Hominais delírios, Paraísos,
Infestam os meus olhos e não creio
Que apenas tendo enfim qualquer receio
Os dias poderão ser mais precisos.
A sorte em morte trama seus avisos
E goza do final, cruel anseio,
Enquanto do vazio sigo alheio
Vou contabilizando os prejuízos.
Juízos se finais ou nada tendo,
O mundo se desnuda em estupendo
Momento quando estás e nada além.
Após a podridão deste teu cerne
Uma alma em negação, ao fim se hiberne
Enquanto novas levas sempre vêm.
MARCOS LOURES
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