sexta-feira, 12 de outubro de 2012

AS TUAS CRUZES

AS TUAS CRUZES

Sou tantos e nenhum; nada me guia,
Segredos? Não os tenho nem os quero,
Se a minha vida em sonhos eu tempero,
Que dane-se afinal, a fantasia.

A boca que me escarra; a que eu queria,
Num beijo mais atroz, audaz e fero,
Os erros que cometo; outros que gero,
Deixando para além esta utopia...

Vestindo constelares baboseiras,
Arranco do jardim velhas roseiras
E deixo tão somente abrolhos e urzes

Percorro estas montanhas que passaste,
E vendo meu senhor, quanto desgaste,
Pergunto se valeram tuas cruzes...


MARCOS LOURES

Nenhum comentário: