Amordaçada sorte não me ilude
E dela me esquivando a cada passo
E quando outro momento ainda traço
Bem mais do talvez uma atitude
E necessário crer que a juventude
Ainda tenha em mim qualquer espaço,
Deteriorado sonho, me desfaço
E bebo a podridão, cruel açude.
Erguendo então um brinde ao nada ser
Esboço algum sorriso, mas percebo
Que quanto mais a morte em ti concebo
Maior deveras vejo o meu prazer
E sei que na verdade rapineira
Eu sinto a minha voz mais traiçoeira.
MARCOS LOURES
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