ESTE VAZIO
Na carícia perdida este vazio
De amor que não se fez, restou ausente.
Do verso que não brota; o nada eu crio
Deixado como um rastro, simplesmente.
A boca procurando um beijo frio
De quem partiu outrora descontente.
Nenhuma piedade eu principio
Até porque minha alma nada sente.
Do nada que já fomos; nada resta
Senão as simples cinzas de um cigarro
Jogadas no cinzeiro da esperança.
Carícia que não veio já me empresta
O gosto lancinante onde me esbarro,
Às vezes no vazio da lembrança...
MARCOS LOURES
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