Com Mais
de Trinta... Homenageando Elis, Marcos e Paulo...
Que saudades
Das idas
e vindas
Pela
estrada de chão,
Lamas,
tramas diversas,
Erros entre
noites desabadas,
Saudades
da enxada aos seis anos,
Da escola
distante, ausente,
E noutro
instante o irmão morto,
Antes de
completar o primeiro aniversário,
Sarampo,
diarreia, coisas de menino...
Que saudades
do fogão à lenha,
Minha mãe
cansada
Após ter
limpado o chão
De barro
batido
E com o
estrume bovino
Fazer parecer
que pisávamos
Em cristais...
Saudades
da voz firme dos donos da terra,
Da voz
firme dos donos do país,
Da voz
firme dos generais
E seus
ascetas.
Setas penetrando
pelas janelas,
Entre velas
e lamparinas,
O banho
de bacia
Com a
água da serpentina,
Gambiarra
feita no fogão.
Brincar nos
quintais
Com pedrinhas
ou estilingue
Para poder
comer
Um pouco
de carne
Além dos
domingos.
A face
da poliomielite
Devorando
os menores,
Bicho papão
que o tempo levou...
E ficou
na saudade.
Saudade da
televisão repartida
Na casa
do vizinho até o repórter esso.
Lamparina e
trovoada, lamparina noturna,
Com o
vento ameaçando o sapé,
Vida
boa...
Saudade...
Mas o
tempo não tem jeito...
Quem
sabe eu me acostumo com a modernidade...
MARCOS LOURES
MARCOS LOURES
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