segunda-feira, 5 de setembro de 2011

NÃO VEJO DEUS Dueto com Diógenes Pereira de Araujo


NÃO VEJO DEUS





Não vejo Deus no medo que tortura,

nem vejo Deus no raio punitivo

de algum olhar feroz, repreensivo...

Deus me vê sempre, mesmo em noite escura



O Deus que eu vejo e com o qual convivo

é o Deus que me liberta da amargura

e que ao me olhar o faz só com ternura

com Seu olhar de amor contemplativo



Deus não vê minhas quedas nem pecados;

não vê meus pensamentos, quando obtusos;

nem vê meus sentimentos, se confusos;



vê meus esforços, mesmo fracassados,

sem ver os meus fracassos, mas a mim

humano, falho e me ama, mesmo assim.



Diógenes Pereira De Araújo

Um Deus com face humana, vingativo,
Temível e em tal fúria desenhado,
Um Pai que trague sempre em si atado
Sem permitir ao menos lenitivo,

Tornando a criatura um ser cativo,
E solte em rude voz, o imenso brado,
E quando, mau cordeiro, enfim me evado,
Cajado do pastor é punitivo...

Não quero esta presença tão atroz,
Prefiro na verdade ouvir a voz
Do Cristo-irmão e Pai, meu redentor,

Que traz no Manso olhar a liberdade,
Perdoa e nos transmite a claridade
Imensa e incomparável deste AMOR!

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