ESTRELA DECADENTE
Estrela decadente, ou mesmo morta,
O brilho que inda vês; já não existe,
O tempo quando fora outrora triste
Agora ultrapassara a velha porta,
E quando este soneto em vão deporta
O pensamento além nem mais resiste
Ao quanto se fizera e não persiste,
Contemporaneidade, enfim, me aborta,
Esgoto a cada dia um pouco mais
Dos erros que carrego, onde abissais
As fossas se abrirão e nelas sigo,
Amordaçado aos poucos, não mais vejo
Sentido inda em tocar um realejo,
Cavando a cada verso, o desabrigo.
Marcos Loures
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