À DOR DA SOLIDÃO
À dor da solidão eu me recolho
E sinto transformada a minha sina.
A mão que acaricia e me assassina
Perfura em ironia, rasgando o olho
O sangue vai servindo qual um molho
Que ao gotejar decerto me alucina
Secando da esperança qualquer mina,
Na janela dos sonhos, um ferrolho.
À farsa que me trazes, logo cedo
E finjo estar contigo, ser submisso.
A morte prenuncia vir mais cedo
Ao opacificar, negando o viço
Olhar vai se tornando, então mortiço
E a solidão, aos poucos, enveredo...
MARCOS LOURES
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