sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

1

O tempo de sonhar já não permite
Qualquer momento além do que percebes
E quando percorrendo antigas sebes
Nunca perceberás qualquer limite,

Ainda que decerto se acredite,
E assim quando no fim mal me recebes,
Distância que com fúria hoje concebes
Marcando com temor o quanto agite,

Não tendo outra verdade senão esta,
A luta sem sentido já se presta
Ao medo em que pudera acreditar,

Meus erros são culpados? Disso eu sei,
E quando uma esperança nega a lei,
Somente no vazio mergulhar.


2

No quanto minha vida fora assim,
Apenas um momento e nada além
Depois do quanto resta e nada vem
Marcando do princípio ao ledo fim,

Ao mesmo tempo acende este estopim
E nisto todo o rumo não convém
Ausente da esperança eu sou ninguém
E o tempo traz no olhar o que há em mim.

Esqueço dos meus dias mais diversos
E tento acreditar que poucos versos
Talvez inda me tragam qualquer luz,

Restando uma emoção depois de tudo,
Enquanto no final decerto iludo,
O encanto sem sentido não seduz.




Marcando com temor o quanto houvera
De todos os meus passos nada traz
Senão esta verdade mais audaz
E quando se apresenta em dor e fera,

O mundo com certeza destempera
E mostra o que seria mais mordaz,
Deixando cada instante para trás
E o corte se aprofunda e desespera.

Não tendo mais sequer uma emoção
A vida traça e os dias moldarão
Somente o quanto resta sem sentido.

O marco mais atroz expressa a solidão,
E o canto quando muito dilapido,
Aos poucos cada engodo enfim olvido.

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4

As mesmas sensações em outro instante
Grassando sobre os sonhos; nada vejo
Senão a mesma fúria enquanto almejo
Apenas um momento doravante,

A luta na verdade não garante
Sequer o que pudesse num desejo,
E quando outro caminho; além prevejo,
E nisto o que pudera se adiante.

A marca de um passado se mostrando
Enquanto com certeza quis mais brando
O rústico cenário traz o fim.

E o medo se apresenta noutra face,
Ainda que deveras me mostrasse
A vida abandonando este jardim.



5

Gerando alguma luz em noite espúria,
O tanto que em neon já poderia
Traçar outro momento em fantasia
Deveras traduzisse esta lamúria,

A própria solidão dita a penúria
E marca com temor o dia a dia,
Vencendo o quanto resta em agonia,
E sei da solidão atroz além-lamúria.

Um gole de aguardente não resolve,
E o tempo com certeza jamais volve
Não posso presumir nem mesmo o quanto,

Depois de certo instante nada vendo,
A luta se desenha em tal remendo
E o quanto ainda resta; eu não garanto.


6


Os velhos campesinos, a colheita
O milharal agora embonecado,
Cenário pelo tempo demarcado
Enquanto na verdade o fim se aceita.

A luta com certeza aquém ajeita
E o mundo carregando aqui do lado,
Meu erro se traduz no quanto evado
E o prazo determina e a sorte deita,

Resumos de outras eras mais ferozes,
As sombras do passado são algozes
E vejo tão somente a solidão,

Depois de certa luta o que resume
Meu canto se traduz em tal ardume,
E nisto novos erros se verão.

7

Errático momento em queda e dor,
A luta não descansa, marca e tento
Vencer o descaminho e mais atento
Procuro navegar onde se for,

Esbarro nos caminhos, sinto a flor
E o tempo na verdade toma assento
Vestindo esta ilusão, em pleno vento,
Buscando outro momento redentor.

As armadilhas todas desta vida,
A sorte se apresenta e em tal ferida
Apenas o final ditando escara

Meu canto sem certeza ou sem razão,
Os dias com temor hoje trarão
O mundo que sem rumo desprepara.


8


Eu vejo tão somente a luz do dia
E nada do que tente mais diverso,
E quando noutro encanto eu me disperso
Marcando com temor a fantasia,

E quando noutro instante eu poderia
Vagar sem nada mais por onde eu verso,
Ousando num instante mais perverso,
Traçando cada passo em agonia.

Restando muito pouco ou quase nada,
Depois da sorte amarga e desenhada
Nas frágeis ilusões de quem se tenta,

Meu passo se perdendo sem sentido,
Ainda que vencesse não duvido,
E enfrento esta razão mais violenta.

9

Trazendo em meu olhar outro momento
Vencendo o quanto pude e na verdade
A luta se desenha enquanto brade
E nisto este vazio hoje lamento,

Esbarro nos enganos e alimento
Meu mundo com dorida realidade,
E assim se perde aos poucos liberdade,
E sei do quanto possa em vão provento.

Navego contra a fúria que me toca,
A vida pouco a pouco se desloca
E sigo sem saber o que virá,

Depois da imensidão deste vazio,
Apenas cada passo eu desafio,
E o nada se apresenta desde já.

10

A lua prateando este cenário
Deitando belos raios sobre nós
O tempo se mostrasse mais atroz
E o canto se desenha necessário.

Meu mundo se mostrasse além e vário,
O prazo determina e traça em foz,
Vagando sem destino, vou veloz,
E venço o meu temor, no itinerário.

Deserta praia sob a claridade,
Sirena imaginária bela diva,
Ainda que pudesse esta alma altiva

No fundo a cada passo aquém se evade
E o mundo se desenha em bruma e luz,
E o sonho noutro sonho reproduz.


11

A brisa ao te tocar em mansidão
Traduz com mais serena calmaria,
O quanto na verdade poderia
Ousar noutro cenário em amplidão,

Os dias com firmeza mostrarão
Apenas o que trace em alegria,
Gestando muito além do que eu queria
Vivendo cada passo em solução.

Não tendo outro momento nada diz
Gerando o quanto eu pude, um aprendiz
Vestindo com ternura o quanto possa,

Depois de cada engodo, novo rumo,
Meu mundo com certeza enfim resumo
E o todo se desenha em sorte nossa.

12

Não tento acreditar no que pudesse
Vencer os descaminhos mais frequentes
E quando com certeza o nada sentes,
A vida se presume em rara messe,

A luta com certeza ora se tece
E trama o que sentisse entre os dementes
Momentos onde tanto que apresentes
Expressa o que em verdade não quisesse.

A rústica expressão em verso e medo,
Ainda que tentasse sendo ledo
Moldando com temor, noite brumosa,

Crepúsculos desta alma sem sentido
O quanto ainda resta dilapido
E o tempo na verdade dita a glosa.


13

Os erros mais comuns, outro momento
Diverso do que possa ou mesmo aquém
Do passo aonde o mundo segue e vem
Trazendo com ternura e assim me alento,

O tanto quanto quero bebo o vento
E sigo sem saber do imenso bem
Amando com firmeza o que contém
Tramando com ternura o pensamento.

A sina de quem luta contra o medo,
A vida se transforma e assim procedo
Vibrando com brandura outro caminho,

E nada do que eu tente imaginar
Ainda se mostrasse a demonstrar
O quanto vence o caos, atroz, daninho.


14


Apresentando apenas o que tento
Vestindo cada passo onde prossigo
E sei do caminhar em desabrigo
Vivendo com candura o sentimento,

A luta se traduz e quando enfrento
Tramando a cada passo outro perigo,
Meu verso na verdade já não consigo,
E enfrento sem temor o mar e o vento,

Não pude acreditar noutro cenário
E o tempo se moldara imaginário
Traduz o quanto quero e mesmo assim,

A dita se desenha em novo dia
E vejo o que deveras mais queria,
Ousando neste tanto encanto em mim.

15

Já não soubesse mais de alguma luz
E o medo se aproxima dos meus passos,
E sito meus caminhos entre os lassos
Anseios; onde o nada se produz,

E quando a minha vida além eu pus,
Ousando preparar novos espaços
Vivendo o que pudesse em erros crassos,
Tramando o quanto resta além da cruz,

Esqueço dos meus erros costumeiros,
E tento perceber nestes canteiros
Apenas o que possa me trazer,

Num único momento em liberdade,
A vida se tramando aonde eu brade
E gere o quanto pude perceber.


16


As horas mais audazes entre luzes
E os olhos procurando este horizonte
Enquanto cada instante além aponte
Marcando os meus cenários com tais cruzes,

E quando no final tanto seduzes
Mergulho no passado e já desponte
Meu rústico momento e sei da fonte
E nela outros tormentos; reproduzes.

Não tento acreditar e sei do fato,
Aonde na verdade eu mal constato
Errático caminho em medo e dor,

O tempo não trouxera a solução,
Mas sei dos desenganos que virão,
Após o meu cantar libertador.


17

Não há qualquer saída, eu sei bem disto,
E quando do passado ainda vivo,
Meu sonho de outros dias vai cativo
E da realidade hoje me disto,

O quanto na verdade ainda insisto
E nesta imensa fúria apenas privo
Meu passo do que possa e sobrevivo,
E neste desenhar nada previsto.

O mundo se apresenta com beleza
E o todo se traduz numa surpresa
Das variantes todas, quero apenas

O canto em consonância ou mesmo até
Vivendo o que pudera e sei da fé
Enquanto sem saber tu me condenas.


18


Repare cada estrela e veja bem
O mundo se aproxima do passado
E o canto se desenha noutro lado
Vagando quando a sorte chega e vem,

Mergulho nos meus erros, sem ninguém
E o canto que deveras tento e brado
Ainda quando possa além evado
E tramo cada passo com desdém,

Anunciando a sorte que não veio,
Bebendo o quanto resta e sigo alheio
Ao tanto que pudera e nunca houvera,

Depois de cada instante tudo muda,
A sorte se desenha sem ajuda
Alimentando enfim a dura fera.


19


Não quero e nem tentasse imaginar
Um tempo sem sequer uma esperança
Enquanto o meu caminho agora avança
Buscando aonde eu possa caminhar,

Sentindo a fantasia de um luar
E nele se presume em confiança
O todo transformando em tal mudança
Permite um novo dia a nos tocar,

Um ano após o velho, a vida segue
E o quanto se deseja e não consegue
Traduz realidade e mesmo assim,

O tempo se renova ou me parece
Enquanto se desenha uma benesse,
Repete a mesma história até meu fim.

20

O tanto quanto peço e não consigo
Vestindo em ilusões o mais que tenho,
Meu mundo na verdade em raro empenho,
Traduz o que deveras dita abrigo,

E sei do que pudera e assim prossigo,
Mantendo com firmeza o amargo cenho,
E quando no final meu desempenho
Ditando o quanto tente e assim eu sigo,

Depois de certo tempo o fim se traça
E o sonho se esvaindo em tal fumaça
Marcando com temor um novo dia,

A luta não se perde sem proveito
E quando outro cenário não aceito
Meu verso sem sentido se perdia.


21
Há tanto se tentara outra seara
E o canto onde; entretanto a luta trama
E marca com tal face espúria o drama
Enquanto outro momento desampara,
A morte se aproxima e se declara
Trazendo no final a velha chama
E quando o coração invade a lama,
A sorte não seria enfim tão clara.
Espero com ternura novo encanto
E vivo o que pudera e assim garanto
Um tempo mais feliz ou mesmo rude,
Depois de cada passo sem sentido,
Meu rumo noutro caos agora incido
E o verso mais feliz só desilude.

22

Contrastes entre cores, céus e medos,
Ainda num relevo mais fugaz,
A senda na verdade se desfaz
E deixa meus caminhos velhos, ledos,
Pudesse desenhar em tais enredos
O quanto se aproxima e sei audaz,
Deixando cada passo para trás
Os olhos adivinham tais segredos,
E bebo com fartura o quanto possa
E sei desta ilusão diversa e nossa
Ousando noutro verso sem razão,
Aquém do quanto pude ou mesmo quis
A luta se desenha e por um triz
Os dias mais amargos voltarão.
23
Apenas mais um maço de cigarros
O jogo se perdendo noutro engodo,
E o passo se aproxima sem denodo
Trazendo sem temor velhos escarros,
As horas entre os erros e desgarros
O tanto quanto possa neste lodo,
Vagando sem saber decerto o todo
A vida se atropela entre mil carros.
Ausento-me deveras do que possa
E sei desta expressão audaz e nossa
Vencido pelos erros do passado,
Jamais imaginara nova face
E o quanto se traduz e se mostrasse
Enquanto uma esperança; em vão, evado.

24
Atento ao que viria e na verdade
O manto consagrado em noite escusa
Ainda quando a vida toca e abusa
O passo se transcorre em frente à grade,
E quando na certeza desagrade
A luta se apresenta mais confusa,
E o tanto que pudera se entrecruza
Na imagem paralela, que se evade.
O canto sem sentido, a voz num erro,
Apresentando após ledo desterro
Vagando sem sentir qualquer proveito,
Após o meu cenário em descaminho,
O todo se demonstra mais daninho
E a antiga sensação; já não aceito.

25


Sou teu medicamento constitucional,
Equilíbrio da energia vital,
Homeopatia...
Quanto mais dinamizado,
Mais junto e misturado,
Corpo e alma,
Potência e diluição,
Sinal vibratório que estimula a energia
A fluir na imensidão;
Tu és THE BEST
E sabes o quanto te quero bem
Nesse mar de poesia e infusão!

(Regina Costa)

Meu mundo se aproxima de teus passos
E sinto o teu perfume me tocando,
O canto se moldasse bem mais brando
Traçando com ternura nossos laços,
E sei dos meus anseios e cansaços,
Mas quando vejo o sonho se entornando
Meu corpo no teu corpo já roçando
Ousando muito além de meros traços.
Restando dentro em nós esta emoção
Os dias com firmeza volverão
E a paz reinando em nós, amada minha,
Depois de tanto tempo solitário
O rumo se desenha e mesmo vário,
Meu sonho no teu corpo em luz se aninha.

26
Arcando com meus erros tão comuns
Os dias se apresentam variados
E sei dos meus caminhos, duros fados,
Dos ermos já não vejo mais alguns

E sei dos outros tempos onde há tanto
Pudera imaginar a liberdade,
E quando se presume o que me invade
O tempo noutro caos eu adianto,

Esqueço dos meus dias, sigo em frente
E tento acreditar no que pudera
Vencendo o quanto a vida traz; quimera
Que tanto sem temores se apresente.

Não pude e nem tivera outro caminho
E sei do quanto estou triste e sozinho.

27

Já não comportaria outro momento
A vida se apresenta como tal,
Vestindo esta esperança desigual,
Eu tantas vezes busco e em vão lamento

O quanto se traduz em sofrimento
Mergulho neste espaço que abissal
Enfrenta outro temor e tão boçal
Esgota o que pudera o pensamento,

Apenas poderia ser feliz
Vivendo o quanto possa e mesmo quis
Teimando contra a fúria das marés

Não tendo outra promessa, sigo alheio
Ao quanto poderia e jamais veio
Somando o quanto possa de viés.

28

Não tento aproximar do que deixaste
E nada do que possa ora transcende
Ao quanto se quisera e não depende
Apenas do que vejo em tal contraste,

E quando na verdade sonegaste
Meu sonho ao futuro em paz ascende
E a luz de uma esperança agora acende
Tramando o meu caminho e nele esta haste,

Bebendo com ternura o que se veja
O mundo na verdade em sorte andeja
Jamais representasse outro cenário,

Marcando com meu canto o que tentasse
Vencendo a cada dia um novo impasse,
Embora seja o sonho temporário.

29

Meu canto se apresenta noutro espaço
E vejo após o caos o nada e enfim,
Tramando o quanto resta dentro em mim
Deixando para além o quanto traço,

E segue cada rumo e neste passo
Trazendo o quanto existe e sei no fim
Do todo desenhando em meu jardim,
Marcando com firmeza este compasso,

Acordo em sensação diversa e rara
E quando a solidão já desampara
Espero alguma sorte que não vem,

Meu passo sem saber enquanto trama
Vagando sem sentido além da lama
Transcende ao que em verdade segue aquém.

30

Um termo mais vulgar, outro cenário
Satânica vontade, medo após
E o quanto se aproxima e dita a foz
Grassando neste mundo imaginário,
Meu verso se desenha qual corsário
E sabe da esperança, leda e algoz
Tramando sem sentido o quanto em nós
Pudesse noutro tempo, vil falsário,
Reparo cada passo e vejo a queda
Aonde o meu caminho se envereda
E gera o desalento costumeiro,
Navego sem saber o quanto venha
E a luta que acendera a brasa, a lenha
Transcende ao que pudera, em tal luzeiro.


31
A luta se aproxima do que possa
Vencer em tempestades cada engano,
E quando com certeza enfim me dano,
A lida se desenha em rara fossa,

E o pouco do que tento ainda adoça
Certeza se transforma em cada plano
E o tanto quanto pude soberano
Tramando esta vontade que fora nossa,

E sigo sem saber qualquer aragem
A vida se desenha em tal miragem
E tento acreditar no que viria,

Marcando com ternura o que se trama
A sorte na verdade nega a chama
E nisto o quanto resta em fantasia.


32
Não tento caminhar em tempestade
Procelas e borrascas costumeiras
E tendo as esperanças por bandeiras
O sonho noutro passo se degrade,

A luta se produz nesta ansiedade
E vence as mais diversas, derradeiras
Vontades onde tanto quanto queiras
Expressa o que pudera na verdade.

Meu medo se traduz em ledo verso,
Assim no mesmo engodo além disperso
Traçando com temor o que pudera

Vestindo esta emoção, em medo e caos
Ascendo com firmeza outros degraus
E trago dentro da alma a primavera.


33

Jamais imaginasse outro momento
E sei do quanto é rude esta presença
Ainda que deveras me convença
A senda aonde o tanto hoje alimento,

Tocando com beleza o sentimento
Procuro por quem sabe em recompensa
E nada mais tentasse e nada pensa,
Gerando do vazio este tormento.

Meu canto se apresenta sem sentido
Enquanto cada passo ora divido
E moldo a sensação de nada ter

No prisma dos teus olhos um mosaico
E o tempo mais feliz embora arcaico
Pudera no final reconhecer.

34

Olhando para trás já nada vejo,
Somente o que pudesse ter em nós
A luta se desenha e sei do atroz
Momento onde decerto em dor dardejo,

Apenas desenhasse em vão desejo
O quanto do meu canto fora algoz
Marcando com temor o já feroz
Anelo; aonde o trago mais sobejo.

Esvaio gota a gota, morro assim,
Deixando para trás o quanto em mim
Pudesse traduzir em nova luz,
Depois de tantos anos; solitário
A vida noutro claro itinerário
Apenas o vazio reproduz.

35

Jogado sobre as pedras, nesta areia
Meu mundo se perdera entre penedos,
E os dias que inda restam mesmo ledos,
A luta se desenha e tanto anseia

Quem possa mergulhar e devaneia
Ousando muito além destes segredos
Marcando com temor velhos enredos
Buscando ao fim da tarde as tais sereias.

Não pude e nem tentasse novo rumo
E quando em tempestades enfim me aprumo
Tramando alguma sorte mais diversa

Meu canto sem caminho morre aquém
Do quanto poderia e nunca vem
E a própria realidade desconversa.



36

Depois de tal batalha num contraste
Aonde o que pudesse moldaria
E traça muito além da fantasia
E nisto o quanto trama e se desgaste,
Vagando sem temor o que negaste
Gerando o que pudera noutro dia,
Matando o quanto resta em fantasia
E tanto caminhar, pois sonegaste.
O canto sem sentido e sem razão
A luta sem saber da dimensão
Imensa do que possa ter além
Do errático cometa que procuro
Ainda quando vago em tempo escuro
Ousando quando o nada teima e vem.



37

Dormir tão calmamente no teu braço
Sentindo esta presença aonde pude
Vencer o que deveras fora rude
E gera outro momento em descompasso,
Ainda que pudesse eu busco e traço
Vivendo com ternura a juventude
E trama no final a plenitude
Aonde com beleza tento e passo,
A luta não sossega e dita o rumo
E enquanto em teu encanto me aprofundo,
Bebendo cada gota da esperança
A vida sem temor agora avança
Marcando em tom feliz cada segundo.

38


De guerreiro feroz qu’apascentaste
Quem tanto quis um dia e nada veio,
Somente o quanto possa em tom alheio
Marcando o meu cenário em vão desgaste,

A luta que deveras começaste
O canto sem sentido onde rodeio
O tanto que pudesse sem receio
E o manto que em sangria transformaste.

Avisos entre quedas e tormentas
Deveras no final tu me apascentas
E traças o futuro a cada instante,

Depois de tanta sorte sem sentido,
Meu mundo no teu mundo resumido,
A vida a cada passo se agigante.

39

E depois, descansar em paz e glória
Moldando com ternura o que viria
Gerando dentro da alma a fantasia
Mudando com certeza a nossa história,
A vida tantas vezes merencória,
O prazo se transforma e poderia
Ousando muito além desta utopia
Marcando tenazmente esta memória,
Legados de outras eras, velhos fatos
E quando os dias fossem mais ingratos
Apenas dos regatos água e lama,
Assim no descaminho da esperança
Meu passo sem sentido agora cansa
E a morte sem defesas me reclama.

40


Quero me libertar nesta prisão
Que tanto me atrapalha enquanto alenta
O amor quando demais em tez sangrenta
É como dura neve em meu verão,
Os dias entre tantos mostrarão
Apenas o que possa e me atormenta
Vencendo esta esperança onde sedenta
A vida procurasse solução,
Esbarro nos enganos, vivo aquém
Do quanto poderia e nunca vem
Cerzindo com temor o quanto resta
Da sorte sem sentido em passo falso,
Prefiro esta masmorra, o cadafalso
Do que te imaginar em mera fresta.



41

Por isso nunca mais irei seguir
Instintos nem vontades simplesmente
Enquanto a própria vida não desmente
Traduz do que pudera outro porvir,

A sorte em tua boca, este elixir
Tocando com ternura o corpo, a mente
Ainda quando vejo num repente
O mundo se traduz no que há de vir.

Encontro a cada passo o que tentara
Vencendo a noite amarga, a leda escara
E tendo dentro da alma esta esperança

Meu barco neste mar imenso e claro
Traduz o quanto eu quero e te declaro
Enquanto esta ilusão agora avança.

42


A chave ela escondeu no coração
Do cofre da emoção e solitário
Meu tempo se desenha e imaginário
Encontro no final tanta aversão,

Os olhos com certeza moldarão
O quanto poderia num fadário
Ousar em cada verso solidário
Vibrando em consonância, esta emoção.

Resumos de outras eras, simplesmente
A vida na verdade se desmente
E traça o que pudesse em verso e canto,

Após a tempestade nada veio,
Somente o que se tenta e sem receio
Provoca a imensa dor que hoje adianto.

43


Amada me prendeu em firme laço,
E o tanto quanto quis e não viera,
Deixando para trás a primavera
Marcando com terror o que ora faço,
Meu sonho se desenha e quase escasso
Encontra o que deveras destempera
E o corte se aproxima e nada gera
Somente o que pudesse em tal cansaço.
Resumos de outras eras, noites vãs
As sombras invadindo estas manhãs
Presumem um momento mais mordaz,
Mas quando te percebo aqui comigo,
Teu braço com brandura enquanto abrigo
Transmite tão somente imensa paz.

44

E quando mais antigo, o melhor vinho
Valorizando assim a minha adega
Enquanto na incerteza desta entrega
Meu passo se desenha mais mesquinho,

Vencendo o que pudera, mas sozinho
O canto sem destino já trafega
E a noite se desdenha e quando emprega
Meu verso se transforma onde me aninho.

Resumos de outros tempos mais diversos
Trazendo com ternura antigos versos
E neles entranhando sem temores,

Seguindo por cenários mais audazes,
Ainda quando quero e tu me trazes
Sem nada que sonegue aonde fores.

45

Amor jamais se aprende sem a prática
Portanto é necessário se entregar
E quando se aproxima céu e mar,
O sonho dominando esta temática,

Não sendo uma razão tão matemática
Aos poucos nos tomando a dominar
Não deixa quase nada no lugar
A cena não seria enfim estática

Mutável sentimento nos domina
E gera a cada passo nova mina
Na fonte inesgotável da emoção,

Depois de tantos erros do passado
Agora caminhando lado a lado,
Meus dias em teus céus mergulharão.

46

Menina, como é bom poder saber
Das tantas emoções que me guiasse
E o tempo com beleza noutra face
Invade e nos permite conceber

A sorte se desenha e posso ver
O quanto com ternura isto moldasse
Marcando o que pudera sem impasse
Trazendo o mais sublime amanhecer.

Vagando pelas ruas, bares, sonhos
Embora outros momentos mais risonhos
Pressinto no final a liberdade,

Assim eu poderia ser feliz,
Depois do quanto possa e sempre quis
Vencendo esta emoção que agora brade.

47

Vencido pelo gosto da esperança
Já nada mais trouxesse a todo encanto
E neste caminhar tento e garanto
Ao menos o que agora o peito avança,

E sei que esta emoção tanto balança
Ousando no que possa em raro canto,
Depois de certo tempo eu me agiganto
E a vida noutro passo em paz se alcança,

Ascendo a mais sublime perfeição
E traço com meus versos o que espero
Do amor que mesmo sendo mais sincero

Qual fosse mera chuva de verão
Depois de certo tempo resta nada,
Apenas leve marca em dura estrada.

48


Daquela que sonhei sequer a sombra
Trazendo para mim algum sinal
De um tempo mais audaz e desigual,
Fantoche que decerto ainda assombra,

No tempo sem sentido sem razão,
A luta se desenha em passo rude,
E quando se pudesse, desilude
Marcando os dias frágeis que virão,

Aprendo com o caos, e sei do ocaso,
Amante da emoção nada me resta
O quanto imaginara em rara festa
Agora com certeza não aprazo,

Ocasos entre fúrias, brumas, neves
Assim também além eu sei que atreves.

49


Nas praças, nas vielas, noutros ermos
As sendas mais diversas, poesia.
O quanto na verdade não queria
Ousando com ternura em nobres termos,

Vencer os dissabores sendo além
Do tanto que inda possa e sei que traço
Vagando sem temor em ledo espaço
Enquanto a fantasia agora vem,

Mergulho nos meus antros, furnas, sonhos,
E sinto ou mais presumo alguma luz,
Aonde o meu caminho reproduz
Momentos tantas vezes mais bisonhos.

Não tive tanta sorte, mas prossigo
Buscando nalgum canto um mero abrigo.


50

O que, somente em ti pude saber
Depois de tantos anos; solitário
O mundo se desenha em vão fadário
E gera tão somente o desprazer

Ainda quando tento amanhecer
Num ermo sem sentido, imaginário,
Apenas noutro rumo, itinerário
Diverso do que pude conhecer,

Meu canto se anuncia sem sentido51

Cansado de buscar noutro momento
Apenas o que possa ser além
Do quanto na verdade não mais vem
E nisto outro cenário eu alimento

O canto se desenha em tal provento
E o passo se demonstra e já ninguém
Traria o que pudesse e me convém
Marcando com temor o próprio vento.

Cercando os meus anseios com tal fato
Somente este vazio ora constato
Restando tão somente uma ilusão,

No prazo limitado, sonho e caos,
Ainda se presume em tais degraus
Os passos que sonegam direção.

52


Sem chances, meu amor, tanto pudera
Vencer o que deveras se previsse
A vida na verdade sem mesmice
Ditando com temor a velha espera,

Não quero e não tentasse esta quimera
E nela outro momento se revisse
Gerando o quanto possa e não desdisse
Sequer o que se tenta e nos tempera,

Ausência de esperança dita o rumo
E quando no final tento e presumo
Marcando com delírios cada verso,

Assim eu poderia ter bem mais
Que os dias entre os tantos desiguais
Marcassem o que possa este universo.

53

Jamais a vida mostra tão somente
O prazo onde a verdade determina
Ousando no que possa e contamina
Minha alma no vazio que pressente,

Assim outro cenário plenamente
Trouxesse o que pudera e se examina
Marcando o quanto possa em fonte e mina,
Tocando com firmeza o sonho e a mente,

Gestando a cada passo outro cenário
E nisto o que pudera temerário
Massacres entre medos e temores

Ainda que pudesse ser assim,
O tanto quanto trago dentro em mim
Expressa no final; ledos rancores.

54

No amor que mesmo tarde, vem e aflora
Tocando com firmeza o coração
E neste desenhar o encanto em vão
Enquanto a solução não se demora,

E tanto quanto possa e desde agora
Marcando com ternura outro verão
E sei dos dias onde moldarão
A sorte que deveras nos devora,

Encontro com firmeza cada passo
E sei do meu caminho mesmo escasso,
Vencendo os dissabores costumeiros,

Ainda que pudesse ser diverso
Ousando na expressão de cada verso
Teus olhos são deveras meus luzeiros.


55


Tornando o meu viver menos dorido
O canto que pudera traduzir
Meu sonho desenhando o que há de vir
Enquanto o meu passado agora olvido,

E o passo noutro rumo decidido,
Desenho com meu verso este porvir
E sei do quanto eu possa resumir
Num dia mais feliz e pressentido,

Não quero tão somente algum carinho
Jamais podendo estar tanto sozinho
Eu quero novamente esta emoção,

E ter sempre comigo quem amei
Tornando bem mais bela a velha grei,
E nela outro momento em precisão.

56



Manter uma esperança sempre viva
E mostre com firmeza outro detalhe
Ainda que deveras já se espalhe
A sorte não seria mais cativa

E o quanto na verdade sempre priva
Marcando com ternura nada falhe
Gerando com firmeza o que atrapalhe
Expressa o que pudera em voz altiva,

Não quero outro momento noutro engano
E assim a cada passo se ora me dano
Encontro em tal cenário alguma luz,

Depois de certo tempo nada vejo
Somente o que pudesse em azulejo,
Moldando no final o que propus.

57

Meu canto sem sentido e sem talvez
A luta dos meus erros e vazios
E tomo com ardor os desvarios
E sei do que deveras se desfez,

Ainda quando o tempo toma e vês
Ousando na verdade em claros fios
Adentro sem sentir os velhos rios
Marcando com total insensatez

Negar cada momento aonde eu pude
E sei do meu cenário atroz e rude
Vestindo o que pudera ser diverso,

Meu prazo terminando a cada engodo,
Dos sonhos não restara além do lodo,
E nisto sem sentido em vão eu verso.


58


Não tento outra palavra nem a frase
Que possa traduzir felicidade,
E o manto se desnuda e sempre invade
O corte que deveras tanto atrase,

No passo sem proveito se defase
Marcando com temor a realidade,
Depois de certo tempo se degrade
O quanto a cada passo noutra fase.

Trouxesse novamente outro momento
E disso outro cenário eu alimento
Vencendo o que pudera ser ou ter

Ainda sem sentido nem razão
Perdendo com certeza a direção
Apenas desenhando em desprazer.

59

No tanto quanto lute e nada veja
Semeia esta esperança e sei que possa,
Vagando o que se trama em velha troça
E nisto se pudesse o quanto almeja

A vida no passado não preveja
O tanto quanto a sorte sempre endossa
Vestindo sem momento além da fossa
Tornando imprecisão rara e sobeja,

Encontro finalmente alguma luz
E sei do que pudesse e não produz
Sequer alguma fonte ou mesmo um passo,

Ainda que se emane nova sorte
Apenas o vazio não comporte,
Marcando o que pudera e sei e traço.

60

Não quero outro momento senão esse,
E o quanto se pudera ser diverso
Ainda quando além encontro e verso
E nada na verdade merecesse,

E quando no final outro cenário
Tramasse o que inda resta para nós
E nisto na verdade trago em foz
O quanto poderia imaginário,

Escondo cada fase noutro rumo
E sei de nada mais que mera luz
Aonde o que pudera e reproduz
Ou mesmo no final nada resumo.

Vestindo como possa a liberdade
E nisto cada passo sempre invade.

E o prazo no vazio resumido
Adentra este cenário sem proveito,

E quando em solidão nada se vendo,
Meu sonho se apresenta em novo adendo
Enquanto neste encanto em paz me deito.


61

E o coração sangrante ainda teça
Qualquer outro cenário em paz e tenha
Além do deveras se desdenha
A sorte aonde o passo se obedeça

Rodando sem sentido esta cabeça,
A luta com certeza se desenha
E acesa dentro da alma a velha lenha
O quanto que se quer jamais se esqueça

Meu mundo não trouxera outro cenário
Além do quanto eu pude, imaginário
Fadado a perceber na solidão,

Somente o que pudera desde quando
O tempo noutro instante desabando
Matando em nascedouro algum verão.


62


Embora insensatez trace outro momento
Ainda que pudesse acreditar
No rumo a se pensar e desenhar
O mundo se entregando ao forte vento

E quando noutro passo o tempo eu tento
Singrando sem cansaço inteiro o mar,
A luta não pudera desvendar
E mesmo assim presumo o sofrimento,

Resplandecente tempo, efervescência
Apenas demonstrando a vã ciência
E nela nada mais pudesse ver,

Somente o que toca e no final,
Adentro sem sentido o teu quintal
E bebo com ternura o teu prazer.

63

Mantendo meu olhar com altivez
Defronte ao que pudesse ser diverso
Ainda quando vejo vivo o verso
Meu canto noutro passo se desfez,

E sei que na verdade mal me vês
E assim procuro além deste universo
Beber este sentido e vou imerso
Na mais completa e rude insensatez,

Ascendo ao que pudesse em tal degrau
Vencer outro caminho desigual,
Gerando escadarias rumo ao céu,

O prazo determina o fim do sonho
E quando novo verso enfim componho,
Meu passo não seria mais cruel.


64

Deixando para trás o termo rude
Vencido pelo caos e nada além,
O canto sem sentido sempre vem
Moldando o que decerto desilude,

A luta se transforma e mais que pude
Bebera cada gole que contém,
O tempo com certeza não provém
Do quanto mais quisera em atitude,

Austeridade dita o meu caminho
E sei que se pudesse mais sozinho
Talvez inda tivesse alguma chance,

Vestindo esta ilusão não caberia
Sequer o quanto trago em fantasia
Nem mesmo outro momento em paz alcance.


65


Um tempo mais alegre, onde contente
Pudera acreditar noutro cenário,
A luta pelo passo solidário
Ainda mais diversa se apresente,

E o quanto se aproxima e faz descrente
O canto tantas vezes solitário,
Meu passo se moldando em tom mais vário,
E traça o que pudera mais urgente,

Não tento e nem pudera ter decerto
O sonho que deveras eu deserto
Mantendo com firmeza os pés no chão,

Ainda se dourando novo passo,
Meu canto na verdade em descompasso,
Já não traria mais a solução.

66


Felicidade é um sonho e nada mais,
Apenas o que trago dentro da alma,
A luta sem sentido não acalma
E traça em todo passo temporais,

Espero o que deveras descontrais
Ousando perceber ainda em calma
O que se moldaria após o trauma
E nele desenhasse meus astrais,

Os ermos entre dias mais dolentes
Enquanto no vazio me apresentes
Rompantes tão diversos e senis,

Meu canto sem sentido e sem razão,
As horas no final nada trarão
Deixando no passado o quanto a quis.


67


Mudando minha vida num instante
Meu passo se aproxima do que eu possa
Trazendo cada rumo aonde a troça
Pudesse noutra face mais adiante

Resumo do que tanto quis, bastante
Vencendo esta ilusão deveras nossa,
E sei do quanto tento e a vida adoça
Ou mesmo se tornasse degradante,

Mergulho nos vazios desta noite
E o tempo se traduz enquanto açoite
Marcando com vergastas cada sonho,

Depois de certo tempo nada trago
Senão cada corrente e assim divago
Tentando muito além do que proponho.


68


Fazendo da esperança um alimento
E nisto se traduz nova emoção,
Os dias na verdade moldarão
O quanto no final já me atormento,

Sentindo no meu rosto o forte vento,
Meu passo se presume em solidão,
E sei dos desafetos desde então
Rondando com terror o pensamento,

Jamais conceberia nova sorte
E tendo quem deveras me conforte
Esbarro nos anseios que inda vejo,

Sementes de ilusão, ao tempo alheio
E quando cada passo ora rodeio
Demarco o que virá; ledo desejo.


69

Encontre toda a paz que mais buscara
Depois da desventura de sonhar
E nada do que possa desenhar
Traduz a claridade em tal seara,

A vida noutro engodo se escancara
E trama o que tentara desvendar
Sem ter sequer o quanto desejar
A luta se anuncia cara a cara,

Repare bela estrela e veja bem
No sideral caminho o quanto tem
Embora na verdade nada valha,

Assim o meu caminho dita o fim,
Marcando com terror o quanto eu vim,
E neste desenhar a sorte é falha.

70


Criando um novo mundo onde talvez
Ainda veja a sorte de tal forma
Que quando em fantasia se transforma
Transcende na verdade o quanto vês,

Após a mesma cena, insensatez,
O quanto deste pouco; dita em norma
O canto que deveras nos informa
Do sonho aonde o nada após se fez,

Esbarro nos enganos de quem tenta
Vencer outro momento em sortilégio,
Amor que se pudera ser mais régio,

Após esta incerteza mais sangrenta
Adentra outro caminho e diz tão bem
Do quanto com certeza ainda vem.


71
Dos vermes que virão em tal festejo
A refeição exposta em podridão
Os olhos sem sentido e direção,
Ausente qualquer tom, mesmo o desejo,

Assim quando deveras eu me vejo,
Trazendo no final a sensação
Dos dias que vazios moldarão
O tanto que inda trague apenas pejo.

O ocaso no crepúsculo da vida,
A história noutra face corroída
E a morte se aproxima sempre mais,

Preparo com firmeza esta viagem,
E nela se desenha em defasagem
Os dias dos meus vagos funerais.

72


Meus dias de temor em tempestades
E nada mais pudesse ainda ter,
O quanto se permite apodrecer
E nisto tão somente me degrades,

As sobras dos momentos onde evades
E o corte não tentara esmorecer
Vagando para o caos, um ledo ser
Matando o que tivera em claridades,

Semeio no final a morte e bebo
O quanto do vazio que concebo
Num cálice sangrante, vitelino,

O prazo determina o fim, no ocaso
E o quanto desejasse por acaso
Apenas noutra face o determino.


73



Crisântemos já murchos; minha sorte
Desdenha com terror o quanto pude
Vencido pelo medo em atitude
Apenas traduzindo enfim a morte,

Sem nada que deveras me conforte,
A luta se moldando mais que rude,
Deixando no passado a juventude
Jamais teria em paz sequer um norte.

Transito entre os meus ermos e te vejo
Enquanto no final, raro azulejo
Perdido há muito tempo e sem sinais,

Adentro a tempestade que legaste
E vendo minha vida em tal contraste
Encontro meus caminhos terminais.

74


Moldada num escárnio a minha dita,
Jamais se transformando em redenção,
Apenas outros dias me verão
E a sorte noutra face necessita

A vida que pensara qual pepita
Transborda na temida ingratidão
E molda a cada dia a solidão,
E nisto no vazio se acredita,

Asilo dentro da alma uma esperança
Exilo para além qualquer caminho,
E sei do meu futuro mais daninho,

Enquanto o tempo atroz, agora avança
Matando o que restara dentro em mim,
Acende da mortalha este estopim.


75


De ser eterno enquanto nada traz
O mundo se desenha em luta e medo,
E o passo se traduz neste degredo
Marcando com teu canto mais audaz,

O canto se desenha e segue atrás
O tempo na verdade mal concedo,
E sigo com temor em desenredo
Trazendo o que pudesse mais mordaz,

Não tendo outro momento ou mesmo assim,
Vivendo o quanto vaga dentro em mim,
Não tendo outra verdade, sigo alheio,

E bebo sem sentir cada tormento
E sinto na verdade o quanto alento
Embora noutro fato devaneio.

76


Efêmero e funéreo caminhar
Aonde nada pude e nem restasse,
A luta se desenha em tal impasse
E impede o mais suave desejar,

Apenas se quisesse no luar,
Tramando o que deveras não pousasse
Vencido sem tentar o que inda passe
Deixando no final já sem lugar,

Apresentando apenas solidão,
Erráticos momentos moldarão
Somente o que inda tenho e nada mais,

As horas entre as quedas e tormentas
Enquanto com temores violentas
Os dias que pensara desiguais.


77


Ascendo ao nada ser e tento além
Do quanto poderia e não viera,
A luta se aproxima e traça a fera
Marcando o que deveras nunca vem,

Matando o quanto possa com desdém
Ainda que se veja em primavera
Alimentando enfim leda quimera,
O prazo na verdade me retém,

O medo de sonhar, a morte em frente,
E quando no final nada apresente
Somente este vazio, em ledo grão,

Arcando com meus erros costumeiros
Pudesse imaginar raros luzeiros,
Ou mesmo alguma senda em tal clarão.


78


Por mais que isto te estranhe sigo quieto
E vivo com temor o dia a dia
Ainda que pudesse e não veria,
Meu canto noutro passo não completo,

Vagando sem sentido qual inseto
Expresso o quanto pude em fantasia
Gerando o que me resta em agonia
E o tempo noutro passo, enfim deleto.

Esbarro nos meus ermos mais atrozes
E sei dos velhos riscos, vis algozes
E nisto não teria outro momento,

Presumo no que possa ser assim
O tanto quanto vive dentro em mim,
E neste caminhar eu me atormento.

79

Mistérios mais sutis a vida trama
E traz a cada passo outra verdade
Ainda que deveras sempre brade
A luta não mantém a velha chama,

Meu passo se entranhando em plena lama
Não deixa que se veja a liberdade,
E o todo no final já não agrade
Quem torna mais dorido o velho drama,

Somando nossos passos nada resta
Somente o mesmo tempo mais funesto
Gerando o que pudera sem sentido,

Equânime ilusão, verso sutil,
E o todo noutra face não se viu
Enquanto meu momento eu dilapido.


80

A podridão do aporte de quem tenta
Sobreviver ao quanto poderia
Vencendo com temor a fantasia
E nisto se aproxima outra tormenta,

A luta mais feroz e violenta
A sorte com certeza não traria
Ainda viva na alma a poesia
E a vida já não canta ou apascenta,

Esqueço o quanto pude noutra forma
O passo na verdade se deforma
E o vórtice gerando outro vazio,

Assim já não consigo mais o medo,
E o tempo se desenha e não concedo
Sequer o que pudera ou desafio.


81

Carcaça do que fui escombro e verme,
Apenas não mereço outro momento
E quando no vazio eu me fomento
O corpo se desenha quase inerme,

Apodrecendo assim além da derme
O preço se traduz em raro alento,
E quanto se presume em sofrimento
Minha alma num vazio, um paquiderme,

Espreitas entre quedas e temores
Assim quando deveras tu te fores
Verás além das flores outras tantas

E nada mais seria além de nós
O quanto poderia mais veloz
Os ermos onde agora desencantas.


82



Aquém do que inda esperas noutra cena
A luta não desenha mais um rumo,
E o quanto se pudesse e não aprumo,
E a vida na verdade me condena,

Nem mesmo a solidão tanto serena,
Vagando no final, já não resumo,
E trago novo mundo em raro sumo,
E a sorte se desdenha e me condena,

Apenas nada trago e sigo assim,
Marcando com temor o quanto em mim
O prazo terminando nada diz,

Meu canto sem razão e sem remédio
Desenha no final apenas tédio
E deixa o céu amargo, frio e gris.


83


E o eterno renascer de cada ser
Após a morte mesmo que aparente,
Ainda quando o mundo se ressente
Do tétrico caminho a esmorecer,

Aos poucos neste imenso apodrecer
A sorte tantas vezes envolvente
No fundo se mergulha no que sente
Em nada na verdade eu posso crer,

Somente nos engodos da esperança
E neles outro passo aquém se lança
Vagando sem sentido ou mesmo em caos,

Os olhos se perdendo noutro cais,
Os termos onde vejo funerais
Apenas vão sem porto as minhas naus.

84


Das pútridas panteras do passado
Escárnio em meio ao quanto ainda resta
E o tempo desenhando a mais funesta
Verdade no que tanto tento e evado,

Meu rumo tantas vezes degradado,
A luta não se molda além da fresta
E o quanto do passado ainda empesta
Quem vive noutro tempo anunciado.

Espero o meu caminho sem sinal,
E vendo outro cenário mais venal,
Apenas sentiria o fim de tudo,

Meu canto sem valia e sem proveito
Renega o que em verdade não aceito
E neste delirar eu me transmudo.

85


Aonde poderia ser bem mais
Que mera fantasia ou verso fútil
Meu passo sem firmeza quase inútil
Os dias entre vários temporais,

As sortes são diversas, mesmo assim,
O canto se transforma e me transtorna
A vida se desdenha e sei da morna
Vontade que traduza além do fim,

Apreço cada engano e sei do canto
Disperso em noite imensa e solitária
A luta se mostrara e mesmo vária
Não deixa nem sequer o que garanto,

Espantos entre errôneos dias trago
E sei do quanto pude em turvo afago.


86


Apenas vejo a morte onde queria
Sentir algum alento e nada mais,
Meus passos entre tantos desiguais
Ousando o quanto tenho em harmonia,

Vencer o que inda resta em alegria
E nisto se presumem vendavais
Apraz-me perceber raros astrais
E nisto nada além se concebia,

O prazo determina o fim de tudo
E quando na verdade eu me transmudo
Trazendo em meu olhar outra verdade,

A cena não teria nova face
Ainda que deveras se mostrasse
Enquanto o que inda resta se degrade.


87


Qual fora a flor pisada em vão canteiro
Deixada para trás sem sentimento
O mundo que deveras apresento
Transcende outro momento, o derradeiro,

Meu canto na verdade, o companheiro
Que tantas vezes busco enquanto tento
Traçando no final além do vento
O dia como fosse costumeiro.

Cenários entre quedas e temores
Seguindo com firmeza aonde fores,
No fim eu não teria a menor chance,

E o peso do meu mundo se transforma,
Tomando do vazio inteira a forma
E nada mais decerto ainda alcance.


88


Amarrotada sorte de quem vive
A cada novo instante sem saber
O quanto poderia amanhecer
E apenas na verdade ora se prive,

E quando revivendo o que contive
Mergulho neste mundo a me perder
E sinto o que tivesse a perceber
E nada da verdade me cative,

Apresentando o caos invés do brilho,
Aonde num caminho vago eu trilho
Negando todo cais ou mesmo um porto,

Assim eu não teria melhor sorte
Depois do quanto resta e me conforte,
Apenas vejo o olhar de um semimorto.

89




Nefasta humanidade dita o rumo
Sem nexo e num cenário mais atroz
O quanto poderia noutra voz
Deixando sem sentido o que resumo,

Apenas a verdade onde acostumo
Trazendo outro momento logo após,
A luta se mostrara mais feroz
E o prazo se deixando em ledo sumo.

Restando a quem pudesse muito mais
Dos dias entre tantos desiguais
Mergulho sem sentido no passado,

O caos se desenhando aonde eu pude
Viver este momento mesmo rude,
E o preço a cada dia ser cobrado.


90

Expondo-se deveras sem razão
Os dias são iguais e nada tendo,
Somente o meu caminho em tal remendo
E os passos sem saber da direção,

O todo se aproxima deste vão
E o canto na verdade mais horrendo
Aos poucos me percebo já morrendo
E sei dos meus anseios que verão

Apenas o final de cada passo,
E quando com certeza eu me desfaço
Arcando com meus erros, desengano,

Aos poucos sem sentido sigo só,
Do quanto imaginara nem o pó,
E sem sequer saída hoje me dano.


91
A poesia invade cada canto
E traz no olhar somente outro vazio
E quando na verdade eu desafio
Apenas no final me desencanto,

Ainda que deveras, eu garanto
O passo sem sentido em raro fio,
E bebo desta ausência, vago rio,
Cevado a cada instante com meu pranto,

Não pude desenhar outro momento
E quantas vezes busco e mesmo tento
Sentir outro cenário que não veio,

Ainda que pudesse ser assim,
O todo se aproxima e sei que enfim
Meu mundo se traduz em vão receio.


92


Irá talvez a aurora noutra face
Trazer o que pudera ser diverso?
Ainda quando aquém do sonho eu verso,
O nada noutro instante se notasse,

A luta se desenha e nada trace
Num ato tão sutil quanto perverso,
Apenas no não ser seguindo imerso,
E o medo se traduz onde vibrasse

Alheio ao que inda resta dentro em mim,
Meu mundo se desenha e sei que enfim
Somente esta semente se frustrando,

O tempo mais audaz e mesmo atroz
Negando no final a minha voz,
Deixando para trás o tempo brando.


93


Será que nada conta na verdade?
Meu mundo desabando a cada engano,
E quando no final eu já me dano
A sorte pouco a pouco se degrade,

Ainda sem sentir realidade,
O canto noutro passo, soberano,
O mundo sonegando cada plano
Bebendo o quanto traz em tempestade,

Ausento dos meus dias sigo alheio
Ao quanto com firmeza não rodeio
E tento alguma luz sem mesmo ver

Depois de quantas noites, solidão,
As horas no futuro me trarão
Somente o que pudera em desprazer.


94


Sabendo desses mares mais distantes
Eu tento acreditar num novo cais,
E sigo sem sentido os siderais
Caminhos onde tanto me adiantes,

Não quero perceber nem por instantes
Os erros na verdade até fatais,
Preparo a cada engodo os funerais
E sei dos meus vazios degradantes,

Matando cada sonho nada resta
Somente a mesma face mais funesta
De quem se fez aquém do quanto quis,

Gerasse algum modelo em liberdade,
O peso mais dorido que em verdade
Tornasse o meu cenário bem mais gris.

95



A noite não promete novo dia
Após a tempestade outra procela
O tempo sem sentido se revela
E a luta não pudera em fantasia,

O quanto do meu tempo perderia
E nisto o meu momento abrindo a vela
O passo sem sentido a vida sela
E traz após o medo esta agonia,

O canto sem sentido, a voz silente
E quando no vazio se apresente
Apenas o que possa ser assim,

O todo num momento se mostrasse
Gerando o quanto quero e nesta face
O mundo se anuncia em ledo fim.


96


Cabendo os universos dentro em mim,
Apenas não seria de tal forma
O encanto quando a vida se transforma
E gera o que pudera até o fim,

Negando o quanto resta em estopim
A luta num delírio me deforma
E o preço a se pagar sem prazo e norma
Prepara o quanto resta dentro em mim,

Anunciando a luta sem proveito
O quanto na verdade sempre aceito
Esbarra nos engodos contumazes,

E sei quanto pudera noutro instante
Vivendo o que deveras não garante
Marcando o quanto queres e não trazes.


97


Espreita demarcando cada caça
E o verso se presume sem temor
Ainda que pudesse numa flor
A vida pouco a pouco se esfumaça,

A luta noutro rumo não mais grassa
E morta a sensação a se compor
Vagando sem saber por onde eu for
Apresentando enfim o quanto traça,

Jamais se imaginara outro momento
E quando no final eu me alimento
Do fim deste cenário qualquer luz,

Ainda que pudesse ser assim
Trazendo no final cada jardim
Enquanto outro momento reproduz.

98

De tudo que na vida mostraria
Aquém de um novo tempo que tramasse
A vida se desenha em nova face
E o manto se traduz em fantasia,

O canto na verdade se eclodia
Marcando com ternura o que mostrasse
Vencendo o que deveras não moldasse
Sequer o quanto busco em alegria,

Apenas o meu mundo se perdendo
No quanto poderia num adendo
Vestindo outro momento sem proveito,

A luta sem sentido ou mesmo assim,
A sorte desdenhando; dita enfim
O quanto desejara e não aceito.


99


Aguardo, novamente um novo sol
E tento sem sentido outro caminho,
Ainda que já fora mais daninho
O tempo renegasse este farol,

A luta se desenha em arrebol
E o tempo se traduz a cada espinho
Enquanto do vazio me avizinho,
Esbarro nas entranhas, caracol,

E luto contra a fúria deste mar
Sem nada que pudesse desejar
Além do que deveras se mostrara,

A vida não tramasse solução
E sei do quanto possa em negação
Trazendo no final cada seara.

100

Transforma a fantasia em tal verdade
Sequencias mais diversas, medo e luz
O quanto cada ausência reproduz
Ainda que outro tempo dite e brade

Nem mesmo o que pudera em realidade
E nada do que eu possa ainda opus
Vestindo o quanto resta e faço jus
Marcando o quanto pude e se degrade,

Ausenta dos meus dias esperança
E nada mais decerto a vida alcança
Matando o que inda resta dentro em mim,

Legado de um anseio sem destino
E o todo na verdade mal domino
Trazendo no final o medo enfim.

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