segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Contraditória luz aonde se permite
Apenas o vazio e nisto passo a crer
Possível fantasia em vasto amanhecer
Embora se perceba ausente algum limite

Atrevo-me a sonhar e nisto delimite
O quadro mais sombrio, e quando o pude ver
Tecendo dentro da alma o céu a se perder
No quanto em sordidez ainda se acredite.

Ultrizes emoções imolam quem se dera
Matando o que pudesse, imensa e vã quimera
Restando dentro da alma o medo e nada mais.


Não posso caminhar e ter esta incerteza
Apenas por sentir vontade de lutar
E o tempo se desenha aonde navegar
Seguindo contra a forte e imensa correnteza.

A vida se servindo em rara e vã surpresa
O medo não pudesse ao quanto denotar
Meu verso que atormenta o quanto quis amar
E nada mais se molde em dor mesmo se ilesa.

Ousando a crença enquanto o passo não vencesse
O mundo sem ternura o vasto oferecesse
Vagando sem destino, e nisto me presumo

Ao sórdido caminho imerso e sem guarida,
A noite desenhada há tanto resumida
No ocaso enquanto eu bebo inteiro o amaro sumo.


A morte na tocaia, o vento no meu rosto,
O sonho sem sentido o quanto fora exposto
Traçando dentro em nós momentos vis, venais.

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