SAGRADO GENOCÍDIO
Um déspota que em louca fantasia
Escravo de outro déspota mais sábio
Ousando da mentira em astrolábio
Sonhando ser senhor tudo faria,
Em vingança cruel e incoerente,
Por não ser adorado por seu dono,
Simiesca figura, um tosco mono,
Um morto sol, já no poente,
Provocando, quiçá, num sonho obtuso,
Assassinato em série de crianças,
Fazendo com mil demos alianças
Inverossímil ato tão confuso,
Proclama-se senhor e pai da vida,
Oculta a vera face: um genocida...
MARCOS LOURES
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