FAGULHAS...
Tateio procurando alguma agulha
E tento no palheiro encontrar trigo,
Mas joio tão somente o que consigo,
A luz que imaginara? Só fagulha,
O estômago deveras já se embrulha
E tento consolar-me; mas nem ligo,
O quanto posso ainda ora desligo,
Somente sendo pária não sou pulha.
E cada entulho feito em vil carcaça
Não deixa que se veja o que se passa
Além dos olhos mortos da criança,
A noite apresentando prostitutas,
Travecos e vadias mais astutas,
Reduzem vestimentas e esperança.
MARCOS LOURES
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