RETRATO
A estampa na parede demonstrando
O retrato cruel do fim do mundo,
Vagabundo meu mundo vai rodando,
E assim quando eu percebo; já me inundo,
De toda crueldade, me afogando.,.
Qual abissal marinho, sou profundo,
Resta-me tão somente esse segundo,
A vida nada vale, mas me abrando.
Incrivelmente, manso nada temo,
Espectral fantasia tudo toma,
Minha vida vai trôpega, sem remo,
Mas nem mesmo ao temor a dor se soma,
E de encanto tenaz, incrível, gemo...
A morte assim será um simples coma.
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário