domingo, 17 de fevereiro de 2013

SERVINDO DE JOGUETE

SERVINDO DE JOGUETE

Servindo de joguete para a sorte,
Nos becos sem saída desta vida,
Ao ver rondando aqui, a doce morte,
Preparo a cada dia a despedida...

Serenamente enfrento qualquer corte,
Alimentando sempre esta ferida,
Jamais encontrei um rumo, um Norte,
A minha história há tanto está perdida...

Levando para o túmulo meus sonhos,
Envolto em pesadelos tão medonhos,
As portas de um inferno, em vida eu abro.

As órbitas vazias; nada resta,
Senão a maravilha que se empresta,
Derradeiro retrato, em paz, macabro...


MARCOS LOURES

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