ESCÁRNIOS ENTRE FARSAS
Nem quando espero a morte escancarada
Escárnios entre farsas, ódios, vícios,
Cavando com meus nãos os precipícios
A queda em todo vão preconizada,
E quase se percebe ainda o nada,
E dele os meus diversos edifícios
Gerados pelos ossos dos ofícios
E a fonte há tanto tempo abandonada,
Resisto ao que talvez trouxesse ainda
O tempo de sonhar. Se a dor infinda
Brindando com o fato de jamais
Saber de vinhos brancos, tintos. Tino,
Levando ao que deveras assassino,
Meu corpo entre os abutres, funerais...
MARCOS LOURES
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