quinta-feira, 25 de abril de 2013

SEM PROVEITO



SEM PROVEITO


Um ritmo, um risco, um rito sem proveito,
No leito desolado, a noite espessa,
O quanto não se possa e não se esqueça
O medo desenhado em frágil pleito,

No fundo, eu tantas vezes me deleito,
A vida inebriando uma cabeça
Que possa parecer e não pereça
Dos olhos no vazio, farsa e jeito,

Dejeto qual rejeito nalgum canto,
E quando na verdade em vão me espanto,
Esqueço ao quanto vim e não pudera,

A luta não cessando traz a face
Distinta que de fato demonstrasse
A velha sensação, suave fera...

MARCOS LOURES

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