Enquanto tu sonhas acordado,
Estarei apagando meu passado,
Do sentimento tão retratado,
Em cada poema aqui destilado!
Sol Figueiredo
Há tanto o meu passado vejo morto
E nada mais pudesse ter deveras
A vida exposta enfim às vis quimeras
O barco não encontra mais um porto,
Apenas sobrevivo e semimorto
Entregue sem defesas, tantas feras,
Os ermos de minha alma destemperas,
Uma esperança gesta um torpe aborto,
O quanto poderia ser e sinto
O tanto em noite fria e agora extinto,
Ao lacerar o sonho em mil retalhos,
O mundo se moldara em vária forma
E o todo a cada instante se deforma
E deixa o que hoje sou, rudes frangalhos...
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