Viver a sensação de estar ausente,
na festa dos viventes que morrendo
aos poucos noutra face remoendo
o nada que deveras se apresente,
a vida na verdade algum adendo
ao parto que destrói em fúria ardente
matando o quanto fora antes presente
pressente a noite escura me envolvendo.
berçário de cadáveres, a vida,
porquanto em face espúria corroída
expõe o decomposto e mal percebes
no riso em ironia de um fantoche,
o sonho - ser feliz- mero deboche
espinhos sem rosais nas toscas sebes...
Marcos Loures
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