quarta-feira, 17 de outubro de 2012

MINHAS LÁGRIMAS

MINHAS LÁGRIMAS


Contidas, minhas lágrimas não caem.
Simplesmente se calam, abortadas;
Mas caladas, profundamente traem
Quem sempre quis conter as alvoradas...

De minha alma, servidas, sempre saem;
Mas meus olhos contêm as rebeladas.
Vez em quando, fingidas sim, atraem
As dores que escondiam madrugadas.

Mesmo nas amarguras que retive,
As lágrimas tocaiam, escondidas
A força gigantesca sobrevive,

Ludibriando todo sofrimento;
Minhas senzalas, nunca mais vertidas
Num pranto que disfarço e ao menos tento...

MARCOS LOURES

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