O BEIJO QUE PROCURO
Quem me dará o beijo que procuro
Imerso nos desdizes de ilusões
E quando nova cena tu propões
O tempo continua sendo escuro,
Se tanto solitário eu me amarguro
Ainda posso crer noutros verões
E os versos se condenam. Procissões
Por onde cada falso, outro perjuro.
Necessitava ao menos um alento,
Mas tudo o que cevei hoje recolho,
Recebo em pagamento olho por olho
E tendo obrigação de beber vento,
Mesquinha realidade? Não seria,
Apenas o provento da agonia.
MARCOS LOURES
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