FOGOS DE ARTIFÍCIO
As podres excrescências emanadas,
Fosforescestes fogos de artifício,
Latejam minhas pernas amputadas
No sentimento inócuo; um precipício...
As almas, com certeza, estão compradas
Pelos defeitos, ócios, aços, vícios...
Minhas veias estão inoculadas
Pelas serpes de amores mais fictícios...
Sou vértice, sou vórtice, sou frágil.
As espúrias paixões que se entornaram
Não deram-me o poder de ser mais ágil...
Se queres imbecil amante, reles,
Se as esperanças, todas, te largaram,
Convido-te ao banquete: nossas peles!
MARCOS LOURES
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