segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

VIDA ENFADONHA

VIDA ENFADONHA


Quão enfadonha vida se apresenta
A quem tentara a luz e não percebe
A imensa escuridão da dura sebe
Aonde se mostrara a violenta

Face desta insânia que aparenta
Momento de ternura, mas concebe
A fúria que deveras já me embebe
E dela a sorte inerte ora se ausenta.

Viver sem ter sequer noção do quanto
A vida poderia, mas enquanto
Houver alguma luz, não me sacio, 

Esbarro nestas hordas do passado, 
E o vento há tanto tempo desolado
Trazendo ao fim da vida imenso frio.

RITA DE CASSIA TIRADENTES REIS E MARCOS LOURES

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