quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Aonde cada passo me traria
Além de alguma luz, a paz imensa
A vida se promete e me convença
Do quanto ainda trago em alegria,

A sorte muitas vezes não traria
Sequer um novo passo em recompensa
A luta se desenha mesmo intensa
Traçando ao fim de tudo uma agonia.

Esqueço dos meus dias mais felizes
E sei que na verdade já desdizes
Erráticos momentos de abandono.

Depois de certo tempo, a solidão
Traçando o quanto resta em mundo vão
Enquanto do vazio ora me adono.



Jamais eu poderia acreditar
Nos tétricos momentos mais atrozes
E sei que na verdade noutras vozes
O mundo não se deixa comandar,

Apenas esperanças são algozes
E nelas posso mesmo adivinhar
Sem brilhos desejados o luar
Ditando estes anseios tão ferozes,

Ascendo ao quanto pude e não sabia
Vestindo com terror esta agonia
Matando a juventude que inda resta

Adentro a sensação sem mais sentido,
E o quanto ainda resta; eu tento e olvido
A luz adentra em fina e tosca fresta.




Ainda que coubesse alguma luz
Aonde na verdade, o mundo; nega
Resumo cada noite em vaga e cega
No quanto a realidade reproduz

Cenário não pudera e me conduz
Ao verso onde meu passo não se emprega
E o tanto quanto quero se sonega
Tramando esta incerteza, velho obus.

O medo sem sentido e sem porquês
Diverge do que tanto agora vês
E traças com teus olhos tão vazios,

Meus dias entre enganos, medos, lodos,
Assisto aos desenhares sem denodos
E tento acreditar em desafios.



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Restando muito pouco do que fora
Meu passo noutro rumo e sem proveito
Apenas no vazio eu me deleito,
Uma alma muitas vezes sonhadora,

A luta se moldou transformadora
E o canto se desenha enquanto aceito
O passo que tentara mais perfeito
No fundo diz da vida lutadora,

Esboço alguma luz onde eu sei bem
Somente este vazio me convém
Matando o quanto pude e não veria,

A senda mais diversa em verso e prosa,
Ainda quando a lida o sonho glosa,
Gerando dentro em nós tanta agonia.




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Um erro se desenha a cada passo
E tento encaminhar o meu momento
Vencido pelo imenso sofrimento
Ainda que pudesse, o nada eu faço

E o vândalo cenário perde espaço
E quando deste pouco eu me alimento
O amor já não coubera e sigo atento
Embora o meu caminho é vago, escasso.

Espero após o todo novo rumo
Sorvendo cada gota aonde esfumo
Uma ilusão decerto mais audaz,

Depois de tanto tempo solitário,
A vida renegando o itinerário
Apenas o vazio ainda traz.



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Levado pelas ondas, grande mar
Espero qualquer porto que não veio,
E quando no final seguindo alheio
Não pude e não tentara desvendar

A morte sinto aos poucos me rondar,
E sei que na verdade não receio
E bebo deste cálice o mais cheio
Até quem sabe enfim me embriagar.

Esbarro nos meus erros e presumo
O tanto quanto quero em ledo sumo,
Vestindo a hipocrisia ou algo assim,

Depois de certo tempo o que trouxesse
Seria muito além de uma benesse
Marcando o meu caminho início e fim.


Jogado sobre as rocas, o saveiro
Encontra a morte e traça nesta areia
O quanto poderia e não rodeia
O sonho mais feliz e alvissareiro,

Apenas o meu passo derradeiro
E nele se imagina a lua cheia
Marcada pela fúria que incendeia
E traça o quanto trago em meu canteiro.

Não tento a solução que não viria,
Um trovador procura em poesia
Vencer os dissabores e seguir.

Depois de certo tempo nada vindo,
Ainda que pudesse o sonho eu findo,
E deixo este vazio no porvir.

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Queria simplesmente algum alento
E nada mais se faz ou mesmo trama,
A vida se presume em todo o drama
Marcando o quanto possa em sofrimento,

Ainda que pudesse não invento
Sequer o que inda traga quem mais clama
E a luta se desenha e dita a chama
Expressa o coração exposto ao vento.

Não tento outro momento e não pudera
Vencer a solidão, velha quimera
Que tantas vezes diz do meu futuro,

Embora seja sempre de tal forma
A luta na verdade me transforma
E marca o quanto quero e em vão procuro.


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Restando pouco tempo ou quase nada,
A luta se mostrasse mais voraz,
E o tempo na verdade nada traz
Sequer o quanto possa em alvorada,

A sorte noutra face deflagrada
A morte se desenha e satisfaz
Quem sabe deste passo mais mordaz
E não conhece a senda, torpe estrada,

Apenas apresento após o fato
O quanto na verdade mal constato
Gerando o que pudesse ser assim,

Depois de certo tempo o que inda vejo
Desenha o quanto pude e em raro pejo
Apodrecendo aos poucos meu jardim.






Rolando sobre as pedras num mergulho
Encontro o quanto tento e não sentisse
A vida se apresenta em tal tolice
E neste caminhar já não me orgulho

Sabendo ser meu sonho um mero entulho
Ainda que decerto eu revestisse
Meu passo noutro encanto e da mesmice
Fizesse o quanto resta onde o vasculho.

Apenas sei do vago em noite e luz
E tanto quanto possa reproduz
O medo sem sentido e sem razão,

As horas se transcorrem noutro passo
E quando este momento aquém eu traço
Encontro os dias frágeis que virão.





Não pude acreditar noutro momento
E sei dos meus anseios e vazios,
Ainda que pudesse em desvarios
O dia em mais temores alimento,

O rústico cenário, o pensamento
Desviam destas margens velhos rios,
E bebo o que deveras não fomento
Entranho meus anseios mais sombrios.

Negando o quanto pude e não viera
A sorte noutro passo, esta pantera
Espreita e mergulhando sem defesas,

Meus olhos sem saber deste horizonte
Aonde cada canto desaponte
Enquanto as horas seguem correntezas.




Um dia após a queda que se vê
Transforma o quanto pude noutro engano
E quando na verdade enfim me dano
O mundo se apresenta sem por que,

Ainda que pudesse, em nada crê
Quem trama este caminho soberano
Ousando muito além do mais profano
Momento aonde o nada se revê.

Esbarro nos meus erros costumeiros
E tento no caminho outros canteiros
E sei do quanto a vida se presume,

A luta se desenha sem anseio,
E o mundo que afinal tento e rodeio
Expressa o quanto quis de teu perfume.


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Ainda quando pude acreditar
Nas tantas emoções e mesmo assim
O mundo se traduz e dentro em mim
Já não restara mais qualquer lugar,

Atento ao quanto possa me tocar
Vivendo a solidão deste jardim
Acendo da esperança outro estopim
E vejo o meu caminho desabar,

Pudesse ser além de mero cais
O dia que entre tantos desiguais
Ousasse num instante mais além,

O prazo determina o que viria
E bebo com temor a fantasia
E sei que no final mais nada vem.



Restando muito pouco desta vida
Depois de tanta luta sem proveito
Ainda quando aquém do sonho eu deito
A morte anunciada e decidida,

Ao menos poderia sem saída
Viver a mera sombra em raro pleito
E tanto quanto possa e não aceito
A senda mais audaz já dilapida.

O peso de um revés vergando o passo,
E sei que no final já nada traço
Somente o quanto é rude o amanhecer

De quem se fez além ou mesmo até
Perdendo o que tivesse em rara fé
Tocado pela angústia do viver.



Um tempo sem sentido e sem resposta
Aclamo alguma luz que não viria,
E sei do quanto possa, alegoria
Na face mais audaz a ser exposta

E quando vejo a luta decomposta
E nada do que tento eu poderia,
Vencer o meu caminho em agonia
Tombando a solidão a cada encosta,

Vestindo esta emoção sem mais verdade
E nada se transforma enquanto evade
O pranto sem saber o quanto possa,

Ainda se esbarrara no final,
Matando o que pudera sem sinal,
Tramando no vazio a velha fossa.



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Armasse após a queda uma armadilha
E nada mais teria após o tanto
E nisto cada fato onde garanto
Expressa o que pudesse e já polvilha

Além do quanto a vida tenta e brilha
Deixando para trás o desencanto
Mergulho neste vago e sei do canto
Enquanto uma ilusão já se estribilha,

Esbarro nos meus erros e procuro
Vencer o quanto pôde mais escuro
O prazo sem destino nem razão

Ainda quando tramo a liberdade
O mundo noutro engano agora evade
E mostra os dias tolos que virão.



Apenas resumindo o quanto trago
Em dias mais diversos ou sutis,
A vida sonegando o que mais quis,
Deixando para trás onde divago,

A luta se moldara e sem afago
Apresentando além da cicatriz
Mudando o que vagasse em tal matiz
Ainda que pudesse e ali me alago,

Espero novamente o que viria,
E nada mais trouxesse esta agonia
E vejo o meu momento sem sucesso,

E quanto mais quisera outro caminho,
Mostrando o que pudera ser daninho
Ao tempo sem alento eu já regresso.



Não pude acreditar no que se fez
Ainda sem sentido ou mesmo paz
E quando na verdade o tempo traz
Apenas o que resta em lucidez,

Ao nada aonde o tempo se desfez
E o marco mais feroz e mesmo audaz,
Enquanto na verdade satisfaz
Meu canto com certeza segue atrás
Do quanto poderia, insensatez.

Assisto ao que se veja sem sentido
E sei do quanto tempo inda lapido
Marcando com temor o dia a dia,

Não tendo outro momento senão esse
Ainda que deveras concebesse
O mundo com certeza o negaria.

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