ENFADONHOS.
Um dia fui mineiro, hoje não sou,
A face das montanhas transformada
E a roupa no varal não mais quarada
Expressa o quanto apenas mal restou,
Mal importando enfim sequer se estou
É sempre sem final a antiga estrada
E dela o que se fez resumo em nada,
E o tempo em minhas mãos sempre escoou,
Nos becos e botecos, ai de mim,
Quisera novamente um botequim
E os goles de aguardente meio aos sonhos,
Mas bebo tão somente esta lembrança,
De tanto que se lembra, o tempo cansa,
E torna os horizontes enfadonhos.
Marcos Loures
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