A cada novo amanhecer, a ausência do sol que tentei
cultivar se torna mais atroz e, a nevasca constante apodrece paulatinamente
meus sonhos e sorvendo em gigantescos goles os humores envenenados que exalo,
através de cada poro, numa autofagia espúria e nefasta.
Tantas vezes sonhei... Imbecil criança cujo brinquedo –
felicidade – se esvaiu em meio a uma imensa montanha de detritos.
Volta e meia, como um fogo fátuo, tento expelir da alma
alguma luz. Mas sei que sua base, sua matéria prima se faz com a decomposição
dos minhas desvalidas e mortas ilusões.
O tempo, aos poucos, se encurta e a distância da mãe Terra
diminui, alento, para meu derradeiro e tão aguardado mergulho...
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