quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

1

O quando vos permita qualquer mote
Depois do que tentasse acreditar
E quantas vezes teimo em desfrutar
Do tanto quanto eu possa e assim denote
Já tantas vezes sem que o tempo note
Ou mesmo me permita caminhar
Sem ter qualquer descanso, sem lugar
E nisto o quanto resta me derrote,
Assim ao me perder em vento e rota,
A solidão aos poucos quando embota
Expressa a sensação atroz e leda,
E quando a vida molda em tom diverso
Vivendo o quanto pude e assim eu verso
Trazendo o que se mostre e assim proceda.


2

Os dias que pudessem ser mais caros
E os tempos se repetem noutro rumo,
Do pouco que inda trago, já resumo,
Os dias entre sonhos duros, raros,
E vejo a consonância a cada instante
E marca com temor o que pudesse,
Ainda que se tente nova messe
O mundo noutro passo não garante
Apenas aprendendo pouco a pouco
O quanto se aproxima do que sinto
Ainda que pudesse noutro instinto
Aprendo esta nobre arte de ser mouco,
E sei do que jamais esperaria
Grassando esta diversa fantasia.

3
Leituras entre sonhos e delírios
Ousando acreditar no que viceja
A sorte no final mais malfazeja
Explode tão somente em tais martírios
E bebo cada gole da esperança
Vagando sem proveito e sem sentido,
Ainda quando vejo revolvido
O passo no vazio ora se cansa,
E tramo outro momento aonde pude
Singrar novo caminho sem temores
E vendo o renascer em várias flores
Expresso o canto em luz e plenitude,
Assim o movimento em paz se faz,
Trazendo o que pudesse ter em paz.

4

Os dias mais sobejos entre ilustres
Caminhos desenhados pelo sonho
E quando o meu castelo em ti componho
Nos cômodos diversos belos lustres
Os olhos penetrando onde lacustres
Momentos traduzissem o que ponho
E o tempo noutro tempo mais risonho,
Permitem que este encanto; agora lustres,
Marcando com ternura o que viria
E bebo sem cessar esta alegria
Que um dia poderia e se fez clara,
Mas quando o peito se abre ao que se crê
O tempo na verdade sem por que,
Ainda quando em glória se prepara.

5

Preciosos caminhos entre tantos
E nada mais se tenta senão isto,
E quando na verdade assim insisto
Ascendo ao que pudesse em tais encantos,
Secando o quanto resta destes prantos
E vejo outro cenário e assim persisto
Vestindo o quanto queira e não desisto,
Ousando noutros passos, sem espantos.
Apenas apresento por resposta
A luta sendo clara e sempre exposta
Marcando a ferro e fogo em cal e dor,
Mesclando fantasias mais diversas
E quando noutro passo agora versas
Explode dentro da alma com vigor.

6

Galgasse muito além do que imagino,
Pousando noutro mundo, em nova rota,
A luta se aproxima e se denota,
Tramando o quanto bebo em cristalino
Cenário que ditando algum destino
Expressa o que deveras nem se nota,
A sorte noutro rumo ora derrota
O quanto acreditara e me fascino,
O mundo sem sentido e sem descanso
Aonde noutro encanto não alcanço
Sequer qualquer momento em paz e luz,
Ainda o que se faz sem medo e luta,
A sorte se tentara mesmo bruta
Gerando o quanto quero e me conduz.

7

Seguindo cada passo chego a vós
E nada mais seria tão disperso
Querendo noutro canto o que disperso
Servindo o meu caminho como foz,
E o quanto na verdade segue após
E disto o que tentara sempre verso,
Marcando com ardor este universo
Ouvindo da esperança a mera voz,
Argutas noites dizem do que somos,
E deste caminhar em rudes gomos,
Somamos os passados num só plano,
Depois de cada espera sem sucesso,
Ao todo que tentara hoje regresso
E sem sequer apoio, ao fim me engano.

7

O marco se aproxima do real
E venço os meus anseios e destarte
Ao quanto na verdade se reparte
Bebendo sem sentido o mesmo sal,
A luta se mostrara desigual,
E o prazo sem saber do quanto; parte
E vejo o que pudera ser uma arte
Marcada noutro tom mero e banal,
Num gole de esperança outro momento
E sei do quanto possa e me alimento
Do medo e do vazio, nossa herança
Jogado pelas ruas, sem destino,
O prazo na verdade não domino,
E o passo em desatino tanto cansa.

8

Dedico alguma luz a quem se dera
Gerando após o caos novo momento
E quando no final já nem invento
O quanto se aproxima em primavera,
A luta que pudesse ser sincera
O peso sem saber contentamento
E o rústico cenário sob o vento,
Anunciando a queda desespera,
Nesta aspereza traço outro detalhe
E quanto mais a sorte nos retalhe
Entalhes diferentes sobre a pele,
Tatuas nos meus sonhos o que dizes
E trago sem defesa as cicatrizes
Enquanto tal loucura me compele.

9

Presumo o meu caminho em árduas sendas
E vejo do passado este espinheiro,
Meu canto se pudesse derradeiro
E nele nada mais tentas; desvendas,
As horas se transformam meras lendas
E o corte se anuncia por inteiro,
O passo poderia ser ligeiro
E deste desenhar além te estendas,
Vagando sem descanso sigo ao fim
Grassando o quanto tenho dentro em mim,
Na fúria de quem traz uma arma em riste,
O prazo delimita o fim do jogo,
A morte se anuncia e sob o fogo
Apenas o final teima e persiste.

10

Diálogos diversos se perdendo,
O prazo não traduz seriedade,
O mundo se transforma e quando evade
Não deixa sequer sombra de um remendo,
Apresentando o quanto não aprendo
Nem mesmo se pudera na verdade,
Vibrando em consonante liberdade,
O tempo noutro engodo se prendendo,
À parte do que tenho e inda conduzo
O mundo se mostrara mais confuso
E nada se traduz em mero espaço,
E quando se aproxima o fim de tudo,
Sem nada mais fazer logo desnudo
E vejo este vazio aonde o traço.


11

Titulações diversas, vários rumos
E sei do meu cenário em turbulência
A vida não permite esta ingerência
Do quanto poderia em raros fumos,
E bebo da incerteza fartos sumos,
A luta se transforma em penitência
O caos se derramando dá ciência
Dos dias entre tantos e ermos prumos,
Apresentando enfim o que se faz
Num ato tantas vezes mais mordaz
Tenacidade expressa a poesia,
Meu canto sem proveito e sem valia
Ainda quando muito poderia
Agora se desenha aquém da paz.

12


Num mar em tempestades; ilha eu vejo
Abandonado atol sem nada além
O mundo quando dita o que contém
Apenas se entregando malfazejo,
O preço a se cobrar traz no desejo
O rito que pudera sem refém
Vencer a mesma fúria e sem desdém
Singrar o que tentara noutro ensejo,
Apresentando engodos e verdades,
Ainda que decerto mesmo brades
Os tempos não seriam mais iguais,
Os ritos mais sisudos, medos erros,
E o canto se transforma em meus desterros
E deles desenganos virtuais.

13

A vida que em avidez desenha o que virá
Ouvindo o quanto quero e não viria
Apenas um retorno em agonia
Do quanto poderia e já não há,
Quisesse novamente e aqui ou lá
Sentir a brisa mansa, mas sabia
Do tempo desenhado em heresia
E o mundo com certeza matará
Os restos. Simplesmente o que inda trago
Espero algum momento mesmo vago
Dourando em alegria ou mera paz,
Mas sei que na verdade o que me ronda
É como o vai e vem de simples onda
Que a vida tanto leva quanto traz.

14

No caos em que me vejo ultimamente,
Jogado pelos ermos caminhares
E bebo dos destinos que ao tocares
Traduzem nesta insânia simplesmente,
O quanto mais queria e a vida mente
Retorno ao meu começo e dos pomares
Da infância nem sequer velhos altares
A noite que me trouxe ora se ausente.
Esqueço os rastros soltos pela rua,
Uma alma sem destino além flutua
E bebe os desafetos e se entrega,
Depois do mais diverso pensamento,
Apenas mero porto que eu invento
Após esta viagem vaga e cega.

15

Ao menos procurei felicidade,
Embora o que eu carregue nada diz
Somente o quanto possa e o tempo gris
Impede transformar em claridade,
O prazo se declina e na verdade,
O tanto se desvenda por um triz
Da lenda mais sutil, a cicatriz
Aos poucos, também ela, se degrade.
Não tento adivinhar qualquer alento,
Meu prazo se deforma e num momento
Escassos brilhos, noite em abandono,
E o tempo se esvaindo pelos dedos
Deixando para trás velhos enredos,
Apenas no não ser inda me abono.

16

Jamais imaginara qualquer verso
Que possa amenizar o temporal,
A vida segue o etéreo ritual
E perde um pouco mais seu universo,
O tanto que pudera e sendo inverso
Ao tempo mais comum ou usual
O velho coração em desigual
Cenário busca o quanto possa, imerso.
Não tendo outro caminho, sigo só
E volto com certeza ao mesmo pó
Regido pelos ermos de quem tenta
Vencer o dia a dia em tom atroz,
Ousando até quem sabe logo após
Seguir a mais distante e vã tormenta.

17

Escondo dentro da alma as cicatrizes
E trago o que inda resta dentro em mim,
Vagando sem destino, bebo o fim,
E vivo o que pudera além das crises,
E quando se aproximam tais deslizes,
O manto se destroça e sendo assim,
O prazo determina o quanto enfim
Tramara além da insânia que me dizes,
O amor tem suas velhas armadilhas
E quando sobre os sonhos também trilhas,
As marcas de teus pés sobre meu rumo
Num ato que contínuo nos atasse
E tendo no final a mesma face,
Num único momento eu me resumo.

18

Realces entre quedas e tormentas
Relevos tão diversos; monte ou vale,
E o quanto no passado se resvale
Olhar que assim dispersa, ainda tentas,
Nas horas entre as vagas, mais sangrentas
Punhais onde o caminho tanto fale
No vento que deveras me avassale,
Incertas ilusões que inda alimentas,
Percorro os meus anseios mares ledos
E sinto sempre ausente em desenredos
Os tantos caminhares que busquei,
Um dia sem querer me pensei rei
Errático cometa sem destino,
Aos poucos no vazio me amofino.

19

As hortas da esperança abortas quando
O tempo se transforma e nada traz,
Além da mesma fúria contumaz,
O vento no momento desatando,
Amarras da lembrança, tempo brando?
Talvez nada mais seja feito em paz,
A cada novo instante um capataz
O corte a cada toque se moldando,
Em solilóquio vejo o que não sigo,
E tento acreditar num porto amigo
Em meio aos discordantes ares tantos,
Resumos do que fomos, somos, temos,
Os erros que deveras são supremos
Apenas breves olhos, desencantos.

20

Um ato aonde eu possa resumir
Os tantos e temíveis erros meus,
Ainda quando vejo o mesmo adeus
O passo no vazio a permitir
A queda que deveras há de vir
E nisto acreditando neste deus,
Amortalhada sorte em vagos breus
E o preço a se pagar, o não sentir.
Alheio aos cadafalsos que me trazes
Masmorras da esperança, turvas fases
E os erros costumeiros; nada sonha
Quem quis outra paragem e não tendo
Uma esperança além ou mero adendo,
Aos poucos se exumando em voz bisonha.

21

Já não comportaria qualquer flor
Se morta vejo em nós a primavera,
A luta me transtornam e desespera
Deixando como rastro algum pavor,
Sinalizando sempre com a dor,
A sombra do passado não espera
E bebe o quanto aos poucos degenera
Matando o que pudera noutra cor,
Sem esplendor e sem apoteose
O tempo em tal martírio se antegoze
Gerando apenas fim e sem saída,
Depois de tantos anos noutras cenas
As horas quando que pensara serem plenas
Apenas transtornando o que há em vida.

22

Um tempo sem saber qualquer resposta
Da vida que pudera ou mesmo não,
Perdendo há muito tempo solo e chão,
Na sorte sem sentido e decomposta,
Na justa sensação assim exposta
O rumo se presume em direção
Diversa aos dias claros que virão,
Matando o quanto pude em leda aposta,
Das teias mais atrozes, armadilha
O temporal deveras já nos ilha
E trama outro momento mais venal,
Do prazo em terminais anseios vejo
O tanto que tentara em ar sobejo,
Marcando este cenário bem ou mal.

23

Ourives do vazio? Dilapido
O tanto quanto trago se presume
No tempo desenhado em tal ardume
E nisto o que não gosto faz sentido,
Ousando acreditar e não duvido
O medo se transforma e sem perfume
A vida noutro engano se resume,
O prazo se esgotando, desprovido.
Refaço o que tentara mais além
E o tempo se anuncia e quanto vem
Traduz o mero enfado aonde eu possa,
Viver o que se trama a cada instante
E nisto tão somente se garante
A velha fantasia, em medo e fossa.

24

Navego contra tantas emoções
Quais fossem os tsunamis mais vorazes
E sei que no final já nada trazes
Enquanto todo sonho decompões,
E quando imaginara outros verões
Apenas os invernos que, mordazes
Expressam sem rancor as velhas fases,
Retalhos em sutis exposições,
Reparo cada sorte destruída
Na lenta decisão já discernida
Da vida sem proveito ou quase nada,
A porta escancara o peito inflama,
Mas quando se aproxima a velha trama
A luta; há tanto tempo desolada...

25

Não mais comportaria qualquer tom
Se o todo resumindo num só ato
Transforma o que se queira e não constato
Num dia em fantasia, em ledo dom,
Acolho os meus enganos, sigo além
E tento transformar cada momento,
E quando no final o medo enfrento
Tal sorte em desengano, o que convém,
Dos versos e dos sonhos, passageiro
Sem eira nem descanso, solidão.
As horas anunciam o final
Do tempo que vivera bem ou mal,
E agora trevas tantas se verão.

26

Um átimo e talvez haja esperança
A ronda se fazendo em vã promessa,
O tempo noutro termo recomeça
E o passo no vazio ora se lança
A presa sem sentido o vento alcança
E bebe do que pudesse e já sem pressa
Ao nada simplesmente me endereça
Vagando em turva voz, mera lembrança,
Confiscos de uma vida sem sentido,
O manto noutro encanto destruído
E o verso sem saber sequer o quanto
Tentara noutra sorte ou noutro rumo,
E quando sem saber além me esfumo,
Aos poucos o final, mero eu garanto.

27


27

Num erro tão comum eu já pressinto
O fim da velha farsa mal montada
E bebo o que me resta em alvorada
Deixando o meu caminho em vago instinto,
E quando na verdade tanto minto
Morrendo sem saber do quanto invada
Meu peito nesta imagem degradada
O corte se anuncia e a dor eu sinto,
Alentos? Nem sequer qualquer sinal,
O vento se anuncia em temporal
E o medo se presume noutro enredo,
Ao menos quis viver um só segundo
Depois do que decerto em dor me inundo
E apenas um sorriso em vão concedo.

28

O manto; aonde eu pude discernir
Belezas desiguais em tons diversos
E tanto quanto sinto mais dispersos
Os mundos que tentara redimir,
O que restara aquém do que há de vir
Marcando em destemor meus universos
Gerando outros caminhos entre os versos
Que um dia sem saída eu conheci,
Acolho com ternura o que abandono
E vendo o que tentasse além do sono,
Servindo em vários rumos, ventania,
O pouco se transcorre de tal forma
Enquanto a própria vida nos deforma
O vento sem ternura não traria.

29

Mergulho nos meus erros do passado
E tento resumir qualquer promessa,
A vida noutro ponto recomeça
E o vento noutro instante ora degrado,
A sorte de quem fora mero gado,
O vento sem sentido e já sem pressa,
A serpe se anuncia e assim confessa
O mundo num temor em desagrado,
Aprendo, na verdade é sempre assim,
O início precipita logo o fim
E o caos transborda em tons dispersos quando,
O marco dirimindo a melhor sorte
Presume o que em verdade sempre aborte,
E nisto outro caminho se formando.

30

O medo ou mesmo o vento não teria
Sequer algum poder sobre quem tenta
Vestindo de ilusão; nesta tormenta
Conter o quanto houvera em vã sangria,
O corte noutro ponto se anuncia
E bebo a minha luta mais sedenta
Trazendo o que pudera e me alimenta
Da noite em polvorosa, ou mesmo dia,
A corda arrebentando sempre expõe
O quanto na verdade não compõe
O prazo sem valia, só por ser,
Depois do quanto pude e não tivera
A vida se prepara e da quimera
Este olhar esfaimado eu posso ver.

31

Já nada mais perdesse algum momento
Após o que tentasse e não viera
A vida se anuncia e noutra esfera
O dia traz o sonho que eu fomento,
Anunciando o velho pensamento
E bebo o quanto possa e destempera
Marcando cada dia em nova espera
E o verso se traduz em desalento,
Escuto esta emoção e nada vindo,
Ocasos entre tantos vou seguindo
E nada mais se visse além do caos,
E deste apocalipse que anuncias
Apenas outras tantas heresias,
Em dias sem sentido ledos, maus...

32

Primeiros dias dizem do futuro
E vejo qualquer tom em nova luz
Depois do quanto possa e reproduz
O manto aonde o tempo eu configuro,
Vagando sem sentido além do muro,
Esqueço o que deveras me seduz,
E sinto no expressar da velha cruz
O manto noutro engodo onde o procuro,
Espero o que jamais se poderia
Ousando no final ou novo dia,
Mostrando qualquer sorte que não veio,
Apresentando o cântico em ternura
O tempo se traduz e não perdura
Gerando o quanto possa e sigo alheio.

33

Apresentando o quanto tenho e vivo
Sentir o descaminho como tanto
Perdesse a direção e não garanto
Marcando o que seria enfim cativo,
E vejo este cenário onde me privo
Do prazo sem saber o quando espanto,
E vendo o que se molde noutro canto,
Gerando outro momento, eu sobrevivo.
E vindo contra a sorte sem saber
O que inda possa mesmo ver
Vestindo o que presume em fim e sorte,
E o marco se anuncia em leda esfera,
A vida em avidez trabalha e gera
Apenas o que tanto desconforte.

34

O mundo que deveras já seguiu
O passo num espaço limitado
E quando na verdade enfim me evado
Procuro noutro encanto ser gentil,
O tanto que se queira e não se viu,
O rumo pelo qual ao longe agrado
Espero outro momento desenhado
No tempo mais atroz ou mesmo vil,
Anseio qualquer dia mais suave,
E sei do quanto possa e nada trave
O passo de quem busca este infinito,
E o vento em discordância gera o fim,
Tramando o que já vive dentro em mim,
Além do que decerto eu necessito.
35

A vida se traduz noutro conselho
E gera outro momento onde se faz
E o tempo quando vence um novo, audaz
Reflete o que pudera noutro espelho,
O olhar se entorpecendo, ora avermelho
E bebo do passado o tom mordaz,
O passo se mostrando mais tenaz
Não deixa que se meta este bedelho,
Escuto sem saber o que viria,
Marcando em consonância a poesia,
E nisto nada mais se visse além
O tempo noutro rumo se desenha,
E o quanto em emoção acende a lenha,
Alinha-se em caminho quando vem.


36

O tempo noutro rumo percorrendo
Vagando a cada passo novo instante
E o tanto quanto possa e se garante
Traduz o que bebera noutro adendo,
A luta se traduz num fato horrendo,
E bebo o que perdera e doravante
Matando o quanto vejo degradante
E nisto o que pensara se perdendo,
Assisto aos meus anseios e me perco,
A vida vai fechando o estreito cerco
E tramo a minha vida sem futuro,
Após o quanto veio e não soubesse,
A luta ultrapassando a velha messe,
O canto noutro passo eu asseguro.

37

E quando no final entre as veredas
Apenas vago em sonhos onde vejo
O manto mais audaz e se prevejo
As horas onde o todo não concedas,
Assim quando talvez tanto procedas
Marcando o que se quer e noutro ensejo,
Bebendo outro caminho benfazejo
Vagando aonde tanto não mais cedas,
Do velho patamar em tom diverso,
Meu canto se anuncia enquanto verso
Vagando sobre as praias entre mangues
E os dias se perdendo noutro enfado,
O mundo se anuncia e depredado
Expõe diversos corpos, ora exangues.

38

As sobras traduzindo velhas multas
E os cantos noutros ritmos; poderia
Ousando na incerteza, a melodia
Trazendo sortes várias tanto incultas,
O vento que deveras sempre auscultas
E os olhos nesta noite mais sombria,
O preço a se pagar não mais teria
Senão velhas palavras, catapultas,
E os erros costumeiros; nada tento
Somente o que pudera em meu sepulcro
Ousando ter no sonho mais que fulcro,
E neste caminhar enfrento o vento,
O amor não mais seria um ledo culto,
E o tempo mais atroz; enfim sepulto.

39

O mundo na verdade mal chegou
E veio o que talvez nada pudesse
Vencendo o quanto resta e nada tece
Somente o que em certeza se moldou.
Resumo o quanto possa e se tornou
Ainda que se mostre noutra messe,
Reveste o que se queira e se obedece
No mundo onde o passado se encantou,
Além do que perdesse noutro enredo,
Vagando outro cenário em arremedo
Concedo alguma luz onde não vira,
Sequer a mesma luta sem proveito
E quando no vazio eu me deleito
Encontro ao fim de tudo esta mentira.

40

Dos vários sentimentos que teria,
Nem mesmo a menor sombra me convém,
O tempo se anuncia e quanto é sem
Marcando com terror o dia a dia,
Ainda que pudesse em agonia
Viver o quanto resta e nada tem
Marcando o quanto segue e nada vem,
Depois do quanto quer e não se via.
A luta se desenha em ar sublime
E o manto na verdade não redime
A pútrida visão em caos e medo,
Ainda que se veja outro momento
O quanto na verdade hoje fomento
Moldando o que em verdade, mal procedo.

41

Um tempo feito em tom mais temerário
Expressa a realidade que não veio,
E quando o temporal em devaneio
Marcando o que se faz em necessário,
Caminho entre o que possa noutro horário
Estranha o quanto queira e traz o meio
Gerando o que em verdade não receio
E nisto outro caminho e itinerário,
Vestindo o mais diverso desenhar
Vencendo o que tentara desejar
O mundo sem sentido e sem razão
E nisto o quanto queira ou mesmo até
O tempo se desenha em leda fé,
E nisto outros momentos moldarão.

42

Caminho que se quis indispensável
Depois deste arremedo em sorte e medo,
Ainda que tentasse em arremedo,
O tanto quanto possa ser notável,
Vagando em descaminho mais palpável
E tanto quantas vezes mal procedo,
Gerando o que se molda em tal degredo,
Tornando este cenário ora intragável,
Espero o que se faz em tom diverso
E bebo o quanto queira e me disperso,
Vestindo esta emoção em claridade,
Vertendo sobre a vida em tom suave,
Depois do quanto queira e mais agrave
E nisto se anuncia outra verdade.

43

A vida rola em pedras, espinheiros
E marca os destemores em audazes
Momentos tantas vezes que me trazes
Deixando novos rumos, derradeiros.
O tempo se mostrara entre os luzeiros
E nisto o que tentara noutras fases,
O mundo se desenha e quando fazes
Os dias entre rotos caminheiros,
Ainda quando vejo outro momento
O traço traz olhares mais mordazes.
E nisto o que se vê jamais permite
O tempo ultrapassando este limite
Expressa a realidade mais atroz,
Gerando do vazio o quanto tente
E o mundo deste encanto penitente
Sonega o quanto existe vivo em nós.

44

O mundo noutro passo traz um toque
Diverso do que gere outro momento
E bebo o mais diverso sentimento
E a vida se traduz e me desloque
Enquanto o que se veja e assim provoque
O tanto quanto possa ou mesmo invento,
O rumo se anuncia noutro intento
E nisto o caminhar mudando o enfoque,
Acordo e me vislumbro em medo e caos,
Os olhos procurando tais degraus
E neles o final noutra faceta,
A luta se desenha e nada vindo,
O tanto que se veja segue infindo,
E ao nada cada passo me arremeta.

45

O mundo se anuncia neste todo,
E quando se presuma o vento além
E o medo molda o rumo que convém
Gerando após o caos o imenso lodo,
E sigo o que pudera em vão denodo
Sabendo ser decerto muito aquém
Dos erros cometidos, tendo alguém[
Que traduzisse enfim o claro engodo,
Marcando o que se visse noutra rota,
Batalhas entre tantas se denota
Arcando com espécies mais diversas,
Assim ao se falar deste cenário
Diverso do que possa, noutro horário[
E neste caminhar além tu versas.

46

Os dias entre tantos outros somem
E versam para além do que se visse
O canto se desenha em tal mesmice
E os olhos no vazio se consomem,
O tempo se reduz e nada tomem
Olhares entre tanta vã tolice,
E o preço se traduz e já desdisse
Sem nada que pudessem e não domem.
A luta sem caminho e sem momento
O preço se anuncia e me alimento
Do caos gerado aquém de novo passo,
E quando no final já nada veio
Apenas o que possa num receio,
O tanto quanto resta não mais traço.

47


O tempo noutro tempo sucedido
E o vento se anuncia em tom audaz,
E o canto se desenha e tanto faz,
Vencendo o que pensara e não duvido,
O mundo com certeza não divido
Marcando o quanto possa ser tenaz,
Deixando o descaminho para trás,
Num ermo delirar já presumido.
Esculpo em alabastros a ilusão,
E sei dos dias turvos que trarão
Apenas o que resta dentro da alma,
A morte me acenando em tom venal
Adentro neste etéreo, vago astral
E quando se presume nada acalma.

48

O quanto se pudera e não ensino
O verso se aproxima do que tente
Vencer e mesmo sendo um penitente
O tempo que se quis foi cristalino,
E vejo e desde quando não domino
O olhar tecendo o mundo mais contente
E vejo o que se mostra e quando invente
E nisto nada mais eu determino,
Apenas a verdade não traria
O quanto se pudera em agonia
Vivendo o que se fez em solidão,
Jorrando noutro prazo o que se expressa
A vida prosseguindo já sem pressa
Apressa a mais diversa decisão.

49

O quanto deste tanto hoje eu projeto
E o medo se anuncia em tom diverso
Ainda quando aquém do sonho eu verso
Meu canto se tentara predileto,
Enquanto na verdade assim completo
O mundo sem sentido desconverso,
Marcando o que tentara no universo
Gerando o meu caminho mais dileto,
Anunciando a sorte que viria,
E nisto bebo inteira a fantasia,
Vagando sem saber o que virá,
E nada mais se quer senão tal passo,
Aonde o que tentara; se eu desfaço
O tempo noutro tempo moldará.

50

O dia se anuncia em cada sonho,
E o verso noutro rumo se presume
E vejo tão somente este perfume,
E nisto outro momento em paz componho,
A luta se traduz e sei bisonho,
A vida se permite e sem costume
O quanto da verdade além já rume
E bebo o que pudesse ou me proponho,
Negando o que inda tenha sem saber
O manto aos poucos segue a se perder
No prazo onde a verdade determina,
O ocaso se aproxima e nada veio
Somente o quanto pude em devaneio
Matando no que se trama e desatina.

51

O mundo se anuncia em vários graus
E trama após a queda o que viria
Gestando dentro da alma a fantasia
Alçando o quanto pude em dias maus
E bebo da esperança estes degraus
Ousando o que tentara em poesia,
E marco com temor cada alegria
Deixando para trás somente o caos,
Na cáustica verdade o que se tenta
Vencer em noite amarga e violenta
Num sanguinário sonho invés da luz,
Audaciosamente vejo o fim
E bebo o que restara dentro em mim,
Neste ato que deveras me seduz.

52

A vida causticando quem tentasse
Apenas um momento em paz e trama
Aquém do que teimasse em dor e drama
Marcando com terror o rude impasse
A vida na incerteza tanto trace
O corte mais atroz, e nisto clama
Matando a solidão que nos inflama
E vejo o quanto a luta se desgrace,
E nada mais se visse com ternura,
A luta com certeza me tortura
E bebe sem sentido esta batalha,
Ao menos no palheiro se vasculha
E sinto a solidão, expresso a agulha
Que tanto se procura e sempre falha.

53

O marco traz em si esta verdade
Nesta universidade sonho e medo,
E quando de tal forma em vão procedo
O passo a cada instante me degrade,
A vida sem sentido desagrade
E marque em discordância o velho enredo
E o peso noutro engano me concedo
Expressa na tormenta a dura grade,
Meu mundo se desaba e nada trama
Sequer o quanto é rude o mesmo drama
Na solitária noite em tom venal,
Ao menos poderia ter além
O tanto quanto traça e sempre vem,
Gerando outro caminho, desigual.

54

Depois de tantos anos, solidão,
A vida se presume e nada resta,
Somente a mesma face onde se empresta
Marcando dias torpes que virão,
A luta se desdenha em solução
E nisto o quanto quero não atesta
Morrendo pouco a pouco nada gesta
Sinalizando após outra versão.
E sinto o quanto veio e não viria,
Matando o meu caminho em poesia
E nisto noutro tempo a mesma sorte
Presume o que resuma novamente
E mesmo que um cenário manso eu tente
Apenas desenhando ao fim a morte.

55

Tomar o meu caminho e prosseguir
Num único detalhe ou mesmo após
O tempo se desenha e sendo atroz
Já nada mais consegue redimir
O tom se transformando a se sentir
Gerando o que pudera noutra voz,
E o mundo se destina e bebe a foz
Do quanto poderia no porvir,
A luta se anuncia em medo e canto,
E o quarto se desnuda em desencanto
E bebo o que pudesse em mel e fel
Apresentando enfim o que deporte
Meu sonho sem saber sequer do norte
Que gira neste imenso carrossel.

56

Das ordens em desordens ouço o canto
De quem se fez aquém do que pudesse
Enquanto este caminho se obedece
E o mundo traduzisse o que garanto,
Vencido este andarilho onde me espanto
E tento acreditar, inútil prece
E o vento se desenha em tal benesse,
Porém ao fim de tudo outro quebranto.
Medonha face exposta da vingança
Nem mesmo a sensação de paz amansa
O coração atroz e mesmo rude,
Ainda que meu barco na naufrague
Nem mesmo uma esperança acaso trague
Expressa o quanto quero e já não pude.

57

Enquanto noutro passo tento a paz
Indo sem ter destino, mero norte,
O prazo se transborda e não comporte
Sequer o que este encanto ledo traz,
Meu passo noutro espaço nada faz,
Somente o que se veja em duro corte,
Querências entre tantas; bebo a morte
E o sonho deixo sempre para trás.
Não tendo outro caminho nem se vendo
O quanto poderia em dividendo
Acrescentando a dor ao dia a dia,
Marcando o meu caminho em tom venal,
Iludes com teu canto racional
O todo que deveras não teria.

58

Já não mais poderia conviver
Com tantas heresias em pecado,
E o manto que quisera consagrado
Aos poucos sinto além a se perder,
O verso que me impeça amanhecer
O medo noutro tempo degradado,
O caos há tanto vejo anunciado
Marcando com terror qualquer poder,
Anunciando o fim do que se visse,
A sorte se transforma em tal crendice
E mata qualquer sombra de esperança,
Após o que teimara em ledo fato
O tempo noutro tempo mal resgato
E levo neste olhar o quanto cansa.

59

O quanto se pudera estar mais perto
Do sonho ou mesmo até do que se vira
Gerando dentro da alma esta mentira
Depois do pesadelo ora desperto,
O coração estando sempre aberto
Tentando imaginar o que prefira,
O caos noutro sentido se interfira
Marcando o meu cenário sempre incerto,
E bebo o sentimento em tom diverso
E sei do quanto possa e desconverso
Ousando num instante ou mesmo além
Do prazo que termina num instante
O tanto que se possa e se adiante
Traduz o quanto resta e não convém.

60

Além do que pudesse aqui ou lá
Meu verso não traduz qualquer detalhe
E quando a vida adentra e mesmo falhe,
O sol já com certeza não virá,
E apenas o que resta moldará
O tempo noutro vago onde se encalhe
O barco sem sentido sempre entalhe
Minha alma quando o sonho morrerá,
A sombra dos meus erros, prosseguindo
E bebo o que pudera sendo infindo,
Matando o que se visse noutro canto
E assim ao se mostrar noutro momento
E sinto o quanto possa e me alimento
No medo onde sem paz, nada garanto.

61


A guerra derradeira num agosto
Jogado nos primórdios do vazio,
Assim a cada passo eu desafio
O próprio caminhar, mero desgosto?
O cheiro a cada passo decomposto
O vento se transforma em tom sombrio,
E o quanto se presume em desvario
Somente traz o tempo em vão proposto,
Acessos e barreiras, morte insana
A vida noutro canto já se dana
E a podridão exala em seu aroma
O tanto que se quis e não viria,
Matando o quanto houvera em poesia,
O tempo noutro infausto; nega a soma.

62

Nesta instantânea foto que se dera
Vagando sem sentido e sem proveito
O tanto quanto possa e não aceito
Moldando a mais precoce primavera,
Depois anunciando a velha espera
No caos onde deveras já me deito
E bebo deste tempo enquanto azeito
E crivo o meu caminho em torpe esfera,
Apresentando o caos como uma herança
Quem tanta se provera e agora alcança
Remansos entre mansos e venais,
Abrindo o velho peito ao desengano,
O tempo se mostrasse noutro plano
Grassando estes momentos desiguais.

63

O tempo noutro tempo se é total
Demarca e delimita o que inda resta
E bebo o quanto sito em leda festa
A fresta se anuncia em tom venal,
Bebendo o sortilégio, e ser fatal
Tocando o pensamento a cada fresta
O luto tanto sorve quanto empesta
Embora te pareça mais banal,
Esqueço os ermos e vendo o que se quer,
Não guardo na memória um bem sequer
E prezo cada engano nesta guerra,
E o cântico se traça em desafino,
Apenas o vazio eu determino
Quando esperança além já me desterra.

64

A sorte mais sutil, datilográfica
Invade esta cigana previsão,
E marca em sublime dimensão
Imagem delirante mesmo sáfica,
E a luta nesta cena demográfica
Os olhos noutros erros sorverão
O quanto se quisera em direção
De Kafka outra verdade cenográfica.
Espero além do quanto inda processo
Metamorfoseando este processo
Tramando após a queda outra vereda,
Num turbilhão de vozes e cenários
Os dias noutros tais, imaginários
Enquanto a solidão em dor proceda.

65

O quanto se pudera e não mostrava
A luta sem sentido ou sem razão
Marcando com ternura a imprecisão
Do passo que desvenda qualquer trava,
A sorte se anuncia e quando a lava
Provoca o quanto resta em explosão
Meu mundo se desdenha e não verão
Olhares onde o mundo além desbrava.
Apresentando o medo após o fato,
Ainda que teimasse, eu mal constato
Meu desengano em forma mais dispersa,
E quando se anuncia o fim de tudo,
O mundo se mostrara aonde iludo
E o peso noutro corte sempre versa.

66

A sorte se traduz tão paciente
E marca com sinais a ferro e fogo,
O tempo não presume qualquer rogo
E o que inda me restasse não se tente,
Ainda na Guiné, mesmo no Togo
O prazo noutro rumo já se atente
E marque o que se fosse; este inclemente
Cenário se traduz em raro jogo,
A sorte se anuncia noutro ponto
E bebo este caminho aonde apronto
O mundo em mais completa sintonia,
E quando no final o tempo passa,
Sobrando tão somente esta mordaça
A luta noutro caos não mais veria.

67

As horas mais sutis, intermináveis
Exprimem o que eu possa dirimir,
Depois do que provasse em meu porvir
Gerando dias claros e palpáveis,
Os sonhos que tentara palatáveis
Os olhos no horizonte, o que há de vir,
O manto noutro tom a repartir
Momentos em tormentos insondáveis.
Negar o que tivesse em novo tom,
Gerenciando o sonho, atroz ou bom,
A porta se mostrara até fantástica
Espástica expressão em trama e mal,
O verso se anuncia sempre igual
E a luta se desenha além, bombástica.

68

Em elucubrações procuro o espaço
E nada do que faça me transmite
A vida se transtorna em tal limite
Até quando se molde em tom escasso,
O canto quando além teimo ou desfaço,
E o verso noutro passo não me imite
Ainda que deveras acredite
No todo sem temor já não refaço,
Apresentando ao fim o meu caminho
Erguendo o que se visse mais daninho,
Aproximando o fim neste vazio,
A sorte tantas vezes guerrilheira
O tempo na verdade assim se esgueira
E o tanto quanto sobra ora desfio.

69

O marco que sem dó apartará
O sonho do que fosse até real
Expressa o mesmo passo em desigual
Caminho sem sentido que virá,
Apresentando o canto desde já
O manto se produz em tom venal
E bebo deste fato irracional
Vestindo o quanto possa e não terá,
Desdenho cada entranha e bebo o sangue
E rastreando o carma vejo o mangue
E nele penetrando sem descanso,
Dos rapineiros sonhos do passado
Quebranto noutro tom alvoroçado
E em volta deste corte além, avanço.

70

O tempo se traduz em mera tecla,
E o prazo determina em precisão
Fortuna onde se vendo a direção
Não possa resumir em mero assecla,
Especular anseio dita o nada,
E o verso noutro rumo se oriunda,
E vejo o quanto possa em mais profunda
Verdade sem sentido anunciada.
Esqueço o que tentasse e sei do fato
Querendo muito ou pouco, tanto faz,
Apenas o que eu vejo sendo audaz,
E nisto outro caminho não constato,
Apresentando o caos invés da sorte,
Somente esta mortalha me conforte.

71

Dos sonhos somos vítimas, vassalos?
E os termos entre términos e sendas
Diversas onde versas e desvendas
Os olhos, óleos medos versos, calos.
E quando se enfurnando em vãos embalos
Os dias sobrepõem diversas lendas
Versando sobre cortes, vãs emendas
Os prazos dirimindo seus abalos,
Acrescentando ao tanto; atenta trama
No fundo se aprofundo a sorte clama
E marca quando abarca a luta insana
Na estóica previsão visão do fato
Que tento discernir e não retrato
Enquanto o canto em vão a vida dana.

72

Os tantos e rebeldes descaminhos
Debalde poderiam me trazer
O quanto sem ter tanto pude ver
Em meio aos devaneios mais mesquinhos,
E bebo deste infausto em ermos ninhos
E tento o quanto possa descrever
Ainda quando o tempo se faz crer
Diverso do que em versos vão sozinhos.
As garras rapineiras, olhos sondam
E os mantos entre encantos se arredondam
E geram tais ocasos, prazo finda,
E o vândalo caminho em que entorpeço
O mundo se perdendo em adereço
A luta noutro luto se deslinda.

73

Os dias entre tantos inimigos
Os olhos procurando algum apoio,
Espera o que vivesse em raro joio
E tanto quanto busque meus abrigos,
Os versos mais audazes campos trigos
Arcando com delírios quando aboio
Bebendo o que pudera noutro arroio
Os sonhos se desenham mais antigos,
E corto em tal raiz o que se quer
E vejo o belo rosto da mulher
Que um dia se fizera mais diverso,
E quando ousando vejo o fim do sonho,
Aos poucos sem sentido decomponho
E neste decompor eu me disperso.

74

Aprendo com a guerra a crer na paz,
E o preço a se pagar já não se veja,
A vida se entregando de bandeja
O corte se mostrara e tanto faz,
O passo noutro prazo não apraz
E esta alma sem sentido não almeja
Porquanto o que se faz e assim dardeja
Movendo o que se molda e satisfaz,
Meu prazo se perdendo sem temor,
Gerando o quanto possa em nova cor,
E vivo com certeza o quanto tente
Desenha no horizonte a luz que anseia,
Vestindo o quanto possa em voz alheia
Marcando o meu caminho imprevidente.

75

O mundo que se fez profanador
Do caos gerado em nós ou mesmo assim,
Trazendo o quanto possa dentro em mim,
Num dia aonde o sonho é refletor
Do ocaso que se trace em nova cor,
Meu canto feito flor em teu jardim,
Apenas se trouxesse além do fim
O voar sem igual do beija-flor.
Apresentando a luta onde se trame
O sonho que se molda qual enxame,
Melífero caminho em tom diverso,
Ainda que se possa ser ou crer
O manto se aproxima e amanhecer
Expressa o que decerto além eu verso.

76

O corte se aprofunda e traz neste aço
Cenários de uma vida sem proveito,
E quando no vazio em vão me deito,
O tempo noutro prazo já não traço,
O medo se anuncia e sei do escasso
Caminho se moldando em lento leito,
Apenas sofrimento sempre aceito
Deixando este momento amargo e lasso,
O vento se anuncia sem saber
O quanto me traria em tal prazer
Somente o fim do prazo se aproxima,
Num único momento vejo o todo
E bebo este caminho em lama e lodo
Trazendo o mais instável, rude clima.

77

O tanto quanto pôde já manchado
Nos ermos de minha alma vejo e trato
O pranto onde em verdade algum maltrato
Expressa o que se cria noutro enfado,
O velho sentimento segue alado
E bebe o que pensasse num retrato
Dispersa cada sonho num regato,
E o monte noutro tom aliviado,
Esculpo os derradeiros descaminhos
Os dias que inda restam; são daninhos
E o tempo sem motivo se presume,
Apenas o mergulho no que trace
A luta sem saber deste repasse
Gerando ao fim de tudo o velho ardume.

78

Ainda que se façam sempre nossos
Os dias entre tantos que pudera,
Vagando sem sentido a primavera
Adentra e corta além dos podres ossos,
Ousando em direção aos meus destroços
A sorte se aproxima e destempera
Marcando cada olhar na fúria, a fera
Os rastros com certeza serão vossos?
Servindo-vos deveras poderia
Vencer o quanto trama em alegria
E marca o dia a dia em novo rumo,
Queimando a própria história nada resta
Senão a mesma voz que em plena fresta
Adentra o que não quis e não consumo.

79

O sangue se escorrendo pelos dedos
E a faca se anuncia mais atroz
O medo quando vaga rege a voz
E nisto mostra além os seus segredos,
Os dias entremeiam desenredos
E o corte se tentara logo após
A vida se desenha em laços, nós
E os cantos se apresentam em degredos,
Acolho cada prazo e nada vejo,
Somente o que tentara em ar sobejo
Ou mesmo me enganara, tolamente,
Nesta acidez presumo o fim de tudo
E quando a cada engodo desiludo
O mundo com certeza tanto mente.

80

Os dias na verdade são vizinhos
Dos dias que jamais eu pude ver,
E o tempo se mostrara sem saber
Dos passos entre tantos mais mesquinhos,
Rondando os velhos ermos vejo os ninhos
Tentando com verdade esmorecer
E nada do que possa perceber
Expressa o quanto quis em teus carinhos.
Além do quanto tente eu vejo a cena
Que nada noutro passo me condena,
Vestígios de uma luta quase insana,
Depois do que se fez em dor e tédio,
A sombra se traduz em mero assédio
E o corte pouco a pouco desengana.

81

Desertos que atravesso; sendo hostis
Alcançam o caminho desditoso
E quando presumisse o pedregoso
Cenário desenhado em infeliz
Momento eu me aproximo do que eu quis,
Embora noutra face, majestoso
O mundo sendo sempre caprichoso
A cada novo encanto, a cicatriz.
Esqueço os descaminhos, versos vagos
E tento vislumbrar diversos lagos
Enquanto só percebo a mesma areia,
Depois de tanta luta; esta miragem,
Oásis que traduz toda a viagem,
Paisagem onde o sonho devaneia.

82

Diversas cordilheiras: esperança
Sangrias entre versos e tolices
O quanto na verdade nada visses
Marcando a imensidão enquanto avança
O todo se anuncia em tal pujança,
Amores se traduzem em crendices
Os cantos entre tantos, vãs mesmices
Ausenta-se do olhar a confiança.
Jogado sobre as pedras, Prometeu,
O mundo se transforma e se perdeu
Rondando a rapineira a cada instante,
O nada se apresenta em todo passo,
E quando vejo o sonho amargo e escasso,
Cenário se anuncia degradante.

83

Das árvores diversas, as veredas
Ousando em tais matizes, variadas
As sortes entre tantas demarcadas
E nelas; outras vagas, não concedas.
E sei do que teimasse em alamedas
Ou mesmo noutras faces desenhadas,
Traçando em descaminho tais estradas,
Enquanto sem sentido algum procedas,
Esqueço o que se quis e não veria
Apenas o que traz esta agonia
Marcando em discordância o que me exima
Dos antros mais fugazes e enfadonhos,
Os dias entre tantos matam sonhos
E apenas ilusão não me suprima.

84

Passando o dia a dia sem saber
O manto noutro rumo ou mesmo em verso,
Transcende ao quanto pude e me disperso
Marcando com ternura e algum prazer,
Depois do que trouxesse o bem querer,
Navego sobre o quanto em universo
Sentindo a direção onde é diverso
O mundo noutro raro amanhecer,
Apresentando esta ótica onde eu possa
Viver a sensação da vida nossa
E nisso me entregar sem mais temores,
Seguindo cada enredo aonde eu tente
Vestir o meu caminho e, num repente
Teimar em desenganos, dissabores.

85

Passando num galope, este tropel,
Galgando a imensidade que se quer,
O olhar enaltecendo sem sequer
Tentar trazer à Terra o imenso céu,
Uma esperança dita este corcel
E bebo do que possa e já vier
Matando outra tortura e se puder
Deixar além do sonho o carrossel.
Navego o mundaréu feito esperança
E quando sem descanso a sorte avança
E molda este tormento que se faz
O quando a cada passo se confunde,
O tempo noutro prazo já se funde
E marca o caminhar duro e tenaz.

86

Dos húmus que tentara, raro adubo,
O manto se apresenta em tom diverso,
Marcando o que pensara mais disperso
Do verso se aproxima o mesmo cubo,
E o nada que pudera em torpe tubo
Distúrbios tão complexos, e assim verso
Tentando o quanto tenta no universo
Além desta ilusão, deveras subo.
E bebo o que se quer e se permite,
No tanto se desnuda e sem limite
O encanto se aproxima do que eu quis,
Jograis entre fantoches, marionetes
O quanto se anuncia e já refletes
Traduz o céu deveras sempre gris.

87

Alfombras que pudessem num descanso
Tramar qualquer alento a quem buscara
Envolto nesta noite mesmo amara,
Meu canto sem sentido ao nada lanço,
E tento tão somente o que ora alcanço,
Marcando com ternura o que me ampara
E sendo de tal sorte esta seara
Algum sonho deveras, meu remanso,
Apaziguando a guerra que carrego
E nisto se aplacando a dor de um ego
Que teima noutro intento sufocar,
Este Id tão voraz e sonhador,
Nas tramas em delírio, farto amor,
Buscando sem sucesso sublime par.

88


Mil anos ou talvez mesmo milhões
Os tempos são diversos, mas no fundo
Enquanto em ilusão tanto aprofundo
O mundo se dirime em direções
Disperso o que deveras tu propões
E neste caminhar qual vagabundo
Do sonho mais fugaz ora me inundo
E bebo as várias ledas emoções
Arcasse com enganos e talvez
Tragando o que estragando se desfez
Eu ressuscite o sonho que perdi,
Depois de tantos erros, despropósitos
Espero noutros cantos em depósitos
Diversos encontrar o amor em ti.

89

Tocando em suas cúpulas o vento,
Das frondes, galhos, ermas folhas vejo
E sei do quanto possa em benfazejo
Cenário conviver ou mesmo tento,
Assim ao discernir o próprio alento
Do quanto se previra e noutro ensejo
Mergulho no vazio e me revejo
Bebendo com temor o esquecimento,
A sórdida presença que me avia
Engodos entre tantos, sintonia
Diversa entre o que possa e o quanto resta,
Escrevo em versos tolos, desengano,
E quando no final tento e me dano,
A fonte se anuncia mais funesta.

90

Na trêmula expressão do que não veio,
Extremas emoções; não mais acolho,
E quando se vislumbra no ferrolho
A provisão sem nexo em devaneio,
Do quanto poderia e não recolho,
O medo se anuncia se o rodeio
Somente o que se quer traduz o anseio
Perfura sem sentir meu único olho,
Ciclope? Talvez trace novo enredo,
Nesta mutante forma se transcende
Ou mesmo se quisesse, algum duende
O tempo noutro tempo não concedo,
Festivos parasitas, sanguinários,
Os dias entre engodos, solitários...

91

Escura selva dita o que viria
Marcando o quanto trama em tom alheio
Ao quanto mais desejo e se o rodeio
Encontro no final a poesia.
Arcar com meus enganos não traria
Sequer o que pensasse noutro veio
E o corte se anuncia onde o receio
E a sorte não viria; uma utopia?
Apenas apressando o passo enquanto
O presumir além eu não garanto
Nem mesmo o que se finde ou gere além
O tempo se atormenta e segue em rude
Caminho aonde nada mais transmude
E apenas o vazio me provém.

92

Alçando este momento em passo curto,
O ledo sonho expressa o tom sutil,
E o verso quando aquém se permitiu,
O tempo de viver assim, o encurto.
Nem restas ou talvez o que trouxestes
Mergulha neste ocaso ao fim de tudo,
E o peso se divide e não presumo
Insumo em momentos mais agrestes,
E quando me revestes de ilusões,
As tantas horas ditam o abandono,
E quando no final me desabono
Apenas entre enganos e senões,
A vida se impregnando do vazio
Transcende ao quanto tento e desafio.

93

Os pássaros migrando para além
Do quanto caberia no horizonte,
Ainda quando o sonho tanto aponte,
Apenas imagino o que inda vem,
Quisera em infortúnio um novo alguém
Ou mesmo se rever a vária fonte
Gestando o que talvez te desaponte
Ou marque tão somente com desdém,
Apresso-me ao saber real valência
Da vida como fosse esta excrescência
Sem ter ciência mesmo do que veio,
O tempo se transcorre em frágil cena,
O que inda me restasse enfim condena
E o olhar seguindo atroz em devaneio.

94

Crispando sobre os céus raios, trovões
E nestas cenas vejo o relampejo
Do sonho que pudera e mais desejo
Tramando o quanto sonho e decompões,
Das sortes e dos medos procissões
Vestindo o mais atroz e malfazejo
Momento entre temores, nada vejo
E bebo no final; expiações.
Relâmpagos e medos, discernidos
Os olhos entre tantos consumidos
Em fátuas expressões, fugaz caminho,
Teimara contra a sorte que não vindo
Tramasse outro cenário onde do infindo
Desenha-se somente o mais mesquinho.

95

Da cauda deste sonho, nada sobra
Cometa que se foi e não voltando
Deixara este caminho desde quando
Minha alma neste mar tanto soçobra.
A vida sinaliza em sobeja obra
E o passo noutro rumo se tramando
Espero o mesmo encanto desdobrando
Enquanto o campanário ao longe dobra,
Jazigos e sepulcros, versos vagos,
E quando se imaginam nestes lagos
Apenas placidez, revejo a cena,
E monstruosamente em maremoto
O quanto parecia mais remoto
Agora noutro infausto me condena.

96

O tempo na verdade em noite grande
Vestindo a tempestade mais atroz,
Ousando desvendar os velhos nós
E nisto o que vencesse já demande,
A paz onde se encerra e se desmande
O tempo noutro encanto ou mesmo após,
Expressa a violência e deste algoz
Já nada mais sossegue ou mesmo abrande,
O preço a se pagar, em ágio imenso,
Naufrágio sem sentido onde compenso
O terminar dos sonhos, mocidade.
Ocaso se permite ao ser senil,
E o quanto sem destino se previu,
Agora na incerteza me degrade.

97

A vida se tomando neste outono
Amarelada folha encobre em cobre
O quanto se pudera ser mais nobre
O rege tão somente o que abandono,
O corte se aproxima e sem o sono
Que possa acalantar tanto descobre
Esta alma sem sentido e se recobre
O manto desvendado em tosco abono,
Sem víveres talvez esta partilha
Expresse o que tanto se palmilha
Pousando no silêncio sem sentido,
E o cântico que aos deuses proferira
Traduz ao fim de tudo esta mentira
Enquanto o que me resta, dilapido.

98

Tombando sobre os restos da esperança
A turva sensação de que não veio
O mundo onde tentara e segue alheio
Tramando este futuro sem pujança,
Meu passo neste infausto já se cansa,
E bebo do que possa em vão recreio
Dos antros hordas tantas; eu rodeio
A luta que se faz em vã fiança.
Alhures nada vindo, nem o vento,
Arcar com ilusões eis o que tento
E atento ao sofrimento em dobro eu pago,
E assim ao me sentir já sem futuro,
O corte na verdade configuro
E o verso sem sentido, mero estrago.

99

Cavalgo o sentimento e nada traço
Alago o que me trama em novo rumo,
E o tanto sem sentido algum resumo,
No sonho mesmo sendo sempre escasso.
Presumes o que tanto sem espaço
Expressa o quanto tente em mero sumo,
Aos poucos sem sentido algum me esfumo,
E visto o mesmo olhar, medo e cansaço.
Apresentar a sorte a quem se dera
Além da mais sublime primavera
Neste ato em concordância ou mesmo em vão,
Cercando com a fúria de quem tenta
Vencer em mansa aragem tal tormenta,
Sabendo que no fim há furacão.

100

A sorte se desenha e não reprisa
O passo se perdera em tom sutil,
E o quanto na verdade não se viu
Deixando como um rastro leda brisa,
E quando esta alegria rude pisa,
Tentando mesmo incauto ser sutil,
O marco se aproxima do que ouviu
E a luta noutro enredo desavisa.
Ao esculpir a sorte de tal forma
O passo noutro enredo se deforma
E gesta esta parelha magnitude,
O marco em discordância gera o fim,
Matando o quanto houvera em meu jardim,
E o tempo com certeza, desilude.


101

Uma árvore deitada em meu caminho
Tramando este desvio aonde eu tento
Vencer o mais atroz alheamento
Deixando para trás o que avizinho,
Vestindo este cenário mais daninho
E bebo sem saber o que este vento
Trouxesse na verdade o pensamento
E nisto procurar algum carinho,
Jamais eu fui feliz, e pouco importa,
A vida se transforma e desta porta
Já nada mais se visse ou presumira,
Ainda quando ousasse nesta lira,
O caos se anunciando enquanto aborta
A luta que deveras interfira.

102

A terra se entranhando em temporais
Gerando lamaçais, mangue e charcos,
Os dias que sonhara sendo parcos
Os ermos se anunciam tão iguais,
Vencendo o que deveras tu distrais
E nisto procurando um cais, os barcos
Envoltos em tormentas, desses arcos
Estrelas não se vendo, brumas tais.
E o pranto não trouxera qualquer medo
Apenas o que possa e assim concedo
Somente algum sorriso ou mesmo um sonho,
A pútrida mortalha se anuncia
E vendo em todo o tempo a mais sombria
Verdade, apenas rito em vão componho.

103

Raízes se tocando, nossa história
Traçando do começo o mesmo passo,
E quando no futuro desenlaço
Não resta sequer sombra na memória,
O quanto reinas sou decerto escória
E bebo a fonte imunda em descompasso
E sei do que pudera noutro traço,
A vida se desenha merencória,
Anelos desejados? Rude pena
E quando na verdade o que se acena
Expressa esta verdade tão mutável,
O quanto desta sorte mimetiza
E o tempo noutro tanto não me avisa
Sequer do que quisera, mais palpável.

104

Perfume em consonância, sonhos idem,
E o prazo determina o quanto resta
Da luta que se possa e assim contesta
E os raios noutros pontos ora incidem,
E os dias entre tantos já dividem
Deixando esta expressão leda e funesta,
Apresentando apenas mera fresta
Enquanto os dias vagos nos agridem,
Paisagens tão diversas entre tantas
E quando na verdade o que garantas
Marcando o que em verdade se macera,
A luta sem sentido não permite
O quanto se desenha em vão limite,
E nisto se transtorna a sorte; fera...

105

Ainda se desenham em mordidas
As tramas que eu quisera em paz ou quase,
O tanto que se possa ou mais atrase
Implodem incertezas, nossas vidas,
Acumulando dores e feridas,
O peso noutro caos já se defase
E o mundo se apresenta noutra fase
Desnuda o que tentara e enfim duvidas.
Navego em mar atroz e violento
E quando qualquer porto além eu tento
Já nada mais presume o fim em paz,
O rústico momento se compondo
No quanto mais desejo e não respondo,
Matando o que pudera ser audaz.


106

As pedras no caminho, os passos rudes
E as tantas heresias que se dão
Marcando com temor cada estação
Negando o que deveras desiludes,
E tanto quanto possa já transmudes
E marcas com audazes atitudes
Ousando noutro ponto ou direção
Tentando resumir a sensação
E nela se esquecendo as plenitudes;
Assim ao me entregar sem mais temor,
Eu bebo o que pudera e redentor
Caminho se anuncia após o tanto,
Marcando o que se fez em tempestade,
E gera no que possa e quando agrade,
Transmite o quanto quero e não garanto.

107

A roupa já rasgada deste pária
Negando qualquer sonho ou mesmo a paz,
Adentro o que pudera e não se faz
Na vida sem sentido, solitária,
A luta necessita em luminária
Do tempo que pudesse ser audaz
E o farto descaminho não apraz
Quem tanto se quisera temerária.
O prazo determina o fim do jogo,
Há muito se perdera em qualquer rogo
Restando muito pouco deste encanto,
Apenas o que pude não traduz
Sequer o quanto expressa em rara luz,
Deixando como herança a dor e o pranto.

108

As mãos se tocam quando me aproximo
Do sonho em senda vária, em turbilhão
Um vórtice domina a direção
E deixa para trás montanha e cimo,
Caindo noutro passo, em farto limo,
Meu tempo se transforma em obsessão
E sei dos dias turvos que virão,
E nisto apenas sonho enfim estimo,
Blindando cada passo rumo ao farto,
Os erros na verdade se os descarto
Encontro soluções; velhos problemas,
E quando se anuncia o fim do sonho,
O resto que deveras decomponho
Traduz o quanto quero e sei que temas.

109

Raízes se perdendo sem sentido,
O bravo caminhar expressa o medo,
Depois do que pudera e me concedo
Jogando sem saber nada lapido,
E bebo o que pudera e não duvido
Cerzindo o quanto trago em desenredo,
Marcando o que pudesse e não procedo
Ousando o que se fez desprevenido.
Espero atocaiada outra verdade
E quantas vezes mesmo quando brade
Deixando para trás o que se quer
Nefasta luz invade o que inda resta
Deixando sem proveito qualquer festa,
O mundo não seria outro sequer.


110

Olhando para trás o que ora vejo
Traduz o meu caminho em meio ao vão,
E sei do que tentara em tentação
Marcando cada passo; malfazejo,
Vestindo outro cenário onde dardejo
Meu verso sem saber da precisão
E os dias entre tantos me verão
No quanto com certeza mal almejo,
O manto se puíra e na verdade
O pouco que traduz e se degrade
Expressa a solitária e imensa lua
Deitando sobre as brumas seus clarões
E nisto novos tempos tu me expões,
Minha alma muito além segue e flutua.


111

Ao entrar em meu sonho
Outro tanto eu compus
E se vejo esta luz
Onde o verso eu componho
O que tanto proponho
Na verdade me induz
E se valha-me a cruz
O meu tempo é medonho
O ralhar da esperança
O sonhar onde avança
Num cansar mais freqüente
E se tanto se ausente
O que possa dizer
O caminho relega
O que tanto se entrega
No final posso ver.

112

O meu mar escutando
O que possa tramar
Outro sonho a notar
Em caminho mais brando
O que possa em tal bando
Esperando notar
O que traz o luar
Ou deveras prezando
O meu mundo se cala
E se trama na sala
Novo rumo afinal
E bebendo esta luta
O que tanto reluta
Dita o passo banal.

113

E se agora tremula
A verdade sem nexo
O caminho que anexo
A vontade, outra gula,
Esperança que ondula
Meu olhar sem reflexo
Outro passo perplexo
A verdade me engula
E vencer o que vaga
Noutro rumo divaga
E gerando o passado,
O cenário em tal plaga
Traduzindo o que evado
Reproduz o traçado.

114

Nada vejo sequer
O que possa ou se entranha
A vontade outra sanha
O que tanto vier,
Traduzindo o que quer
E se molda a montanha
No que tange e se estranha
Traça o quanto puder.
Ausentando do prazo
O que gera este ocaso
Dita o medo e se evade
No final nada veio
E somente o receio
Ao tramar claridade.

115

Ouça além da verdade o que possa viver
E presumo o passado e não vejo sentido
No que tanto quisera e deveras duvido
Poderia talvez encontrar o que crer
Aproximo da sorte e se tento escrever
Desenhando no vago o que vejo traído
E pudera sentir o caminho cerzido
No canto maior em que tente saber
O cenário suave e se assim caminhasse
Vencendo o que trago e nisto outro impasse
Moldando o que rege este prazo final
O amor quando vejo um imenso carinho,
E nele se veste o que então tento e aninho
Marcando o sutil e diverso sinal.

116

O que possa em momento diverso
Traduzir o prazer que viria
E se tanto puder fantasia
Noutro rumo que quis mais disperso
E bebendo o sutil universo
Caminhar quando o sol já me guia
E saber da fatal agonia
Para a qual noutro ponto hoje verso
E se cala no peito a saudade
O que resta no fundo degrade
A verdade ferina e sutil,
O meu mundo trazendo outro engano
Quando tento e percebe o que dano
Noutro instante o cenário sumiu.

117

Ao ver o que pudesse mais além,
O corte se aproxima do que pude
E o manto na verdade desilude
Gerando o que teimasse sem desdém,
O quanto prosseguindo sempre aquém
Do todo que moldando esta atitude
Negasse num instante a juventude
E o medo tão somente o que inda vem,
Reparo cada estrela e nada veja
Uma alma que se entrega de bandeja
E bebe a hipocrisia a cada instante
E o tanto que pudera ou mesmo quis
Gerando após a queda este infeliz
Que nada se presume se garante.

118

O manto consagrado da esperança
E o vasto caminhar em noite atroz,
Gerando o que pudesse noutra foz
Enquanto e quando tento não se alcança
A luta sem destino teima e cansa
Não deixa quase nada vivo após,
O manto se presume e sei que em nós
A vida nada deixa na lembrança,
Apresentar o caos e nada ver,
Depois do quanto tente amanhecer
Negando a velha face de um passado,
Diverso do que tinge o coração
Marcando os dias turvos que virão
Enquanto do cenário em vão me evado.

119

Vencido sonhador, nada mais quero
Senão a mesma face em dor e medo,
Ainda que se faça um arremedo
Do tempo mais audaz, mesmo sincero,
Bebendo o quanto tento, destempero
Num gesto sem temor eu me concedo
E tanto quanto possa em desenredo
O termo se anuncia audaz e fero,
Negar o que reviva e trame logo
Enquanto na esperança em vão me afogo,
Blindagem não se vira e na verdade,
O tanto que restara não me exponha
E a luta se esvaindo em luz medonha
E assim o que pudera me degrade.

120

Ocasionando a queda de quem tenta
Vencer os dissabores costumeiros
E vendo no final velhos luzeiros
A noite se aproxima da tormenta
E bebo o quanto possa e me apascenta
Apenas outro tempo entre os canteiros
Negando o renascer dos jasmineiros
E a sorte se presume mais sangrenta,
As rosas entre cores mais diversas,
Crisântemos e lírios, meu jardim,
O tanto que pudera vivo em mim
E nisto outros caminhos desconversas
E tramas esperanças onde um dia
Tentara conceber a poesia.

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