quinta-feira, 6 de setembro de 2012

VOLÚVEL

VOLÚVEL

Mas és muito volúvel – que revolta!
O tempo que perdi já não tem conta
Minha alma acorrentada agora solta
Procura uma emoção ainda tonta.

Quem teve uma ilusão por falsa escolta
Percebe quando a vida, vil, apronta,
O tempo que passou, eu sei, não volta
Nem mesmo uma tristeza se desconta

Das dívidas que tens para comigo,
Mulher que me mostrou que o desengano
Condena quem amou ao desabrigo

Pensando que encontrei felicidade
Eu vejo que no fim, do sonho e plano,
De tudo não restou nem amizade.

MARCOS LOURES

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