sábado, 10 de abril de 2010

29348/49/50/51/52/53/54/55

29348

“Abraçados contra a morte.”
Nada impede a caminhada
De quem tanto ou quase nada
Transforma a dor em norte
Tendo a lua que conforte
Nesta senda desvendada
Ao sentir nova alvorada
Percebendo rara sorte
Entranhando com fervor
A batalha em dor e amor
Na seara prometida
Faz valer sua esperança
E decerto agora alcança
A razão pra própria vida.

29349

“Ao silêncio dos amantes “
Nada impede amanhecer
E deveras passo a ver
Em momentos deslumbrantes
Quando tanto te agigantes
Mergulhada no prazer
E singrando o alvorecer
Noutras sendas por instantes
Permitindo a rara luz
Que em silêncio reproduz
A emoção de cada fato,
E nas tantas maravilhas
Superando as armadilhas
Neste encanto eu me retrato.

29350

“Aonde a noite é mais forte, "
Poderia crer no sol
Dominando este arrebol
Com calor que ora conforte
Caminheiro desta noite
Entre trevas e bodegas
Se decerto tu navegas
Onde a morte sempre acoite
Solidão? Já não concebes
E também a luz se farta
Na verdade não descarta
A ternura destas sebes
E recebes com furor
Este sol, pleno calor...

29351

“Palavras que nos transportam "
Pelo tempo em tal tormenta
Ou por certo me apascenta
Noutros tantos já confortam
E se tanto assim comportam
Não se mostra a violenta
Caminhada desalenta
E tampouco já se importam
Navegantes do vazio
Onde etéreo algum estio
Nas entranhas do não ser,
Bebo a me fartar a luz
Quando a mesma me conduz
Às entranhas do prazer.

29352

“No papel abandonado”
Na incerteza de um futuro
Muitas vezes me procuro
Por distante e turvo prado,
Nada além de uma ilusão
Nada aquém da realidade
Cada passo que degrade
Disfarçando a solução
Resenhas do dia a dia
Mortalha do meu presente
Sem ter nada que apascente
Se prevendo esta sangria
Desvairada sorte aonde
O meu peito em vão se esconde...

29353

“No mármore distraído”
Nas estâncias mais fugazes
Quando ainda em paz tu trazes
As lembranças esquecido
Perseguindo em disparada
O que tanto desejara
Perfilando a sorte amara
Vislumbrando o mesmo nada
Onde tanto procurei
Outra sanha bem diversa
E deveras vida versa
Transformando a antiga lei
Derrocada? Não conheço,
Venço assim todo tropeço.

29354

“Letra a letra revelado”
Caminhar em noite escusa
E se a sorte sempre abusa
Dos descasos do passado
Candidez já se permite
A quem tanto desenhara
Com ternura a manhã clara
E sabendo sem limite
Os amantes, noite afora
Neste tanto em que se vê
A beleza tem por que
Toda a glória enfim se aflora
Dominando a poesia
E decerto a fantasia...

29355

“Pois o nome de quem se ama”
Desvendado em tanto brilho
Se me entranho e maravilho
Vou mantendo assim a chama
Decorando cada passo
Rumo ao tanto em que me dava
Sem servil sem ser escrava
A minha alma agora traço
Andarilha em rumo incerto
Navegante do futuro
Dos prazeres me asseguro
Do terror eu me deserto
Nada faço além do quanto
Resistindo ainda canto.

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