sábado, 17 de setembro de 2011

17/09/2011

01

Desejo tão somente este momento
Aonde possa ter felicidade,
Embora a solidão que agora invade
Traduz o quanto invente ou mesmo tento.

A vida representa um pensamento?
Nem sempre se vislumbra em claridade
O verso que pudera em liberdade
Tramando o mais audaz pressentimento.

Reclusas ilusões não mais teria
Sequer ainda viva a fantasia
Auspiciosamente desenhada,

Só sei que nada sei e deste nada
A sorte com certeza não veria
Sequer a velha marca desta estrada.

02

Espero o que talvez já não se veja
E tanto quanto pude não terei
Sequer o descaminho em rude grei
Matando a solidão que ora peleja.

Entrego o coração e de bandeja
Tentando acreditar no que entranhei,
Minha alma se desnuda e nisto eu sei
Da noite quando a sorte além poreja.

Restituindo o passo sem sentido
O tanto quanto possa quando olvido
Expressa a solidão do meu passado,

O rústico cenário desenhado,
O manto noutro tempo ora puído
E o verso tantas vezes desolado.

03

Reparo muito bem e nada vendo
Apenas o que a sorte me ditara
A luta noutro tempo meditara
Marcando o quanto pude em vão remendo.

O prazo no vazio me envolvendo
A sorte na verdade se escancara
E trama a solidão e nesta apara
O dia traz ao sonho o dividendo.

Procuro o quanto tenha de um passado
Disfarço o meu caminho em tal legado
Deixando o meu anseio mais audaz,

A noite que deveras não me traz
Sequer moldando o todo aonde invado
Com toda a fantasia, ora tenaz.

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