segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Usando por disfarce o quanto trago
Numa alma tantas vezes insegura
E quantas vezes; tente ou se procura
A vida num momento em manso afago,

Depois de certo tempo, se divago
A noite se mostrando mais escura,
A luta não descansa quem perdura
E chego ao que pudesse em sonho vago.

Porém se me revelo a cada engano,
Aos poucos sem sentido algum me dano
E mostro na nudez esta alma crua,

E o tanto que pudesse ser diverso
Anseia tão somente no universo
Enquanto uma alma cega além flutua.


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O quanto se procura ser sincero
Traduz o todo ou mesmo um vago passo
E quando na verdade aos poucos traço
O tanto que mais quis ou sei e quero,

Ainda quanto quis ser mais austero
A vida se mostrando em tal cansaço,
E sinto a perceber um raro espaço
E sei do descaminho atroz e fero.

Não pude e não teria outro momento
E quando do vazio eu me alimento
Cerzindo com meu canto o que viria,

Não tendo outra saída, sigo em frente
E quanto da esperança se pressente
Gerando dentro da alma esta agonia.


A vida traça o rumo e dita a norma
Aonde o que pudesse ser diverso
Gestando dentro da alma o quanto verso
E a sorte noutro passo se transforma,

A luta na verdade não me informa
Do quanto poderia se perverso
Viver este caminho aonde imerso
Esbarro no passado que deforma,

Meu tempo se fazendo por si só,
Deixando para trás apenas pó,
Tramando em raro instinto o que virá,

Do vasto desejar, raro cenário,
O todo se moldando imaginário
A sorte sem igual, nobre maná.


Um mundo que pudesse ser mais justo
E neste caminhar em tom igual,
Um sonho compartilha em ritual
E sei que a cada passo a ti me ajusto,

Embora tão temível seja o custo
O amor não poderia ser banal,
Nem mesmo caricato ou tão venal
Apenas num momento mais robusto.

O vandalismo espalha a morte e a dor,
A luta se transforma e sem se pôr
O tempo dita o fim desta esperança,

Ainda que pudesse ser além,
O quanto inda resiste e mesmo tem,
Presume cada passo onde se avança.




Pensando sempre além eu posso crer
No mundo mais feliz e mesmo até
O quanto da esperança dita a fé
E deixa o tempo em raro amanhecer,

Vagando sem sentido, sem prazer
A luta no final desdenha o que é
E trama muito acima do sopé
No mundo que pudera em paz saber,

Navego contra a fúria e sei do caos,
Além do quanto tramo em tais degraus
O rumo se desenha noutra senda,

Assim sem mais saber o quanto trazes,
Percebo a própria vida em suas fazes
Enquanto o raro amor, sorte desvenda.

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Olhando mansamente este semblante
De quem sempre trouxera uma alegria
A luta a cada passo se faria
E nisto novo rumo me garante,

A sorte que deveras agigante
Tramando muita paz em harmonia
E neste caminhar o dia a dia
Espalha o que se molda doravante.

Marcando com meu passo este caminho
Enquanto nos teus braços eu me aninho
Encontro a solução que tanto quis,

A vida se resume num alento
E quantas vezes sei e busco e tento
Trazendo ao meu olhar o ser feliz.


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Ainda que influísses nos meus sonhos
Os cantos mais diversos noite afora,
A luta com certeza revigora
Embora tais momentos, mais medonhos,

Meus olhos que seriam enfadonhos,
A sorte com beleza se demora,
E nada do meu rumo desde agora
Traduz raros cenários mais risonhos,

Apenas caminhar contra esta fúria
E tendo tão somente esta penúria
Jogado sobre as rocas e penhascos,

Além do que pudesse em velhos frascos
A senda desejada mais distante,
Somente este vazio ora garante.
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