Velho, mas não velhaco.
O verso embolorado que apresento
Semente apodrecida desde quando
Aos poucos fora atroz se desenhando
Levado pelo antigo e tosco vento,
No quanto se pudera em pensamento
Tentar me renovar, mas me tornando,
Um velho entorpecido em contrabando,
Morrendo em suicídio manso e lento,
No contrapé da vida sigo arcaico,
E sendo de tal forma enfim prosaico,
Envolto em velhas brumas, adormeço.
Não tenho mais vigor e nem pudesse
Trazer à poesia uma benesse,
Esqueço; do porvir, seu endereço.
Marcos Loures
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