregrinação que me arrebata
O quanto da esperança se constata
Na lua que nos guia noite afora,
E o tempo desenhando desde já
Em soberana face; a deusa Allat
Que em rara maravilha nos decora.

3

Al-Uzza esta suprema divindade
Marcando o quanto venha após cultivo
E nisto se presume o quanto eu vivo
Traçando esta real fertilidade,
E quando a solução em paz invade,
Já nada mais comporta um lenitivo
E o canto que se mostre mais altivo
Presume a tão completa claridade.
Protegendo os guerreiros, com certeza
Expressa muito além da realeza
E tem em sua força este valor,
O tempo se desenha e mostra assim,
O quanto se pudera crer e enfim
Tramar em oração todo o louvor.

4

Destino dominado por Manata
A deusa que traduz este futuro,
E quantas vezes tento e me asseguro
Na força sem igual que me arrebata
Assim o dia a dia se constata
E bebo o quanto quero e além procuro
Vencendo o que pudera sobre o duro
Cenário aonde o todo se retrata,
Em sua homenagem feito um belo templo
Que em sonhos mais diversos já contemplo
Na peregrinação procuro a sorte,
E sei do quanto poderia e mesmo quis
O velho coração de um aprendiz
Tentando este momento que o conforte.

5

Wadd a divindade rege o amor
E traz na serpe enfim simbolizada
A imagem que deveras consagrada
Ao deus que traiçoeiro trama o ardor,
E quando se percebe nele a dor,
O tanto quanto queira assim se evada,
A sorte noutro rumo desenhada,
Merece ou desmerece este louvor.
Também regendo assim uma amizade
Que quantas vezes nega a liberdade
Ou mesmo coabita em traição,
E assim em dor e luz cada caminho
Se traduz aonde vejo e me avizinho
Dos dias tão diversos que virão.


6

A lua que em Ta'lab traduzira
A imagem soberana em plenitude
E mesmo quando a vida tudo mude,
Além neste infinito vejo a pira
Acesa em noite imensa sempre gira
E traça a cada passo o quanto ilude
E gera numa eterna juventude
O quanto noutro instante já se atira,
Expressa a maravilha e doma o céu,
Trazendo em esperança o seu papel
Deixando o meu caminho iluminado,
E o deus que me trouxera esta beleza
Deveras desenhando com certeza
O mundo aonde em paz e sonho eu brado.

7

Dhu'l-Halasa traduz o que virá,
Prevendo algum futuro feito oráculo
E trama neste encanto um espetáculo
Marcando cada passo desde já,
O quanto com certeza chegará
A vida se adestrando num tentáculo
Diverso ousando além de algum vernáculo
Moldando o desespero ou tal maná,
Assim na previsão do que eu teria
Em dor, em fúria, em medo ou alegria
Expressão diversa a cada passo,
O mundo se anuncia de tal sorte
Que quando se presume além o norte,
O tempo em abundância ou mesmo escasso.

8

Al-Qaum o deus da guerra e dos combates
Das caravanas sendo o protetor,
Marcando em plena noite; um tal vigor
Que nada neste mundo ora te abates,
E quando esta certeza tu constates
Verás que nada pode nem a dor
Vencer o quanto traz neste louvor
O sonho que decerto assim resgates.
Contrastes entre a noite e o claro dia,
Aonde o que se quer já se veria
E o tempo ensolarado; dita o passo,
Porém em noite imensa Al-Qaum protege
Do mundo tão atroz um rude herege
E neste caminhar meu rumo eu traço.

9

Dushara se estendendo neste cerro
Domina a paisagem divindade
E nele este horizonte em liberdade
Deixando no passado algum desterro,
O tempo se anuncia e quando vejo
O brilho sobre os cimos das montanhas
O quanto mais avanças, tramas, ganhas
Os dias delirantes num desejo,
Ascendo à plenitude imaginada
E bebo o privilégio de sentir
O toque que se traz no meu porvir
Da sorte noutra sorte desenhada,
Marcando o dia a dia em paz sublime
E assim cada temor já se redime...


10

Marids, as caprichosas divindades
Espíritos diversos, poderosos,
E tanto quanto querem majestosos
Enquanto traduzissem o que invades,
Porém a cada instante uma batalha
E o gozo do exigente passo além
E nisto o quanto queira e mais convém
Ao tanto noutro rumo ora se espalha,
Regendo com a voz forte e temível
Tramando o que desejam, desde quando
O passo no seu rastro desenhando
E tendo este caminho imperecível,
Marcantes os alentos, morte insana
Ou mesmo imagem rude e soberana.

11


Ifrit, como demônios turvos, maus,
Espíritos regendo a dor e o medo,
E quando de tal forma me concedo
Perdendo o que pudera noutros graus
Esperança perdendo as velhas naus,
O sonho se traduz em arremedo
E o preço a se pagar, atroz e ledo
Negando o que pensara em tais degraus,
Alada criatura em fogaréu
Marcando com terror o seu papel,
Gerando o pleno caos aonde um dia
Pudesse imaginar outro caminho
E quando dos seus ermos me avizinho,
Bebendo em fel a pútrida agonia.

12

Um Jinn em livre arbítrio traz o bem
Também domina o mal e rege assim
Dicotomia imensa e dita enfim
O quanto na verdade a vida tem,
Porquanto neste espírito se vêm
Dispersos caminhares, vário fim,
E nisto se desenha dentro em mim
Regendo este cenário e sendo alguém...
Ao mesmo tempo vejo a claridade
E bebo da noturna escuridão,
Resumos deste tempo onde o não
Aos poucos dominando forte brade
Ou trace esta benesse mais suave
Tirando o que se mostra e o passo entrave.


13

Nasnas, um monstro semi-humano traz
A fúria em seu olhar tanto domina
E traça o quanto possa e desatina
Marcando com terror a voz mordaz,
Demônio se hibridando com humano
Tramando a cada instante outra heresia
E quando se tentara ou mais podia,
A vida se traduz em ledo engano,
Vestindo a face mais atroz,
O meu caminho se transforma
E bebo do temor a dura forma
Negando o que pudera logo após,
Campeia pelas noites, tempestade
E o quanto se deseja; em dor se evade.


14

Ghoul que se transformando numa hiena
Ataca quem adentra no deserto
O monstro que infernal a descoberto
Aos poucos sem razão tanto condena,
E a morte neste passo sempre acena,
Vagando sem destino, rumo incerto,
O tempo aonde possa e mesmo alerto
Tramando o que decerto me envenena,
Desta expressão temida, nada sobra,
A vida se desenha e em cada dobra
Diversa magnitude em vendaval,
Assim cada momento dita o fim,
E nega o quanto possa e quando vim
O mundo se desnuda audaz e mau.

15

Bahamut sustentando toda a Terra
Um peixe imenso e forte qual Titã
Marcando a cada dia outro amanhã
Eternizando o passo onde se encerra,
E deste monstro em paz, o quanto dita
O tom maior que expresse a segurança
Toando com firmeza onde se lança
E nisto a vida seja mais bendita,
Traçando com sobeja fortaleza
O quanto se desenha em harmonia
E quando toda a sorte se veria
Sem medo sem horror e sem surpresa,
Bahamut transmitindo esta potência
Liberta e sacrifica a independência.

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