DOCE LACRE
as tuas matas são o meu mistério
que busco sempre, ávido explorar
na sua penumbra tenho o refrigério
que faz meu corpo tenso repousar
os doces veios abrem-se ao sedento
hospitaleiros, mornos perfumados
neles penetro túmido ao relento
para gozar sentidos exaltados!
tua nudez é meu prêmio maior
por ela vivo horas de loucura
cada recanto tem um prazer mor
quando a apalpo na noite escura
entre odores e sabores acres
me prendes firme qual tivesses lacre
zéferro
Usando tuas pernas quais tenazes,
Aprisionando assim, o seu parceiro,
Percebo quão divinos e vorazes
Prazeres e me dou, mergulho inteiro.
Nas rotas perfumadas, mais audazes,
O amor feito um delírio, costumeiro,
Escondes sob as mangas os quatro ases,
No jogo que queremos corriqueiro,
No mato, no motel ou numa rede,
Eu mato no teu corpo a minha sede,
Num vício prazeroso, satisfeito,
Arranco o teu vestido e te desnudo,
Mergulho sem defesa e vou com tudo,
Deleito-me ao deitar sobre o teu leito.
MARCOS LOURES
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