sexta-feira, 21 de novembro de 2014

MINHA DESDITA

MINHA DESDITA

Impassível, sorrio da desdita,
Que nunca imaginaste o quanto sinto...
A noite de promessas tão bendita
Esvai-se na desgraça em que me tinto...

Ceifado, um coração jamais traz lavra,
Esconde meu segredo num disfarce.
Iludo essa saudade mas, palavra,
Sozinho, me deparo face a face...

Espelho de minha alma, refletindo,
O canto que calei amargurado,
Se encaro minha dor, assim sorrindo,

Saudade traz o riso machucado.
Carrego tantas marcas, cicatrizes,
Em busca d’outros tempos, mais felizes...


MARCOS LOURES

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