DA LAMA DE ONDE EU VIM
Da lama de onde vim, restos e ramos
Os rostos macilentos, cadavéricos;
Epidemias, pestes enfrentamos.
No orgástico prazer, amores féricos,
Os olhos debulhados negam amos,
Nos nossos entrelaces, quase homéricos,
Os déspotas algozes; descartamos,
E nos amamos, fartos, como histéricos...
As lamas se misturam, neste esterco,
Do caos e do abandono se alimentam,
No mangue, em nossos corpos, eu me perco;
Ao lixo já retorno e não reclamo,
As podridões diversas me sustentam;
Somos iguais, amor... Por isso, eu te amo!
MARCOS LOURES
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