sexta-feira, 15 de julho de 2011

Eu sou aquela que d’amor anda perdida
Pois tu não ouves meu clamor, os meus apelos,
E os negros olhos teus não posso nem mais vê-los,
Pois mui distante estás de mim, de minha vida.

Eu sou aquela que andeja na avenida,
A carregar consigo tantos pesadelos,
Sempre a buscar por teu amor, por teus desvelos,
Sentindo dentro em si saudade desmedida.

Que acreditou no amor, seus mitos, suas lendas,
Sem crer que algum dia fosse ter um fim,
E assim se transformasse em fonte d’amargura.

Aquela que d’amor perdeu-se entre as sendas
Da mais louca paixão, da insensatez sem fim,
E hoje leva em si tamanha dor, tristura!

EDIR PINA DE BARROS
Ao ver-te pelas ruas - taciturna-
Ensimesmada e mesmo cabisbaixa
O pensamento num momento enfim se encaixa,
Trazendo esta lembrança tão soturna.

A dura sensação quando diuturna
Uma autoestima assaz atroz e baixa
O sonho num tormento além enfaixa
E a vida se transforma em torpe furna.

Procuro algum motivo e nada tendo
Apenas reparando este remendo
Que um dia conheci diamantina.

A vida em suas voltas traz e leva
Não há uma emoção sequer longeva
E tudo em pouco tempo enfim, termina.

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