SEXTINA 12 BLINDANDO O MEU CAMINHO
Blindando o meu caminho com a sorte
Que tantas vezes dita a solidão
Os ermos de quem sabe e não reluta
Encontram nos meus olhos o vazio
E sei dos passos vagos noite afora,
Marcando com terror o que foi meu.
O mundo que eu buscara inteiro meu
Já não mais poderia ter a sorte
E nisto se imagina tempo afora
Trazendo no final a solidão
E o quanto resta dita do vazio,
Porém quem mais porfia não reluta.
A vida na verdade ora reluta
E sabe do cenário tolo e meu
Deixando no meu peito este vazio
Que possa dominar a própria sorte
Mudando com ternura a solidão
E o tempo se desenha mundo afora,
O quanto me restara, vida afora
Traduz o quanto o passo não reluta
E dita este caminho em solidão
Moldando este cenário todo meu
E a luta desenhando a frágil sorte
Deixando o meu caminho mais vazio.
O dia se tornando mais vazio
Cenário se repete mundo afora
E o quanto poderia ser a sorte
Aos poucos sem defesas já reluta
E o todo imaginado outrora meu
Expressa no final a solidão.
A vida desenhando em solidão
O mundo sem sentido e mais vazio
O tanto quanto pude e não foi meu
Seguindo sem sentido estrada afora
O passo na verdade não reluta
E conta simplesmente com a sorte.
Ainda nesta sorte a solidão
Por vezes não reluta e traz vazio
Deixando vida afora o que quis meu.
MARCOS LOURES
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