domingo, 28 de agosto de 2011

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28/08/2011

Resumindo cada história
No que tange ao nada ter
A peçonha mais inglória
A vontade do prazer
Revolvendo na memória
O que um dia pude ver
E se possa sendo escória
Outro instante a se verter.
Náuseas tento disfarçar
Quando a vida a se moldar
Tão diversa do que outrora
Mergulhasse no vazio
Todo o fausto onde recrio
Dita o muito que apavora.

2

Reparando muito ou nada
Na incerteza de outro dia
O meu canto já se evada
Outro tom mergulharia,
Na palavra desolada
Ou no tanto em harmonia
Desenhando a leda estrada
Que comanda em agonia,
Versifico em mansidão
E procuro novo apoio
De momentos que virão
Separando trigo e joio
No tormento em expressão
Resumindo em ledo arroio.

3

Jamais tive em meu caminho
Nova sorte que tentara
Versifico o quanto alinho
O meu passo em vã seara,
Na senzala onde me aninho
Outro enredo desampara
Quem pudesse ser mesquinho
E se faz em noite amara,
Redimindo o meu engano
Neste termo mais vulgar
A palavra traz o dano
E não canso de lutar
Contra tanto que me ufano
Sem saber onde aportar.

4

Crivo o sonho de esperança
E me privo do que um dia
Traduzindo já se lança
Noutro tom em heresia
Muito aquém de tal pujança
A verdade se escondia
No que tento em aliança,
Mas presumo em fantasia,
Restaurando o que me resta
Sigo contra tais marés
Da alegria em mera fresta
Vou seguindo quem tu és
E vivendo a voz funesta
Ato na alma tais galés.

5

Sendo o bote necessário
Noutro tempo mais sutil
O que possa temerário
No caminho se previu
Quando amor se fez corsário,
Mesmo sendo duro e vil
O meu canto solitário
Noutro tempo me impediu
De seguir qualquer anseio
E tentar a plenitude
Ouso apenas e se veio
O tormento desilude
E no todo em devaneio
Nada mais diz juventude.

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