segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

1

Um ser que sem limites segue além
E nele se apresentem tantas faces
Enquanto na verdade não mais traces
O quanto; dita a vida, sem desdém

E sei do que inda venha e até contém,
Nas ânsias onde o todo que mostrasses
Vencendo sem temor quaisquer impasses
Trazendo enfim o tanto ao ser alguém.

Uma Alma que se mostre soberana
E nisto cada passo não se engana
Do ser que em vários seres se produz,

E cada um de nós, tenha a certeza
Moldando a plenitude em tal leveza
Transforma-se em sublime e rara luz.

2

Eso que penetra todo, a lo que nada transciende y que, como el espacio universal nos rodea, llena todo completamente desde dentro y desde fuera, ese Supremo Brahman no dual —eso eres tú.

Sankaracharya

O ser que transformado em plenitude
Transcendendo ao que venha e mesmo existe
No tanto que se busque já consiste
E mostra em passo audaz, a magnitude,

Complementando em si, não mais se ilude
E vence mesmo quando em feroz triste
Cenário sem igual, nisto persiste
Ainda que o universo todo mude.

Suprema esta visão que nos tocando,
E nela todo o tempo se moldando
Invés do que pudesse ver a nu,

Trazendo este universo dentro da alma
Já tudo o quanto possa e não se acalma
Esta expressão diversa e rara és tu.


3

El buscador es el que está en busca de sí mismo.
Sri Nisargadatta Maharaj



Buscando tão somente dentro em mim
O quanto resta e mesmo ainda venha,
A sorte se anuncia em tal resenha
E nela mergulhando de onde eu vim,

Vislumbro do princípio ao ledo fim,
Minha alma em plenitude já contenha
E nada do que possa se desdenha,
Arcando com desejos, sempre assim,

Nesta procura vejo tão somente
A cada novo passo se apresente
Sinal de outro momento feito um rastro,

E nesta pré-visão enquanto eu traço
A vida se moldando em novo espaço
Aonde sem temores eu me alastro.



4

Abandone todas las preguntas excepto una: «¿quién soy yo?». Después de todo, el único hecho del que usted está seguro es que usted es. El «yo soy» es cierto. El «yo soy esto» no. Esfuércese en encontrar lo que usted es en realidad.
Sri Nisargadatta Maharaj



Tentando desvendar quem eu seria
Em sua magnitude e sem temor,
A cena se desenha aonde eu for
Bem mais do que somente a fantasia,

Assim ao se mostrar sem ironia
A luta se programa e trama a flor
Reinando sobre tudo em tal valor
Do qual já nada mais se saberia,

E sendo de tal forma a vida traz
Bem mais do que pudesse tão audaz
O caminheiro que tenta uma resposta,

Não tendo na verdade o que limite,
Assim a cada instante se acredite
A face universal em nós, exposta.

5

Para saber lo que usted es, primero debe investigar y conocer lo que usted no es.
Sri Nisargadatta Maharaj



Saber quem nunca foste e nem serias
Expressa o passo aonde se percebe
A imensa sensação da rara sebe
Por vezes entre dores, tão sombrias,

E quando em novo encanto ora anuncias
O tanto quanto possa e se concebe
Vencendo a rude face onde se embebe
Deixando para trás as ironias,

Vestindo o que não és e não te cabe
O muno de tal forma aquém desabe
Tramando esta certeza atroz e rude,

Trazendo no final uma expressão
E nela novos tempos se verão
Além do que deveras nos ilude.

6

Descubra todo lo que usted no es —el cuerpo, los sentimientos, los pensamientos, el tiempo, el espacio, esto o eso— nada, concreto o abstracto, que usted perciba puede ser usted. El acto mismo de percibir muestra que usted no es lo que usted percibe.
Sri Nisargadatta Maharaj



Porém ao perceberes o que pensas
Retrate tão somente o quanto ou não
Tramando neste caso a indecisão
E nela não terias recompensas,

Apenas pelo fato se sentir
Diverso caminhar do mesmo ser
Permite no final reconhecer
Dispersa sensação de algum porvir

E quanto se perdendo nesta luta
Embalde sem vencer ou ser vencido
E tanto quanto possa inda lapido,
Mas sei da imensidade onde reluta

O passo sem sentido e precisão,
Marcando sem engodo o eterno não.

7

Cuanto más claro comprenda que en el nivel de la mente usted solo puede ser descrito en términos negativos, tanto más rápidamente llegará al fin de su búsqueda y se dará cuenta de que usted es el ser sin límites. Sri Nisargadatta Maharaj


A mente se desenha em termos tais
Que terminantemente nos conduz
À ausência mais perene de uma luz
Negando a quem buscasse; estes cristais.

E vendo os vãos desenhos negativos
Moldando o quanto possa em caminhada,
Depois de certo tempo vendo o nada
E nele outros tormentos são cativos,

Um ser ilimitado ora retrato
O preço de uma vida em leda busca
Ainda quando possa e assim se ofusca
O mundo quanto tento em novo fato

Tramando na verdade o que viria
Nesta infinita senda em utopia.

8


Sabendo que em verdade nada somos
E de tal forma esta universidade
Que gera após o nada a claridade
E não teremos mais que tantos gomos,

Vencendo os destemores do não ser
Vagando pelo espaço sem sentido,
O quanto se demonstra resumido
Permite o que pudera mais se ver,

Destarte o caminhar em senda vária
Expressa o que pudesse noutro rumo
Beber enquanto possa e assim resumo,
A luta contra a dor tão temerária.

Vestindo esta faceta do vazio
Expresso o quanto sou em desafio…

9

Atemporal verdade dita regras
E mostra com certeza o quanto queira
Vencendo sem temor a verdadeira
Faceta do que tanto agora integras,

E vejas noutro passo a plenitude
Que tanto nos norteia enquanto traça
A sorte se esvaindo qual fumaça
E nisto o que pudesse desilude,

Vacante cada estágio ou mais feliz,
E sendo a cada instante o quanto quis
Ou mesmo um aprendiz do não saber,

Invisto o meu caminho sem destino
E quando me aproximo e me alucino
O tempo se desenha em ser/não ser.

10

Experiências ditam o que trago
Ou mesmo num disfarce ou numa face
Deveras desenhada aonde trace
Semente do que possa em ledo estrago,

E quanto ao sentimento mero e vago,
O fim de tal caminho se mostrasse
Vencido ou vencedor? Um tolo impasse,
A vida em seu desenho vivo e mago,

Não tendo outra razão nem mais queria
Vestir o quanto resta em fantasia
Ou mesmo em sortilégios, queda e dor,

Vestígios desta morte noutra vida,
Trazendo o que puder e assim lapida
O tanto demonstrado em tal louvor.

11

Saber o que em verdade nós queremos
Ou não pudesse ter num novo rumo,
O pouco do que fomos mal resumo
Em dias mais atrozes ou supremos,

Servindo de alimária ou nos extremos
Tecendo em solução diverso prumo,
O quanto do meu mundo ora presumo
Deixando para trás o que esquecemos,

Mas saiba deste cíclico caminho
E nele quanto possa além me alinho
Marcando em concordância ou mais diverso

Sentindo dentro em mim a eternidade
E nela todo o passo onde se invade
Totalidade feita em universo.

12

O corpo desenhado em cada ausência
Enquanto nada vem ou mais viria,
A luta se aproxima em utopia
Marcando o que viria em ascendência,

Destarte ao saber e ter ciência
Ou não do que se fez ou não faria,
Não gere dentro da alma uma agonia,
Traçada pelas mãos da consciência,

Negar o passo além do quanto pude
E ter esta certeza em plenitude,
Somando no vazio qualquer luz,

Após cada mortalha que se usasse
A vida demonstrando em nova face
O quanto dela mesma reproduz.

13

Um lapso de memória e nada mais,
Assim neste momento nada vejo
Do quanto poderia em ar sobejo
Vencido por temíveis vendavais

E quando noutro passo tu me trais
A sorte sem saber do que prevejo,
Expresso o mais diverso em cada ensejo
Sabendo muito pouco até jamais,

Mas quando se aprofunda nesta busca
Já nada mais deveras nos ofusca
E marca em tão tenaz uma expressão

Invisto o meu saber nesta procura
E sei da noite amarga e mesmo escura
Nas sendas que os olhares reverão.

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